Angels

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Quantas já haviam sido? Seis, sete? Sora não fazia a menor ideia de quantas jarras de vinho já haviam sido tomadas pelos dois. Contudo, achava incrível como Ataratsu conseguia entreter tão bem seus convidados.

O local era relativamente escuro tendo apenas como iluminação as luzes multicoloridas das diversas estrelas que pairavam tão próximas de suas cabeças. A mesa de vidro estava cheia de jarras vazias de álcool, enquanto outras, ainda lotadas até a boca, exigindo que fossem esvaziadas. Não sendo apenas a bebida presente no móvel, as cartas eram lançadas sem parar para o divertimento de ambos. À sua frente, sentada em um confortável e macio travesseiro gigante moldado em um assento, Ataratsu continha os olhares mais perversos da sala, devorando o rapaz com aqueles olhos felinos dourados como ouro que brilhavam sob a luz presente. Sora não se sentiu nem um pouco incomodado, mas sim excitado e totalmente ereto. Adorava quando a deusa o comia com os olhos. Além de aumentar seu ego, poupava-lhe de ficar louco, perseguindo-a insanamente.

– Parece que eu ganhei esta rodada. – sensualmente, a bela deusa colocou as cartas na mesa, demonstrando o enorme decote na região de seus seios. – Royal Straight Flush.

Game Over, então... – o rapaz sorriu maliciosamente. Sendo um jogo casual e contra a deusa da sorte, não se importava de perder algumas vezes. Ou melhor, teve que se acostumar com a ideia de que nem sempre se era possível ganhar da sorte em pessoa.

– Creio que nunca o vi tão aceitável em uma derrota. – provocou a jovem, mesmo sabendo que o rapaz já havia começado a aceitar que a sorte, às vezes, era superior contra o melhor jogador.

– Talvez seja a bebida.

– Ora... – Ataratsu se levantou e caminhou até o jovem. – Gostaria de mais um pouco?

– Talvez mais tarde. – ao responder, o rapaz segurou o gemido ao que a deusa montou em seu colo e ficara provocando sua intimidade com a dela.

– Tem certeza que é apenas a bebida? – provocou a jovem novamente, bebendo mais um pouco de vinho assim que alcançou a caneca de Sora sobre a mesa atrás de si e jogando-a para qualquer canto assim que bebeu todo o conteúdo.

– Desse jeito, eu não consigo dizer que é apenas isso. – o rapaz acariciou as costas da deusa desorientado, porém maravilhado com isso.

– Fico feliz que tenha aceitado meu convite. – a jovem sussurrou no ouvido do rapaz, fazendo-o arrepiar-se por completo.

– Sinceramente, eu não viria. – Sora começou a alisar as enormes e macias asas brancas nas costas da deusa, apreciando aquela textura. – Depois do nosso trato de auxílio, você não apareceu quando a chamei.

– Ficou chateado? – Ataratsu mordiscou a orelha do rapaz e este gemeu em protesto.

– Foi o gelo mais duro que recebi.

– Sou uma deusa atarefada, muitas vezes.

– É bom aproveitar enquanto pode. – o humano segurou a longa e felpuda cauda avermelhada da jovem para vingar-se, mas ao que esta gemeu em excitação o rapaz acabou por suspirar do mesmo modo. – O apocalipse já está chegando.

– E acha que pode me derrotar? – a deusa usou suas unhas afiadas e grandes para acariciar o rosto do rapaz e este demonstrou grande aprecio pelo contato. – Eu criei cada criatura deste mundo, dando dotes específicos a cada raça. Eu conheço melhor do que ninguém vocês, humanos, e eu sei do que são capazes... e é por isso que os amo. Mas a sorte sempre está acima das habilidades de qualquer criatura... – Ataratsu lambeu a orelha de Sora, que a excitou ainda mais com a apreensão de sua cauda com mais força. – Até mesmo dos outros deuses.

– Quando eu for Rei, você será minha. – o rapaz sorriu perversamente. – Então é melhor você correr.

– Talvez eu não queria correr. – a jovem lambeu os próprios lábios. – Que tal um voto entre nós?

– Voto?

– Um voto entre duas almas é mais poderoso que as regras do Rei... são promessas absolutas.

– E o que tem em mente?

– Quando você for rei, eu serei sua, mas você será meu.

– Isso é algum tipo de união?

– Pense como for. Você sabe que não me interesso pela política.

– Então, por que me quer? – o rapaz sorriu travessamente.

– Porque eu quero ter apenas para mim o homem mais poderoso do mundo. – a jovem rebolou sobre a intimidade do rapaz e este gemeu maravilhado.

– Isso é ainda pior que casamento.

– Não aceita?

– Não foi isso que eu disse. – ambos sorriram maliciosos e a deusa sentiu-se vitoriosa.

– Então este voto será feito e concretizado o momento estimado. Você será meu e eu serei sua até o fim dos tempos. Devo lembrá-lo que será apenas a mim que terá como mulher.

– Eu não ligo pra isso. Você é metade de todas as raças mesmo.

Ataratsu sorriu ainda mais. Ela finalmente teria Sora para si. Aquele homem a fascinava absurdamente e imaginou que graças a bebida este aceitou seu pacto. Porém, o rapaz também almejava por si só. Ele nunca desejou tanto uma mulher como ela, superando até mesmo seu gosto pela vitória e pelos jogos. A deusa pegou uma jarra farta, bebeu-a quase inteira e, segurando uma parte em sua boca, forçou seus lábios contra os de Sora ferozmente em um beijo urgente, fazendo-o beber o líquido e selando seus votos. Vinho escorria pela boca do rapaz, mas ambos só pensavam em continuar aquele beijo ardente maculado de pura luxúria.

Desesperado por mais contato, Ataratsu retirou a camisa de Sora e seu top, deixando as peles atritarem de forma provocante. Enquanto o rapaz tentava apreciar os macios seios fartos da deusa com as mãos, mesmo que inexperiente neste quesito, a jovem o entorpecia e o enlouquecia com beijos, mordidas, lambidas e chupões desde a boca até os ombros do mesmo. Eles não parariam por ali. Seus corpos necessitavam do contato urgente. O desejo e o vício eram o que os moviam naquele instante. O calor, a textura, o cheiro... tudo era motivo para continuarem aquela dança e linguagem corporal.

– Parece que este anjinho quer terminar o que começou... – Ataratsu riu maliciosamente ao que abria e retirava o membro pulsante e rígido de dentro das vestimentas do rapaz. – Que anjinho mau.

– Desse modo, até mesmo os anjos podem ser ruins... – Sora ousou em ir um pouco mais e arrebentou a peça íntima que a deusa usava debaixo da saia provocante e de origem árabe.

– Então, o que estamos esperando?

E ali mesmo queimaram seus sentimentos obscuros e pecaminosos. Entre a valsa da luxúria, gritos e gemidos eram pronunciados de forma sem pudor ou receio. Mesmo que Shiro estivesse dormindo um pouco mais afastada dos dois, a sua presença não era nem um pouco incomoda ou uma barreira para ambos.

Sendo assim, eles não faziam a menor questão de perdurar aquele ato até que estivessem inteiramente satisfeitos.

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