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Acordo e me sento na cama, sem saber o que fazer. Já não tinha quase forças pra continuar, e o que eu não queria fazer agr, era ter que ir embora, longe de quem eu mais amava e que estava me consolando nesse dia nublado. Meus amigos.
Fazia 1 semana desde o ocorrido, e eu ainda não acreditava. Pra falar a verdade, ninguém acreditava nisso. Green era amado por todos a sua volta, era alegre, e tinha o poder de fazer qualquer um sorrir. A nossa cidade estava em profundo luto por ele e nossa família. Ao longo dessa semana, recebemos muitas cartas e várias outras coisas, dizendo sempre a mesma coisa:" sentimos muito pelo o que aconteceu com o Johny, estaremos aqui pro que precisarem". já não aguentava mais todos sentindo pena de nós.  Sei que tbm sentiam muito por isso, mais queria apenas meu espaço, meu quarto, único lugar que eu me sentia segura agr longe do abraço dele. Eu o amava, e o tiraram de mim, amava meu irmão, com todas as forças e eu o perdi, e nem pude me despedir. Eu literalmente perdi uma parte de mim.

  Finalmente levanto da cama , mesmo sem querer, vou ao banheiro e lavo o rosto, percebendo as olheiras de noites mal dormidas. Visto uma roupa qualquer e pego minhas malas, ainda na esperança de meus pais repensarem essa decisão.
Assim que desço as escadas, me encosto  no corrimão e olho meus pais em silêncio. Eles tbm não tem dormido direito, ninguém tem, nem mesmo Paul e Tony, que dormiam mais que qualquer um. Me aproximo ainda quieta e me sento a mesa. Não conversamos a dias, ninguém come a horas. Estávamos horríveis, e isso estava estampado na nossa cara. Eis que minha mãe quebra o silêncio entre nós:

- Bom dia querida. Dormiu bem?

- O que acha mãe? Eu não dormi nada bem, assim como vcs. Eu estou péssima

- Sim querida, eu e seu pai não conseguimos dormir a um bom tempo. Sentimos muita falta dele.- disse com os olhos cheios de lágrimas-.

- Muito filha, uma tragédia como essas não será esquecida tão fácil. A perda de um filho e muito grande, principalmente para sua mãe-. Disse passando a braço pelo ombro da mamãe-.

- Eu sei.

Foi a última palavra. Me veio um flashback na mente, relembrando de tudo. De cada momento. Não sei qual mais doeu. A hora que eu vi, com meus próprios olhos, meu irmão quase morto, no chão, ou quando recebemos a notícia de que ele não resistiu.  Lembro como se fosse ontem, eu e toda minha família, pasmos,  querendo que fosse mentira, que fosse apenas mais uma de suas brincadeiras sem graças, mais minutos pensando, a ficha finalmente caiu. Que o meu irmão havia morrido. Uma parte de mim, naquele mesmo instante, morreu. Se perdeu pra todo sempre. Que eu nunca mais levaria um sermão dele, nunca mais ganharia um abraço de urso dele, nunca mais o veria...

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