P.O.V. Regina
Granny fazia questão de abrir o restaurante todos os dias. De segunda a domingo. Das 9h ás 22h. Mas quinta-feira era o dia considerado por ela como morto. O motivo era o número reduzido de ônibus que faziam parada em Storybrooke nesse dia. Então era normal ela dar folga a três funcionários nesse dia, e ficar com a equipe menor. Por isso que estou aqui, olhando para o relógio na tela do computador do caixa que marcava 13h enquanto minha chefe estava na cozinha e Tinker servia a única mesa ocupada do restaurante. Estava distraída com os segundos pulando quando fui surpreendida com um braço branco cheio de pintinhas vindo do lado de fora da enorme janela, e que segurava uma pequena flor amarela, provavelmente roubada de algum jardim da vizinhança. Não consegui segurar o riso, quando notei a expressão de sapeca no rosto daquela loira maldita que vinha buscar sua marmita todos os dias desde que me fez o convite para o passeio de canoa, que acabou sendo nosso primeiro encontro, que culminou num amasso de me fazer molhar a calcinha na frente da minha cabana, e ter pensamentos nada puros para uma mulher casada. Confesso que tenho esquecido muitas vezes o fato de ser casada, de ter fugido do meu marido violento depois de acertar uma garrafada na sua cabeça e vê-lo caído no tapete da sala de jantar. A meses atrás quando cheguei em Storybrooke o medo de ser encontrada pela polícia, e ou até mesmo por ele e possivelmente ser morta quando voltasse para casa me assombrava. Não posso dizer que não tenho mais medo porque ele ainda vive em mim, e fico em alerta todas as noites quando escuto um barulho na floresta que rodeia minha cabana. Mas depois de algum tempo livre a ideia de que Daniel nunca irá me encontrar é muito mais real em minha mente. Eu também tinha medo de me abrir com as pessoas, e acabar dando dicas da minha antiga vida. Vida essa que eu queria enterrar lá no passado e era no que eu estava trabalhando. Mas como ser indiferente a tanta gente que me acolheu feito família aqui nessa cidade. Como resistir aos encantos de Henry, ao afeto de Granny e aos beijos de Emma? Depois de tanto tempo sofrendo, escondida dentro de uma casca, me privando de descobrir os prazeres da vida, eu estou me possibilitando ver o mundo com os olhos de uma pessoa livre. Livre de preconceitos, livre de medos, livre de regras. Apenas seguindo minhas vontades e meus instintos. Mas o medo ainda existe, eu só não estava mais deixando que ele guiasse meus passos. Mas qual seria meu limite? Até onde eu conseguiria? Só o Cara sabe.
- Janta comigo hoje? – Emma me tirou do estado paralitico que eu me encontrava olhando fixamente para a flor em sua mão.
- Emma, eu só saio as 22h. Não acho que seja uma boa hora para Henry comer. – Disse pegando a flor amarela e levando até o nariz para sentir seu aroma. Não sei o que me fazia sempre incluir o filho de Emma em nossos planos. Talvez fosse o receio de estar sozinha com ela ou o carinho que tinha por ele.
- Eu pedi pra você jantar COMIGO hoje, e não com o meu filho. – Achei graça na ênfase um tanto ciumenta que ela deu. – Ele já tem muito de você, e eu estou ficando para escanteio.
- Quanto drama Srta. Swan. Você também tem muito de mim. – Disse segurando sua mão e entrelaçando nossos dedos, naquele gesto que já era tão familiar entre nós.
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sou•nós
Romance"Eu fugi de casa e do inferno que minha vida se tornou. No meio da minha fuga, me deparei com um paraíso na terra chamado Storybrooke. Apesar de estar determinada a não formar laços afetivos na nova cidade, não consegui cumprir esse objetivo ao conh...