P.O.V. Regina
Não vou dizer que me arrependi de convidar Emma para entrar, mas a expressão indecifrável no rosto daquela loira estava quase me fazendo desistir. Seu silêncio e seu olhar que pareciam me estudar estava me deixando sem graça ao ponto de já pensar numa desculpa do tipo: "Está tarde né? Vamos deixar para outro dia!". Mas acho que minha vergonha foi maior então apenas abaixei o rosto esperando a recusa de Emma e pedindo ao Cara uma maneira para sair logo daquele desastre.
- Eu adoraria ver o piso da sua cozinha. – Sua resposta me surpreendeu, e ela percebeu, só que para minha sorte não comentou nada. Eu abri a guarda, e acho que ela também estava se permitindo.
Emma abriu a porta do seu lado e saiu do carro, mas antes de bater a mesma me olhou ainda paralisada dentro do seu fusca amarelo. Foi só então que notei que no seu rosto a expressão tensa de antes tinha evaporado, dando lugar ao sorriso que tanto me desmonta. Retribui o sorrido de forma aliviada e saí do carro já buscando pelas chaves dentro da bolsa pequena de alça comprida que levava no ombro.
Entrei na cabana acendendo as luzes e abrindo espaço para que ela passasse. Emma parecia encantada com a minha casa, o que me deixou um pouco confusa porque eu não havia feito grandes reformas e decorações no local.
- Incrível. – Emma disse tão baixo que acredito que não se dirigia a mim. Mas em todo caso resolvi me certificar.
- O que? – Perguntei enquanto tirava a bolsa do ombro e a depositava no sofá demonstrando uma calma, mesmo que por dentro eu estivesse uma pilha de nervos.
- Esse lugar. – Ela me respondeu e quando estava pronta para dizer que não havia feito nada demais ali, ela voltou a falar. – Continua do mesmo jeito mesmo depois de tantos anos.
- Você já tinha vindo aqui? – Agora eu tinha o rosto franzido pela informação e pensei em quantas coisas ainda tinha que descobrir sobre aquela mulher.
- A cabana de Gepeto? – Deu mais uma olhada em volta com o olhar que agora reconheci ser de melancolia. – Quando eu era menina e vinha passar as férias aqui em Storybrooke, Gepeto e a esposa faziam várias noites do pijama para as crianças aqui nessa cabana. Eles não tinham filhos então cuidavam de nós como se fossemos deles. – Ela se encaminhou para o centro da sala, parando perto da mesa de centro. – Gepeto empilhava os móveis todos ali no canto e jogava alguns colchões e cobertas por aqui onde passávamos a noite. É engraçado porque quando somos pequenos nossa noção de espaço é diferente, e eu achava que essa cabana era bem maior do que agora.
Emma tinha um sorriso saudoso no rosto e saber que eu morava na casa onde ela teve momentos felizes me trouxe uma paz. Como se eu fosse responsável por trazer essas lembranças a ela.
- Isso é bom, não vou precisar te apresentar a casa, afinal você deve conhecê-la melhor que eu. – Fiz um sinal com a cabeça para que Emma viesse comigo até a cozinha. Quando entramos no cômodo, apontei rapidamente meu dedo indicador para o chão e me virei para a loira. – Bem, esse foi o resultado.
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sou•nós
Romance"Eu fugi de casa e do inferno que minha vida se tornou. No meio da minha fuga, me deparei com um paraíso na terra chamado Storybrooke. Apesar de estar determinada a não formar laços afetivos na nova cidade, não consegui cumprir esse objetivo ao conh...