Distância?

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Acordei com o som de chuva batendo na janela, levantei com dificuldade sentindo meu pescoço doer, em um flash lembrei do que havia acontecido.

- Mas que diabos! - exclamei nervoso.

Levantei vendo os lençóis e o travesseiro manchado de sangue, suspirei e segui para o banheiro, tomei um banho quente limpando a ferida, vesti uma roupa qualquer e me joguei na cama de novo, estava confuso.

- Como em tão pouco tempo ele pode me fazer quere-lo tanto?! - exclamei.

- Pequeno mestre? Está tudo bem?

Sua voz ecoou pelo quarto e me atingiu com tudo, corei instantânea.

-Sim, quero ficar sozinho. - falei com a voz um pouco falhada.

Ouvi seus passos saindo da porta do meu quarto, passei algum tempo olhando para o teto, me mexi agoniado e sair do quarto.

- Preciso de ar!

Me esgueirei até a saída indo ao jardim traseiro da casa, respirei fundo sentindo as gotas frias da água da chuva em meu rosto.

- O que está acontecendo Alois... Como posso querer tanto um demônio?! - me perguntei.

Segui para a floresta sem rumo, estava totalmente perdido em pensamentos e incertezas, andei e  andei até sentir uma dor em meu olho, gruni apoiando-me em um arvore, minha vista começou a embassar, respirei descompassado me encostei na árvore escorregando até esta sentando.

- O... que... está... acontecendo....? - falei cansado.

"Não podemos nos distanciar muito pequeno mestre."

Lembrei da fala do demônio.

- Tsc é impossível fugir dele... Isso é o contrato...

Levantei e olhei com dificuldades o redor não sabia onde estava, comecei a andar tentando voltar pelo caminho que tinha vindo, mas tudo parecia igual.

- Ora, ora, ora se não é a pobre alma que tem Sebastian como demônio. - ecoou uma voz nas sombras.

Só pode ser brincadeira. Pensei.

Me endireitei tentando ignorar a dor no meu olho, olhei a figura trajando negro vindo em minha direção, seu olhar maligno atingiu o fundo da minha alma fazendo-me tremer.

- O que você quer? Porque está atrás de mim? - perguntei dando um passo para trás.

- Existe muita coisa que queremos, porém a maior é uma alma tão impura como a sua. - lambeu os lábios.

Fechei os olhos e respirei bem fundo.

- O que sabem sobre mim?! Vocês são monstros todos monstros! Não sabem nada sobre quem eu sou! Ficam falando da minha alma como se algum de vocês fosse sequer dono dela! Ela é minha e a única pessoa que já teve algo de mim está morto! Vocês jamais saberão o que amar daquele jeito! - senti as lágrimas escorrem. - Ele era tudo que eu tinha, tudo que eu era... e tiraram ele de mim... ele era a parte boa da minha alma, meu Alois... - chorei alto. - Por favor, por favor, eu quero ir para onde ele está... - falei olhando a figura negra que em nenhum momento parou de me encarar.

Ele começou a se aproximar bem devagar, eu não sentia mais medo, eu não sentia mais dor, a única coisa que eu sentia era saudades do Alois.

Ele chegou bem próximo a mim e acaricou meu cabelo descendo para meu rosto, ajoelhou-se em minha frente encarando-me com suas orbes vermelhas como sangue.

- Contratantes não vão para o céu, eles caem o mais fundo no abismo do inferno.

Arregalei os olhos, eu já tinha ouvido algo parecido do Sebastian, mas achei que ele estava só me assustando, tentei me afastar mas sua mão puxou minha cintura colando nossos corpos, seus olhos ficaram mais vermelhos e seus dentes pontiagudos, não conseguia me mexer, era como um feitiço.

- Eu posso te dar o que quer, eu posso te matar, mas você não vai para onde sua parte boa está. - sorriu.

Sua mão tocou meu peito e suas unhas começaram a perfurar minha roupa e minha pele, fechei os olhos com força e gritei no pensamento pelo Sebastian, quando abri meus olhos estava no ar, uns sete metros do chão, olhei para a feição preocupada de Sebastian, nunca tinha visto tão preocupado, paramos em um galho, porém ele não me desceu de seus braços.

- Porque fugiu? Eu disse que não podíamos ficar muito distantes. - falou aparentemente bravo.

- Desculpe... Eu precisa pensar... - falei baixinho.

- Seus pensamentos quase lhe custaram sua vida! Teve sorte de que aquele demônio era classe baixa, se ele fosse como eu você nem teria chance de conversar ou de me chamar. - falou irritado.

Foi a primeira vez que vi outro tipo de feição no rosto de Sebastian, eu estava totalmente estático,ele realmente estava preocupado e zangado comigo?

- Você teve muita sorte, mais um segundo de atraso e sua alma seria minha. - riu.

Me encolhi ao ouvi a voz do demônio logo abaixo da árvore, Sebastian cerrou os dentes, ele me colocou sentado no galho.

- Por favor, não olhe. - pediu.

Fiquei sem entender, mas fiz o que me foi pedido, fechei os olhos e me segurei melhor na árvore.

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Eu sei que demorei trilhões de anos para postar, por favor me desculpem!

Mas não abandonei a fic tá, não desistam de eu, Please.

Fiquem com esse Cap maravigold!

Vejo vocês na próxima!! 😍🦄

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