MAX HUNT encarava o céu como se toda a cor dele tivesse sumido e fosse mais uma coisa sem graça que surgia em sua vida. Com pensamentos assim, Max percebia aos poucos o quão sua rotina havia se tornado algo tão maçante que ela não possuía mais a mesma vontade de levantar. Quando seu despertador tocava e uma luz forte invadia o quarto entre o vão das cortinas, no lugar que deveria estar seu coração, sentia um enorme vazio.
Desde a morte do pai, tudo veio a desmoronar gradativamente como dominós enfileirados. No início, a única coisa que fazia a mente de Max se distrair do luto e dos sentimentos da perda, era o Instituto de Tecnologia, onde estudava, ali 3 anos bastaram para que a jovem prodígio fizesse amigos incríveis. Até que Anne, sua mãe, com um ar melancólico, ordenou que a filha se afastasse do pessoal de San Fransokyo, de modo que teria que sair da escola. O principal motivo seria as lembranças dolorosas do falecido marido imerso nos papéis e na ciência, enquanto a família sofria a sua ausência, e a mulher não desejava o mesmo destino a Max.
Infelizmente, fora proibida de estudar ou ter qualquer tipo de emprego relacionado as tecnologias que ela e seu pai tanto adoravam. Apesar de todas essas mudanças que sua mãe fez em sua vida, Max não conseguia culpa-la ou sentir raiva pelo modo que a mulher estaria reagindo a morte do marido, somente possuía mágoa diante o afastamento de algo que era apaixonada.
Com o passar do tempo, a Hunt tentou se reestabelecer. Ela sabia que os estudos não poderiam ser deixados de lado, portanto iniciou uma faculdade de design - um dos únicos razoáveis na lista de escolhas oferecidas por Anne -, e encontrou uma oportunidade de emprego num estabelecimento que consertava aparelhos eletrônicos. Claro que ainda era se envolver com aquilo que sua mãe proibira, porém, trabalhando a noite, não renderia investigações partidas da mesma.
Pensar em tudo que perdera junto ao seu pai, fazia o corpo da jovem ficar pesado e dolorido. De forma que ela solte uma enorme lufada de ar, desejando que a luz da Lua logo tomasse presença, ao invés dos raios quentes do Sol. Mas seu dia havia dado início há poucas horas, ainda teria que encarar o conteúdo entediante sobre comunicação visual.
Max suspira novamente.
Alguém bate no braço de Maxine com o ombro, e ela percebe que está parada durante alguns minutos, atrapalhando a passagem das pessoas que atravessariam a rua. O sinal diante de seus olhos, indicado aos pedestres, encontrava-se no verde, então a Hunt finalmente sai de seus pensamentos e apressa o passo.
Por sorte e planejamento da própria mãe, a faculdade estava localizada perto de onde moravam. Em momentos como este que trazia orgulho a mulher sobre sua decisão caríssima de ter comprado uma casa no centro de San Fransokyo. Porém, isso ainda não impedia a filha mais velha de se atrasar constantemente. A diferença é que onde estudava no momento atual, eles não toleravam atrasos. Para a infelicidade de Max, havia um limite de 10 minutos. E conforme olhava seu relógio em seu pulso direito, se não corresse, ultrapassaria esse limite de tolerância.
A jovem corria o máximo que suas pernas lhe permitiam, pedindo licença a todas as pessoas. Sua mochila nas costas pulava de um lado ao outro, e Max conseguia escutar os seus materiais seguindo os movimentos. Ainda existia mais uma rua para atravessar, e de acordo com o horário em seu aparelho, restava-a 5 minutos. Ela deixa escapar um sorriso maroto, considerando que a faculdade encontrava-se na próxima esquina, não teria dificuldade para chegar a tempo.
Maxine somente se esquecera da lição que aprendera desde pequena, a qual sua mãe a dizia todas as vezes em que saia de casa. Olhar para os dois lados ao atravessar, e atentar-se ao estado do sinal. Enquanto a jovem admirava o prédio de sua faculdade, como se vencesse a batalha contra o tempo, uma luz vermelha indicava às pessoas que não poderiam passar. Ela continuou correndo até ouvir o som desesperado de uma buzina, seus pés pararam quase que automaticamente. Quando seu rosto virou para descobrir a causa de tanto alvoroço, só pôde ser recebida por um branco advindo do farol de uma moto, antes de seu corpo ir em encontro com ela.
Como a pessoa pilotando já havia visto Maxine e tentou freiar, o impacto tivera pouca intensidade. Mas mesmo assim, a jovem caira um pouco afastada da moto, e suas mãos rasparam no asfalto cheio de pequenas pedras.
O período de Maxine caída no chão pendurou. A sensação era de que os ouvidos e os outros sentidos da mesma, estavam desligadas mediante ao ocorrido que a assustou. As vozes das pessoas ao seu redor pareciam estar distantes, contudo conseguia entender o que falavam. Quando não estavam explicando o acidente aos curiosos que surgiam, comentavam sobre a condição e a falta de atenção da menina. Ela apenas teve uma compreensão melhor do mundo, no momento em que um menino apareceu na sua frente.
— Por que você atravessou no sinal fechado? Você está bem? — a menina tentou lhe responder, mas ainda estava recobrando sua consciência. — Mas é claro que não está bem, acabou de ser atropelada.
Naquele meio-tempo que o desconhecido tagarelava, Max se permite analisa-lo. Os olhos eram levemente puxados, e castanhos claro que aparentava fascinar Max. O que mais lhe chamava atenção, era o formato quadrado de seu queixo e como o resto de seu rosto parecia ornar com ele. E a menina praguejou mentalmente por estar se sentindo atraída pela garoto que a atropelou. No entanto, primeiro observou o seu boné, nele existia um símbolo que recordava algo na mente da Hunt.
— Espera um pouco. Eu já a vi em algum lugar. — O garoto posicionou o dedo indicador no queixo, buscando o rosto de Max nas suas lembranças.
Porém, Maxine não possuía tempo para esperar que ele dissesse de onde a havia visto. Já havia se passado 20 minutos que encontrava-se ali, o que significava que seu limite de atraso se esgotara. Apesar disso, ela não poderia desistir e simplesmente voltar para casa. Uma falta refletiria de uma forma inaceitável no final da faculdade, e Max não permitiria que não conseguisse se formar.
— Desculpa, eu tenho que ir. — Max se levantou com pressa, e acabou por notar que tinha um rasgo no jeans, de modo que ali existia um leve ferimento.
A jovem Hunt voltou a correr, deixando todos ali — inclusive o garoto, confusos perante aos atos dela, considerando que acabara de sofrer um acidente. Só que nada além de chegar a sua faculdade, importava a Max, sequer o nome de quem a atropelara.
VOCÊ ESTÁ LENDO
TEMPO ▷BIG HERO 6
FanfictionA ciência e a tecnologia sempre estiveram ao redor de Max Hunt. Sua mãe era uma cientista, enquanto o pai trabalhava em invenções que poderiam ajudar as pessoas. Infelizmente, Tim Hunt colocava seu trabalho acima de tudo, até da saúde e de sua famíl...