Capítulo 3

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Alice

Eu só podia estar ficando maluca. Você é meu? Meu? O ciúme me deixou cega a ponto de cometer essa gafe. Uma das características que puxei de meu pai foi o ciúme, eu tinha ciúme até mesmo das minhas amigas, se elas saiam com outras amigas eu ficava enciumada, mas sempre tive tudo sob controle, até esse momento.

Se eu pudesse cavar um buraco para me enfiar dentro eu faria isso, se eu pudesse voltar no tempo e mudar o que eu disse também o faria. Mas na vida real não podemos mudar o que nós falamos, por isso como minha mãe sempre me ensinou, devemos pensar bem antes de falar alguma coisa, pois uma palavra lançada não poderia voltar. Era como uma flecha que uma vez lançada no ar, não tinha como voltar.

Estávamos os dois no ônibus agora, em um silêncio constrangido, fingi estar admirando a vista de Roma através da janela, era a minha fuga já que meu celular estava quase sem bateria.

— Nápoles é enorme. É uma das cidades mais populosas, como iremos encontra-la só com essa pista? — Marcel me despertou dos meus devaneios, é óbvio que ele havia esquecido minha gafe, estava preocupado em encontrar sua mãe biológica.

— Hey, já sabemos a profissão que ela exerce, então iremos procurar em lugares específicos. — Confortei-o, minha mão foi automaticamente na direção da dele, mas a contive, tocá-lo não era uma boa ideia.

— Isso vai ajudar, claro, mas ainda assim... — Ele deu de ombros.

— Confie, vai dar tudo certo, nós vamos encontrá-la.

— Às vezes eu desejo que...— Ele balançou a cabeça.

— O quê?

— Nada.

— Marcel, você sabe que pode me contar tudo, o que você deseja? — Ele fechou os olhos por um momento e deu um suspiro longo.

— Às vezes eu desejo não encontrar ela. Nunca. — Ele riu sem humor. — Louco não é mesmo? Estamos aqui para encontrá-la e às vezes eu desejo que essa busca seja em vão.

— Não é louco. — Desta vez não resisti e segurei em sua mão. — Eu entendo você, você quer encontrá-la para tirar esse peso daqui de dentro. — Apontei para seu peito, mas ao mesmo tempo teme encontrá-la e sair ainda mais machucado.

— Sim. Mas quero encontra-la e acabar logo com isso. Para poder seguir com a minha vida em paz.

— O que pretende fazer depois de encontrar com ela?

— Quero trabalhar com o que gosto, arquitetura, acho que vou abrir um escritório na cidade. Papai disse que me ajudaria a entrar em uma empresa de renome se eu quisesse, mas quero montar meu próprio escritório e criar meu nome sozinho, talvez antes disso eu tente entrar em uma empresa, talvez trabalhe em uma por um ano para adquirir experiência.

— Como você se vê daqui cinco anos? — Perguntei, Marcel apenas havia falado da sua vida profissional, queria saber dos seus planos para a vida pessoal.

— Cinco anos é muito tempo, nem sei se vou estar vivo amanhã. — Ele riu e eu dei um soquinho em seu braço.

— Não vale usar a frase da mamãe. — Minha mãe sempre dizia isso, que vivia um dia de cada vez, pois não sabia se estaria viva amanhã.

— Eu realmente não sei como estarei daqui cinco anos Alice, mas quero um dia me casar e ter filhos como todo mundo, não é mesmo?

— Nem todo mundo quer isso, às vezes as pessoas só querem ter muitos cães e gatos. — Minha frase o fez rir. — Eu não sei se estarei casada e com filhos daqui cinco anos, mas sei que terei muitos cães e gatos.

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⏰ Última atualização: Mar 26, 2019 ⏰

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Amor Proibido - Spin-off de Paixão ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora