Capítulo Onze

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Eu teria arrancado o metal brilhante de seus dedos imundos exceto que eu fui arrastada para trás. O braço de Ayden estava envolto nas minhas costelas por cima do corte no meu lado, mas lutar era doloroso. Seu aperto afrouxou, mas seu corpo continuou me provocando.

— Deixa essa passar — ele sussurrou perto do meu ouvido. Então mais alto — Tristan.

Todo mundo estava de pé. Tristan parou na minha frente, escovando algumas mechas loiras de seu rosto, e lambeu os lábios.

— Aurora, por favor se acalme. Você está exagerando.

— Oh, essa é boa. — Eu carreguei minha voz com sarcasmo amargo.

Um sorriso titubeou nos cantos da boca de Tristan. — Deixe-me explicar.

O problema reuniu uma tensão repentina nos meninos. O australiano lançou um aviso. — Cuidado, amigo.

Meu vizinho acenou para ele. — Matthias — falou para o australiano — Eu sei o que estou fazendo. — Ele acenou para Ayden me soltar.

Eu o olhei, mas fui distraída ao ver anéis prateados de ametista em volta das pupilas de Tristan, expandindo-se em direção a borda da íris, e mudando de cor como na noite passada. Deus, eu estava começando a crer que esses meninos não eram normais. Então, igual a noite anterior e mais cedo no estacionamento, uma dor irrompeu atrás da minha cabeça. Só que dessa vez foi muito pior. Minhas mãos embalaram meu couro cabeludo.

— Mas o que? — Retrocedi, porém, minha visão, já borrada, custou o meu equilíbrio. Bati contra um muro de pedra, deslizando pela superfície áspera em câmera lenta, minhas pernas com a consistência de gelatina. Fiquei lá, respirando pesadamente, envergonhada por seus olhares, mas não confiava em mim mesma para ficar de pé.

Me sentei para olhá-los.

Desejei ter praticado no espelho, então eu estaria segura de um efeito ameaçador que transmitisse a maior quantidade de coisas pouco caridosas que eu poderia pensar, e esperei que meu olhar rivalizasse com um espetáculo de fogos de artifício de 4 de julho.

O australiano levantou uma mão para bloquear o movimento de Tristan em minha direção. Blake murmurou algo. O australiano negou com a cabeça. O zumbido nos meus ouvidos deu lugar a vozes abafadas, bandejas batendo.

O mundo flutuou de volta ao foco. O rosto de Jayden estava subitamente perto do meu porque apesar dos protestos do australiano, ele se agachou na minha frente. Eu não tinha forças para deter suas mãos frias de enquadrarem o meu rosto e movê-lo para frente e para trás, sua concentração me lembrou do meu pai. Um polegar levantou minha pálpebra. Definitivamente como meu pai.

Afastei e golpeei minha cabeça na parede. — Ai.

Silencioso, Jayden puxou minha cabeça para baixo para inspecionar minha nova ferida, esfregando seus dedos ao longo da parte posterior de meu crânio até a minha nuca.

— Suas pupilas estão sensíveis e a contusão é leve. Não está claro se a condição dela é-

Como se estivessem se movendo pela lama, minhas mãos finalmente o empurraram, mas senti uma picada no couro cabeludo. Jayden estudou os fios de cabelo que ele tinha arrancado da minha cabeça.

— Jayden! — Um deles o repreendeu.

— Não tinha certeza se os primeiros que adquiri tinham raízes suficientes.

Com minha cabeça ainda confusa, eu esperava não ter ouvido bem.

Olhei para o australiano e mantive meu tom razoável. — Eu não quero problemas. Só as minhas coisas de volta.

#1 - Demons At Deadnight (Divinicus Nex Chronicles) Onde histórias criam vida. Descubra agora