O Direito de Amar - Série Apaixonados e Poderosos - Livro 5 (COMPLETO)

CAPÍTULO 27

CHRISTOPHE SUSPIROU quando olhou pela janela do avião e viu os prédios de Milão. Naquele momento, teria de enfrentar seus amigos, que deveriam estar furiosos. Nenhum deles havia falado uma palavra desde que aquela matéria vazou naquele jornal. Ele havia mandado uma mensagem a Leon e combinou de encontrá-lo em um famoso café no bairro boêmio de Brera.

Desceu no aeroporto pelo jatinho particular e quando alcançou o saguão do Aeroporto de Milão-Malpensa, andou a passos largos em direção à saída, para encontrar-se com o amigo que já o esperava no local marcado. O motorista de Leon o buscou, enfrentou o trânsito da metrópole italiana e chegou ao café. De longe, ele viu o cabelo ruivo de Leon e seus ombros tensos, o que era incomum para um empresário requisitado como ele.

De óculos escuros, Leon virou a cabeça e o viu, em seguida levantando a sobrancelha e fazendo um sinal com a mão para que Christophe se aproximasse. Ele tomava uma bebida quente e Christophe adivinhava que era cappuccino. Cara a cara com o seu amigo, o advogado sentou à mesa e se preparou para as acusações à queima-roupa.

- Vamos direto ao ponto, Christophe. Como você foi fazer uma coisa daquelas?

O advogado baixou a cabeça de vergonha e colocou a cabeça entre as mãos.

- Eu sei. Fiz uma besteira enorme e vim contar com seu apoio.

- Eu estou desapontado. Todos nós erramos alguma vez na vida. A questão é que Thomas, Marcollo e Trevor estão muito chateados com você. Nunca pensaram que pudesse mentir para todos nós.

- Muitas pessoas estão magoadas comigo. Eu errei e quebrei o coração de uma mulher. Como acha que eu me sinto?

- Deve se sentir muito mal. Mas eu sei como um homem se sente quando quer conquistar uma mulher, ainda mais uma que o rejeita. Por que acha que eu fui a Hallstatt aquela vez com Felippa? Para seduzi-la, é claro, mas acontece que eu caí na minha própria armadilha e me apaixonei. O mesmo sucedeu com você, que pensou que não se apaixonaria. Porém, eu vejo em seus olhos que ama Eulalia.

- Eu vou recuperá-la. Meu temor era perder sua amizade e a dos outros. Somos amigos há anos e cheguei a pensar que nunca mais falaria comigo.

- Eu sei. Contudo, eu me coloquei no seu lugar e o compreendi. Embora o segredo que escondeu de sua mulher fosse realmente grave. O que vai fazer para tê-la de volta?

- É surpresa e vai abismar a todos.

- Tudo bem. Faça o que tem de fazer e reconquiste sua mulher. - Leon apertou os olhos verdes. - Felippa me contou que ela sempre o amou. Eulalia o amava já naquele jantar falso que você inventou. Ela nunca escondeu seus sentimentos e sempre foi apaixonada por você. - Leon gesticulou as mãos. - Ademais, Felippa confia na amiga e sabe que esse era casamento necessário para proteger Noelle e seu futuro. Isso mostra o quão ela é humana e vai até o fim pela sua filha.

Ao ouvir a constatação de que sua esposa o amava, o coração de Christophe se aqueceu profundamente.

- Eu não vou perdê-la. - Respondeu Christophe, com determinação.

- Pois bem. Você terá que ter jogo de cintura para reconquistá-la. Não conheço Eulalia tão bem, mas tomando como base a personalidade de Felippa e Clarissa, posso imaginar o quão magoada ela está com tudo isso. Boa sorte, Christophe. Você vai precisar.

- Obrigado. Vou mesmo.

Christophe terminou a xícara de cappuccino com espuma, leite vaporizado e toques de canela. E seguiu a conversa com Leon Lagomarsìno.

ANTOINE BEAUMONT se pôs a pensar enquanto atravessava o aeroporto de Genebra e ia em direção à entrada do local, a fim de ficar à espera do motorista de sua base empresarial na cidade. Impaciente, ele passou a mão pelo cabelo escuro e ajeitou os óculos escuros que protegiam seus olhos claros do sol.