Baby Steps.

Até que essa pestinha é bonitinha.

"BAKUGOU!"

Espera aí, alguma coisa séria estava acontecendo para Todoroki gritar. Ele nunca gritava.

"O QUE É, PORRA?!"

"V-Você precisa soprar o leite primeiro. Por All Might! Você é louco, ia pôr a mamadeira quente na boca da criança."

"Assoprar? Esse maldito bebê é fraco pra caralho, não aguenta um leite um pouco mais quente?"

Todoroki tomou a mamadeira da mão do loiro e pingou o leite em sua mão, provando da temperatura. Definitivamente teria de esfriar.

"Você precisa parar de querer assassinar a Ayumi toda vez que quer passar um tempo com ela."

"Caralho! Eu não quero assassinar a minha filha, mas... Mas... É difícil porra! TUDO FAZ ELA MORRER!"

Todoroki riu daquela confusão e terminou de esfriar a mamadeira. Ele podia pegar o leite agora e dar para a criança, mas preferiu deixar que Katsuki fizesse isso. Entregou agora a mamadeira para o loiro, segurando um sorriso.

"Agora você sabe. Toda vez que for dar algo para ela tomar, não se esqueça que ela não tem uma individualidade que aguente o calor ainda. Cuidado."

"Tch."

Bakugou segurou a filha entre os braços e se ajeitou na cama, tão pequena, ela sorria para o pai reconhecendo suas feições, mais manhosa que nunca. Brincava com os lábios do loiro e depois mordia o próprio dedão do pé, enchendo de charme aquela casa. Aquele loiro não se aguentava. Antes ele se gabava por não ter um ponto fraco sequer, e agora tinha dois. Começou com Todoroki, o pavê filho da puta, que acabou conquistando um lugar em seu coração desde o fim do ensino médio. Começaram a namorar de "brincadeira", só pra enganar uns fodidos stalkers que não paravam de perseguí-lo, e isso acabou virando uma brincadeira séria demais. Agora tinham Ayumi, a pequena que o casal conseguiu adotar depois de 5 anos de relacionamento. Eles sentiam que precisavam de algo mais, e Ayumi veio apenas para complementar o que já era perfeito. Ao contrário do que muitos de seus amigos pensavam, eles não brigavam muito. Shoto parecia sempre amolecer o coração de Katsuki com seu jeito calmo, e o amor que o loiro sentia acabava por facilitar nessa parte.

"Me desculpe, Ayu. Eu ainda estou aprendendo a não matar você com tudo que eu faço."

Aquela fala pareceu tão triste para Todoroki, que o meio-a-meio se aproximou do loiro e deitou ao seu lado.

"Ei, não é assim. Você é maravilhoso. Você diverte ela com as explosões na palma das mãos, seu cabelo faz cócegas e faz ela rir. Além do que ela fica toda manhosa e aninhada nos seus braços. Você é maravilhoso pra ela, Katsuki."

"Mas eu nem consigo dar uma mamadeira sem quase matar a bichinha."

"Você só precisa estudar mais cuidado com bebês."

"Ouviu, gatinha? O papai vai estudar pra caralho e vai ser um paizão cuidadoso pra você." Agora ele disse roçando os cabelos pontiagudos na neném que riu tanto que cuspiu seu leite.

"Opa, opa, perdão." Olhava para Todoroki esperando o próximo sermão.

Ele já tinha começado a ser cuidadoso fazendo a menina quase vomitar...

...

A hora de dormir era a melhor parte, era quando ele se deitava no braço de Shoto e a bebê dos dois dormia por cima de sua barriga. Estavam tão cansados! Cuidar de uma criança acabava por esgotá-los mais do que o próprio emprego de heróis. Eles conseguiam deixar a pequena com a mãe de Bakugou quando ambos tinham que ficar de patrulha durante a noite, mas nos outros dias revezavam para não deixá-la sozinha.