A explosão atingiu uma fração de segundo antes do calor. A força demolidora impulsionou Jocelyn e eu no ar. Eu queria tapar os ouvidos do som ensurdecedor, mas em vez disso, passei meus braços em torno da irmã de Ayden quando eu passei por ela. Nós voamos pelo ar, roçamos as rochas, e caímos pesadamente além no chão áspero. Levantei, trêmula e cuspindo sujeira.
Jocelyn não estava se movendo.
Mas ela estava respirando. Um som chiado, mas era constante. Arrastei-a contra a maior pedra que se projetava com uma saliência que a protegia dos destroços. Alguns pedaços flutuantes brilhavam em chamas, bonito e perigoso. Olhei sobre o nosso abrigo.
Uma parede de chamas, grande demais para vir de um carro, chegou tão alto que parecia lamber as estrelas, iluminando a noite em dia. Uma figura caminhou em nossa direção, de costas para o fogo. Eu congelei.
Couro preto brilhou contra o fogo. Brasas dançantes choveram em torno dele. Eu conhecia essa caminhada, o jeito de passear, como o dono do mundo e tudo que há nele. Como se ele não soubesse ou não se importasse sobre o perigo e destruição em torno dele.
Eu gritei para ele ficar para trás, acenei os braços em sinal de advertência desesperada. Ele continuou vindo. Ele era louco? Eu afundei sobre as rochas, escorregando, raspando, gritando, chorando, lágrimas caindo em meus braços, lavando a fuligem. Outra explosão sacudiu a praia, um rugido ensurdecedor afogando minhas tentativas de salvá-lo.
Silhueta contra o brilho, Ayden levantou os braços como um pregador no púlpito, atingindo alto e largo para o céu, ou, neste caso, o inferno na terra. Ele permaneceu desafiador. O jovem Davi determinado a vencer o gigante.
Chamas rolaram, engolfando Ayden completamente. — Nãoooo! — Meu corpo tremeu com o grito.
O fogo trovejou para mim, uma bola de neve quente e escaldante, a velocidade e a grossura ganhando mais velocidade e espaço. Ar febril esfaqueou pela minha pele, chicoteando meu cabelo para trás. A massa de roda continuou chegando, rápido e feroz.
E parou a centímetros do meu rosto.
O barulho ensurdecedor me sugou para um buraco negro e deixou pouco natural a falta do som pesado em meus ouvidos. Meu cabelo levantou e dançou como se a gravidade não existisse neste casulo invisível que de alguma forma me protegia contra a massa se contorcendo de fogo. Gavinhas de chama cravadas escorriam da esfera e se arrastaram em volta do meu corpo procurando uma abertura para atacar.
Um caleidoscópio de vermelhos, amarelos, laranjas, marrons, azuis, e até mesmo branco lutou pelo domínio quando olhei em suas profundidades tão brilhantes, enquanto eu me perguntava por que meus olhos não tinham queimado para fora das órbitas. Ar que deveria ter sido quente o suficiente para me chamuscar em cinzas só gentilmente acariciou minha pele, secando as lágrimas que listravam minhas bochechas.
Nada fazia sentido. Especialmente a voz. Ela rompeu o silêncio, não gritando de terror, mas comandando, usando palavras, uma língua que eu não entendia. Com um frenesi furioso a esfera aquecida pulsou e voou em sentido inverso. Meu corpo estremeceu quando sua partida sugou cada grama de oxigênio dos meus pulmões.
Meus músculos ficaram moles, os joelhos dobraram, mas eu não fiquei consciente por tempo suficiente para sentir meu corpo bater no chão.
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#1 - Demons At Deadnight (Divinicus Nex Chronicles)
МистикаDurante dezessete anos para Aurora Lahey a sobrevivência tem sido um estilo de vida. DESTINO DEMONÍACO Aurora tem o superpoder mais inútil do planeta, e isso só liberou um esquadrão do inferno. Os demônios estão à caça, sobrevivendo apenas para cort...