Amor

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Natsu havia acabado de chegar a Fairy Tail. Estava com medo, inseguro, porém escondia todos esses sentimentos para si próprio, ocultando a própria fraqueza e mágoas. A busca por Igneel o havia trazido até ali e mesmo após as informações negativas que lhe foram dadas, o garoto ainda tinha esperança de reencontrar seu pai. Foi uma grande decepção ao rapaz quando Makarov, o mestre da guilda, lhe informou que não sabia o paradeiro do dragão de fogo. O velho homem ficou impressionado pela personalidade e pela determinação que o pequeno jovem apresentava e sabendo que a criança não tinha um lugar para retornar lhe propôs que entrasse para a Fairy Tail. De muito bom grado, o jovem aceitou, na fé que poderia encontrar o pai em uma das várias missões que o lugar oferecia.

Conheceu pessoas boas naquele recinto. Macao já o ajudava com magia de fogo; Lisanna era como sua irmãzinha; Cana era divertida; Mirajane era assustadora; Gray era um idiota exibido; Guildarts era forte; Makarov era um senhor gentil... Todos ali tinham algo que cativavam a pequena criança de certa forma, porém, dentre todas essas pessoas e as demais, apenas uma única pessoa era dona de sua total admiração e consideração. Sua melhor amiga, Erza.

Diferente aos olhos de Natsu, Erza era a garota mais interessante da guilda. Seu passado desconhecido, sua beleza encantadora, seu temperamento... tudo era resumido em curiosidade extrema. A jovem atraía-o de tal forma que ele mesmo ficava atordoado e confuso sentimentalmente. Isso o levava a grandes loucuras como arrumar brigas na guilda para receber a atenção da jovem ou até mesmo provocá-la a sua maneira. Não era a melhor maneira já que suas únicas conquistas eram os inchaços constantes em sua cabeça após receber os golpes da garota.

Foi um dia, porém, que algo diferente aconteceu. O rapaz estava correndo pelas ruas de Magnólia quando ao passar perto do rio avistou Erza sentada sobre a grama e a encarar as águas correntes. Sabia que era ela, pois a cor escarlate em seus cabelos não era comparada a mais nada, sendo única no mundo. Natsu se aproximou correndo com um largo sorriso, mas ao chegar a uma certa distância, a visão de lágrimas caindo de um dos olhos da garota era claramente visível.

O rapaz parou logo em seguida, em choque com aquela visão. Nunca imaginara que aquela que lhe despertava tanta admiração e felicidade poderia derramar lágrimas como se fosse... humana. Sim, Erza ainda era uma simples humana, assim como ele. Só de pensar o que poderia ter acontecido para que esta se encontrasse em lágrimas silenciosas o fazia submergir em ódio e usá-lo como combustível para suas ações. Sua face tomou uma expressão sombria e o calor das chamas que o rodeavam se tornara tão assustador que até mesmo a jovem ali sentada pôde sentir algo de estranho perto de si. Erza rapidamente se levantou e voltou-se para trás. Quando seus olhos se encontraram com a imagem de Natsu em fúria, o espanto tomou sua face. Rapidamente, secou suas mágoas e tentou parecer forte, mas não havia como esconder a verdade.

– Foi o Gray, não foi? – a jovem demonstrou dúvida em seu olhar, encarado o rapaz a sua frente ainda surpresa. O jovem estava convencido que alguém a havia magoado. – Ou foi Mirajane? Eu não vou perdoar quem a fez chorar.

– Natsu? – a jovem não conseguia entender o motivo de tanta raiva contida nas expressões e voz do amigo. Ainda assim, ela tentou se esclarecer. – Ninguém me chateou.

– Como não? Você estava chorando. Diga-me quem foi e eu farei a pessoa pagar. – raivosamente e visualmente determinado, o jovem estalava os dedos como quem partiria para uma briga séria em alguns instantes.

– Não era nada. – a jovem desviou o olhar ressentido e hesitante que transmitia. Ela não queria ser fraca na presença do outro.

– Você não chora por nada, Erza.

– Eu não quero dizer nada sobre isso.

– Não confia em mim?

– Não é isso. – protestou. – É doloroso dizer... até mesmo para você, Natsu.

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