Capítulo 23

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PEDRO

    Confesso que quando eu cheguei na ONG pra ajudar com aquela criança eu tive receio, sei la. Eu achava que ia ser um saco, mas agora eu to tirando de letra. To me dando mó bem com a criançada e o mais louco disso tudo é que eu to gostando. Até minha relação com a Maju tem melhorado um pouco, apesar dela continuar mandona, chata e estressada. Acho que to me acostumando bem. Eu já até entrei  como patrocinador daqui, a empresa de publicidade que minha mãe levantou é umas das maiores aqui do Rio, então tá dando pra ajudar bastante aqui na ONG. Só quem sabia que eu era patrocinador era o Daniel e a Paty, pra quem eu pedi segredo.

    Entrei na sala das crianças e a Maju ja estava lá, como sempre. Era rara as vezes que eu chegava primeiro que ela aqui. Ela ensinava umas das crianças a ler e eu fiquei de longe observando ela e abri um sorriso involuntário quando ela olhou pra mim. Ela retribuiu e me apontou um garoto que tentava fazer algum exercício.

Assenti sabendo o que aquilo significava e fui me sentar ao lado dele e o ajudei a concluir sua tarefa. Ao final ele me agradeceu e me surpreendeu com um abraço apertado, não tive reação fiquei me sentindo um robô, Não sei lidar com essas demonstrações de carinho, um sorriso pra ele foi o máximo que consegui dar.

   

    Logo depois, foi a hora da recreação. Eu e maju levamos a garotada pro pátio e montamos um monte de brincadeira. Por fim, liberamos pra eles brincarem soltos e fomos nos sentar no banquinho do pátio.

    Pedro: E aí, vai querer carona pro sítio hoje? - ela negou - Só ta eu, Rodrigo e Sofia no carro. - ela revirou os olhos quando eu disse o nome da Sofia e me olhou.

Maju: Ta de sacanagem né? Ai Deus, achei que ela não fosse, ela nem ta no grupo. - bufou e eu ri - Eu vou com meu irmão.

    Pedro: Entendi. E respondendo sua pergunta, ela não ta no grupo porque a maioria não quis

    Maju: Que pena, mas graças a Deus - ela disse irônica - Falando nisso você pode me dizer por que raios ela cismou com a minha cara? -ela se virou pra mim pra prestar atenção na resposta

    Pedro: talvez porque você entornou uma bandeja de suco nela ou porque você é barraqueira e bate de frente com ela - ela me olhou séria

    Maju: Barraqueira é quem monta barraca, eu sou justa - ri- se ela pensa que vai cacarejar na minha cara e eu vou escutar quieta só porque ela é filha do Edgar ela ta enganada. - ela se levantou - E vem me ajudar a guardar as coisas logo pra gente não se enrolar e poder sair mais cedo.

    Pedro: sim senhora - bati continência e ela revirou os olhos.

    Deu a hora de ir embora, Maju me contava uma piada muito ruim enquanto passávamos pela saída, sabe aquela piada que é tão ruim, mas tão ruim que chega a ser engraçada? Então essa mesma. Estávamos rindo daquilo quando o Daniel a chamou, ela foi até ele e eu fiquei esperando na calçada, porque tinha combinado de dar uma carona pra ela até em casa pra adiantar pro aniversário do Hugo.

    Uns cinco minutos depois eu já tava puto de esperar, paciência passa longe de mim. Mas aí ela voltou super animada com um mó sorrisão no rosto e os olhos até brilhando.

Ela é linda demais, que isso.

    Pedro: Ia perguntar se deu alguma merda, mas pelo jeito não né?

    Maju: Ai Pedro, eu to tão felizzzz - ela me surpreendeu com um abraço super empolgado. Relutei pela surpresa, mas acabei retribuindo. Acho que ela nem tinha dado conta do ato dela, porque assim que percebeu se afastou meio sem jeito. - Desculpa, eu só...só... -disse baixo e tentando encontrar palavras.

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