Capítulo Quinze

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Pisquei contra o brilho repentino da luz solar através da grande janela e bati meu quadril na quina de uma mesa. Uma lâmpada balançou. Eu a peguei antes que caísse e pulei quando a parede atrás de mim se fechou.

Um rápido olhar revelou que a sala estava vazia. Soltei o fôlego e fui para debaixo de uma estante, olhos cintilando. A tranquila decoração zen de azul e verde sutis deveriam ter acalmado meus nervos em frangalhos. Não acalmou.

Fui devagar para além da cama de plataforma baixa de madeira escura brilhante e senti uma lufada de incenso que queimava uma essência almiscarada familiar.

Um ruído estalou a minha direita. Girei e agarrei a arma mais próxima que pude encontrar. Uma fonte espirrou para a vida, uma cascata gotejando um minijardim de pedras. Alarme falso? Claro. Mas diga isso para o meu coração martelando.

A arma que eu apertei tão desesperadamente era um pequeno ancinho para o pequeno jardim de pedras que era simplesmente uma enorme estupidez, pois por que alguém pensaria que revolver terra e pedra, pequena ou não, traria alguma serenidade, estava além de mim. Pessoas normais chamam isso de fazer tarefas.

Eu estava pronta para lançar o ancinho e fazer minha louca escapatória quando alguma coisa me parou. Numa prateleira alta próxima a um chapéu de cowboy de criança tinha uma duplicata emoldurada da foto que mamãe tinha encontrado. Nosso grupo. Fardos de feno, cavalos, poses estupidas. Eu a alcancei.

— Posso oferecer algo?

Girei, arruinando bugigangas enquanto batia contra as estantes.

O olhar divertido de Ayden estava a somente alguns pés de distância. Ele vestia uma camiseta e jeans, os pés descalços. Dei conta disso porque meus olhos caíram quando vi o botão do topo de seus jeans aberto. Uma mão alcançou atrás de sua cabeça fazendo que sua camiseta subisse deixando pele nua, entre a camiseta e as calças, uma generosa porção de pele esticada. Isso foi... wow... de repente ficou quente aqui.

Guinchei algumas vezes antes de conseguir um legitimo — Oi — meu tom excessivamente brilhante.

— Olá. — Ele arrastou essa palavra em uma voz baixa e suave que acariciou meu corpo inteiro, me envolveu como uma toalha grossa diretamente da secadora, quente contra a pele nua, afugentando qualquer frio-

Uau, calma garota. Lembrei a mim mesma de respirar e não ficar louca para cima do traficante de demônio. A parte da respiração funcionou.

— O que você está fazendo aqui? — Ele olhou ao redor. — E como você entrou?

— A empregada — Limpei a garganta — me deixou entrar. Me mandou até aqui.

A testa dele se franziu. — A empregada? Você quer dizer o Sergei? Eu não o chamaria disso na cara dele. Eu não acho que ele esteve aqui hoje. E não creio que ele falou para você subir sem nos dizer.

Sergei? O cartel russo estava envolvido também?

— Não um homem. Uma mulher. De uns trinta anos. Bonita. Altiva. Assim de altura. — Usei minhas mãos no ar para aproximar a altura dela. Ayden negou com a cabeça. — Ah, qual é. Vestindo uniforme de empregada francês? Certamente você recorda disso. E o cabelo com mechas lavanda?

Ele riu e colocou ambas as mãos atrás da cabeça. A camisa subiu um pouco mais.

Olhos para cima, Aurora, olhos para cima!

— Boa tentativa. Esse é o tipo de empregada que você pensa que teríamos? Uau. Não sei se me sinto insultado ou lisonjeado. — Ainda sorrindo, ele cruzou os braços sobre o peito. Isso ajudou. Um pouco. — Bem, vamos ignorar o como por agora. Por que você está aqui?

#1 - Demons At Deadnight (Divinicus Nex Chronicles) Onde histórias criam vida. Descubra agora