Capítulo Quatorze

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Os meninos entraram no salão de jogos. Eles não me viram. Provavelmente porque eu os estava observando através do monitor do quarto secreto super legal aonde eu mergulhei antes da parede se fechar.

Uma extremidade abrigava um banco com grandes monitores de computador suspensos em um semicírculo acima de uma mesa curva. Eles acenderam quando eu entrei e um deles me mostrou o que estava acontecendo no salão de jogos. O resto mostrava diferentes partes da casa e dos arredores da cidade, incluindo a escola. Um até mesmo mostrava uma vista da parte exterior da minha casa. Pelo ângulo, a câmera deve estar montada na casa de Tristan. Jesus, isso era arrepiante.

Luzes piscaram na mesa com um alucinante monte de botões e alças embutidas na superfície. No centro da sala havia um enorme monitor transparente do tamanho de uma tela de um cinema drive-in. Espalhados abaixo haviam várias mesas de metal elegantes que me lembravam de gabinetes de arquivos, mas sem alças ou fechaduras. Havia escritas nas laterais que se assemelhavam a hieróglifos.

Sons borbulhantes e odores químicos vieram de outra extremidade da sala. Um brilho iluminou um elaborado laboratório de alta tecnologia completo com líquidos coloridos fervendo em frascos. Tubos e provetas pairavam sobre chamas controladas. Estantes de jarros de vidro continham coisas que eu não estava próxima o suficiente para ver e nem queria estar. Essa extremidade da casa alojava computadores e equipamentos estranhos, de aparência cara que revestiam a parede e as mesas, e armários de vidro com temperatura controlada.

No geral, o lugar parecia como uma sala de controle de uma nave especial de uma super raça alienígena. Só que mais avançada.

Quem eram esses garotos?

Ouvi meu nome e me concentrei no monitor da sala de jogos.

— Vamos lá, Aurora é o único fator comum — Blake insistiu em uma voz que indicava que ele já havia dito isso antes. Ele inclinou sua massiva estrutura sobre a mesa de bilhar para alinhar uma tacada. — E se eles descobrirem que você está escondendo algo, estamos todos aqui para isso. — O braço dele estremeceu. As três bolas erraram o alvo. — Esse tipo de estresse me deixa desconfortável.

No bar, Matthias sentou em um banquinho com os pés para cima e suas mãos ao redor de um copo alto e opaco de - leite achocolatado? Ele sacudiu a cabeça.

— Eu não quero me arriscar sem tem certeza, amigo. Não sabemos se ela está envolvida. Tristan disse que a verificação preliminar de antecedentes se mostrou limpa. — Tristan acenou enquanto ele passava giz em seu taco. — Se ela tem algo a ver com a atividade demoníaca, determinaremos o nível de ameaça nós mesmos e a neutralizaremos.

— Ah-há! — Apontei para a tela. Eles disseram atividade demoníaca. Um grande peso que eu não tinha ideia que estava me sufocando deixou meu peito. Eu não estava doida. Limpei meus olhos repentinamente molhados e funguei com força, engolindo o muco porque um olhar ao redor revelou que salas futuristicamente secretas não viam a necessidade de lenços de papel.

Eu não estava doida. Eu realmente não estava doida. Esses garotos viam demônios também. Parecia provável depois dos acontecimentos de hoje, mas isso confirmou tudo. Nós podíamos sermos todos loucos, mas pelo menos tínhamos o mesmo tipo de loucura. Funguei novamente e usei a minha manga. Eu me senti tão aliviada e-

Espera um minuto.

Neutralizar? Eu encontrava alma gêmeas e eles queriam me neutralizar? Isso soou... ameaçador.

— Eu concordo. O excesso de escrutínio por parte da sociedade não é bom. — Ayden descansava ao lado da lareira estendendo suas mãos para o fogo e movendo-as no ritmo da batida retumbando do sistema de som. As chamas dançavam um ritmo estranho orquestrado pela música. — Se o Alto Conselho descobrir o que podemos fazer, seremos os próximos recrutas de Sicarius. Ninguém quer isso.

#1 - Demons At Deadnight (Divinicus Nex Chronicles) Onde histórias criam vida. Descubra agora