Capítulo Trinta

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A água congelante estremeceu meus pulmões para uma paralisação quando meu corpo mergulhou sob a superfície. Minha mente correu através da água como um golfinho em velocidade turbo. A luz da lua filtrava de cima, e então eu fui arrastada para baixo.

Escuridão me rodeou. Eu não conseguia respirar. Arranhava. Eu respirei e meus pulmões foram preenchidos com líquido. Eu lutei e arranhei na escuridão, mas apenas me senti afundando, sufocando. Uma série de luzes ondulantes limitavam minha visão periférica, pulsando mais perto.

— Tirem-na!

— O que era aquilo?

— Ela está respirando?

Frio golpeava enquanto o vento noturno penetrava através das minhas roupas úmidas. Eu estava na praia. Alguém me girou de lado e colocou uma mão nas minhas costelas. Meu estômago revirou. Água jorrou da minha boca criando mini afluentes e lagoas na geografia da areia. Eu empurrei em meus joelhos, tossindo, batendo a areia em meu ombro e sacudindo para longe, arranhando em minhas roupas, me sentindo sufocada.

Ayden ficou de pé e estendeu os braços para manter o resto dos garotos atrás.

— Aurora. — Ele estava tentando não gritar. — Você está bem? O que aconteceu?

— Um... — O tremor no queixo tornava difícil falar. — Um demônio. Eu –

Ayden amaldiçoou e fechou a distância entre nós em uns poucos passos rápidos. Ele prendeu suas mãos em cada lado do meu rosto, seus olhos parecendo incandescentes. Calor penetrou na minha pele. A quentura e a pressão das suas mãos firmaram minha mandíbula trepidante.

— Um demônio — Eu sussurrei. — Na á-gua. Tentou... me afogar.

Sem tirar os olhos de mim Ayden gritou Jayden! sobre seus ombros, mas seu irmão já estava correndo doca abaixo seguido por Blake e Logan.

Todos eles mergulharam para fora da doca dentro de segundos. Com minha visão embaçada, pareceu como se a água subisse em uma onda para pegá-los e carregá-los para o lago.

Matthias pisou na minha frente.

— Tristan mantenha um olho no final da doca. — Ele me olhou como se eu fosse uma praga tóxica. — Quem diabos é você?

Eu vomitei em seus pés.

***

Ayden me carregou, gotejando úmida e cheirando a sanduíche de salame recentemente vomitado, para o quarto de hóspedes no andar superior, e me sentou em uma cama de dossel grande o suficiente para Paul Bunyan. E seu boi.

— Eu estou ensopada. Eu vou arruinar a –

— Não se preocupe com isso. — Ele puxou o grosso edredom de pele verde-floresta dos cantos e o agasalhou em volta dos meus ombros trêmulos. Deu um último puxão apertado e pronunciou um firme — Fique.

— Au – au — Eu repliquei.

Ele me deu um olhar de tanto faz e com a energia do Chapeleiro Maluco acendeu as luzes, agarrou um manto macio do closet, e me empurrou para o banheiro para tomar banho. No momento que ele desenrolou o edredom e me carregou para o banheiro, ele emitiu vapor. Ele me sentou em um banco e agachou-se, escovando de volta os escuros cachos polidos rebocados no meu rosto. A neblina que serpeava ao nosso redor embaçava seus traços, linhas de preocupação entalhadas profundamente.

— Você está a salvo, mas nós precisamos aquecê-la.

Seu cabelo negro azulado caiu em sua testa dando a ele um olhar jovial em contraste com a expressão séria, olhos da cor de expresso triplo manchado com doce de manteiga e açúcar mascavo adornados com aqueles cílios ridiculamente longos. Estudei a linha forte de sua mandíbula enquanto ele falava, a forma de seus lábios enquanto eles moldavam sílabas soando levemente abafadas, como se eu ainda estivesse sob a água. Eu pensei sobre beijá-lo. Hey, isso tinha se provado uma boa técnica de aquecimento antes, então para propósitos médicos apenas...

#1 - Demons At Deadnight (Divinicus Nex Chronicles) Onde histórias criam vida. Descubra agora