Pelo menos não foi a minha porta. O Padre Bancroft se instalou na metade oposta do confessionário. Uma cortina de veludo vermelho se pendurava na abertura retangular da parede de madeira talhada entre nós, proporcionando privacidade e anonimato, mas não me atrevi a respirar.
— Desculpe-me. Eu não tinha ideia de que alguém estava esperando. Vamos pular as formalidades e me diga como eu posso te ajudar.
Fiquei boquiaberta para Ayden que parecia tão chocado e desprevenido quanto eu. Que pesadelo. Presa entre o cartel de drogas do demônio narcotraficante e seu parceiro, o padre-assassino. Ayden se abaixou e fez um movimento de continue com sua mão. Balancei minha cabeça não. Logo reconsiderei minhas opções.
— Olá, Padre — disse eu. — Estou com um pequeno problema. Se as pessoas querem que você mantenha segredos e minta para elas, mas elas não te dão algo razoável, como a verdade, o que você deveria fazer?
As características de Ayden retumbaram em um olhar ameaçador, mas eu podia ver sua batalha por confiança. Ele me deu um movimento tenso de cabeça, que eu ignorei.
— Bem — Padre Bancroft disse — é sempre difícil–
— Quero dizer — sorri para Ayden e suavizei minha voz — se eles me dessem algumas respostas sinceras, e não me ignorassem, eu provavelmente me sentiria diferente. Mas por outro lado, sinto como se tivesse que arrancar isso do meu peito. Dizer-lhe tudo. Agora mesmo.
Os olhos de Ayden se entrecerraram até parecerem fendas homicidas. Ele pronunciou — Bem. Falaremos.
Então tivemos toda uma conversa silenciosa–
— Quando? — Articulei.
— Hoje à noite — ele articulou de volta.
— Promete?
Ele levantou dois dedos para Palavra de Honra de Escoteiro o que era irritante porque eu não achava que ele tivesse muita honra – de escoteiro ou de outra coisa – e a promessa veio com um olhar presunçoso. Mas lhe dei um dos meus e assenti.
Cortei o que quer que fosse que o Padre Bancroft estava dizendo. — Desculpe por desperdiçar seu tempo, Padre, mas isso foi um erro.
— Nunca é um erro buscar ajuda quando você está com problemas. Normalmente sou muito bom nisso. Talvez você queira falar sobre alguma outra coisa. Família? Escola? Um garoto?
Bufei.
— Então é um garoto.
— Pffft. Mais como garotos — murmurei. — Plural.
— Oh.
— Não, não. Não dessa forma. — Ignorei os esforços de Ayden de não rir em voz alta. — Eu não gosto deles. Nem mesmo gosto-gosto deles. — Oh, ótimo. Agora eu soei como uma idiota imatura. Os ombros de Ayden estavam tremendo. Enterrei meu calcanhar em seu estômago. Ele deixou escapar um grunhido de ar. — Um deles é a mais detestável dor no–
— Então é dele que você gosta-gosta.
— Não seja estúpido – quero dizer, por que você diria isso?
— Foi só algo em seu tom. Mas eu poderia estar errado. Continue.
— Sem ofensas, mas se esse é o melhor que você pode me dizer, você não é tão bom quanto você pensa.
Ele riu. — Bom o suficiente. Talvez nos comunicássemos melhor cara-a-cara. A santidade do confessionário ainda se aplica então não se preocupe–
Perdi o resto porque Ayden abriu a porta e me arrastou para fora.
Blake estava bloqueando a porta de Bancroft e apontou para Jayden, Logan e Tristan freneticamente acenando de uma porta lateral. Ayden tomou a minha mão, e seguidos de perto por Blake, corremos através da saída.
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#1 - Demons At Deadnight (Divinicus Nex Chronicles)
ParanormalDurante dezessete anos para Aurora Lahey a sobrevivência tem sido um estilo de vida. DESTINO DEMONÍACO Aurora tem o superpoder mais inútil do planeta, e isso só liberou um esquadrão do inferno. Os demônios estão à caça, sobrevivendo apenas para cort...