Impressionada com o meu pouso suave, eu ostentei um sorriso de autossatisfação enquanto tirava o cabelo dos meus olhos e dava de cara com a fada vermelha. A fada de Ayden. A espiã de Ayden.
Eu bati meu pé. — Ah, vamos! — Eu me movi para ela. — Vá embora.
Rosto marcado em horror, ela se esquivou facilmente, desaparecendo e reaparecendo em um sopro de pó vermelho-framboesa. — Você pode me ver!
— Infelizmente.
Ela me lançou um olhar sujo.
Eu atirei um de volta, dando continuidade ao alto nível de maturidade que começou com o meu impressionante bater de pé.
Ela mostrou a língua para fora. Eu fiz o mesmo.
Ela respirou fundo e estreitou seu olhar fixo. — Você é uma menina muito rude.
Eu espanei minhas calças. — Você é uma fada muito rude.
Respirou fundo de novo. — Eu não sou uma fada.
— Você parece uma fada. — Ela brilhava à luz do sol e suas asas delicadas brilhavam como se estivessem girando com fios de seda iridescente. Ela cheirava a canela.
A não-fada cruzou os braços e ergueu o queixo. — Eu não me pareço com uma fada.
— Sim, parece.
— Você nunca viu qualquer fada.
— Oh, eu já vi muitas fadas.
— Você não viu.
— Eu vi. — Isso estava ficando ridículo, mas pelo menos estava impedindo-a de relatar a Ayden. — Então, se você não é uma fada, o que você é?
Seu corpinho minúsculo inflou com a auto importância. Seu tom sarcástico. — Nada que seja da sua conta.
— Pequena zombadora desagradável.
Ela parou de levitar na minha frente. — O quê?
— Você me ouviu. Agora saia e não volte.
Ela retomou seus ziguezagues aéreos. — Eu não recebo ordens de você.
— É melhor receber ordens de mim.
— Ou o quê? — Disse ela, seu tom aborrecido.
Coloquei as mãos nos quadris e convoquei meu pior olhar semicerrado. — Ou eu baterei em você até o chão. — Ok, um pouco dramático, mas ela estava me irritando muito.
Seu grito estridente de riso histérico cortou meus tímpanos. — Me machucar? Você acha que pode me machucar? Você sabe mesmo o que isso significa?
Dei de ombros. — O que você acha que isso significa? — Eu pensei que tinha chegado a coisa certa.
— Nada — ela riu. — Absolutamente nada, porque você não pode me ferir, mesmo que você saiba o que significa.
— Sério? Um minuto atrás, você achava que eu não poderia vê-la. Como você sabe o que eu posso ou não posso fazer?
Isso a parou.
— Confie em mim, se eu posso vê-la, eu posso machucá-la. — Eu não acho que eu poderia, mas eu a peguei de surpresa e queria manter a vantagem. Ela ficou completamente imóvel, mesmo que apenas por uma fração de segundo.
Ela voou em torno da minha cabeça, o forte aroma de canela flutuando. — Eu poderia deixá-la sozinha, se você ficar longe do meu garoto.
— Seu garoto? O que você é, a mãe dele?
— Claro que não, eu sou seu g- — Ela parou e sacudiu um dedo. — Oh, você é boa, mas não boa o suficiente. E você certamente não é boa o suficiente para o meu bonito, doce e adorável Ayden. E eu vou contar a ele que você está escapando pela janela.
Deixei-a zumbir alguns metros de distância, em seguida, disse — Ótimo.
Ela guinchou a uma parada e olhou por cima do ombro. — Ótimo? Eu pensei que você estava tentando ficar longe dele?
— Eu estava, mas mudei de ideia. Quero dizer, ele é bonitinho. — Ela voou rapidamente de volta. O zumbido de suas asas se intensificou. — Nós deveríamos ir em um encontro.
— Oh, não.
Eu sorri. — Oh, sim. Um encontro real. Sem mais fingimento. Vamos dar as mãos. E abraçar.
— Não, não, não. — Ela zunia ao redor como uma louca. — Sem encontros, sem mãos dadas, sem carinho, absolutamente sem-
— E vamos terminar a noite com um grande... e suculento... beijo. — Meu cabelo amarrotou quando ela zuniu por ele e pegou alguns fios com suas asas. Ow. — A menos que você concorde que nós nunca nos encontramos.
Ela se acomodou na minha frente e olhou. — Tudo bem. — Ela assentiu com a cabeça. — Vou te dar uma vantagem. Mas não posso mantê-lo afastado para sempre. — Ela voou rapidamente para longe, mas zuniu de volta para chegar na minha cara. — Ele não iria querer te beijar de qualquer maneira. — E ela se foi.
***
Eu me escondi fora, em seguida, me juntei a multidão de crianças que se dirigiam para os ônibus, meu cabelo escondido sob um gorro roubado. O hospital era o meu santuário mais seguro porque era público e nenhuma quantidade de suavizar as coisas pelo escritório do xerife jamais convenceria o meu pai a deixá-los me sequestrar. Eu encontrei o ônibus certo, só relaxando quando atravessamos os portões.
O alívio não demorou muito. Um guincho de pneus. Um cheiro forte de borracha queimada. O Maserati passou correndo, derrapou imediatamente em torno, e parou na frente de outro ônibus, forçando-o a parar. Ayden, seguido por Tristan, saltou e correu para o ônibus, batendo na porta. Eu vi o número. Era o meu ônibus regular.
Sem saber quantos meninos malditos estavam a minha caça e quantos ônibus eles estavam dispostos a deter, eu tropecei em meu caminho para frente e sai na próxima parada. Com indicações de algumas crianças, logo eu estava indo para o centro hospitalar, me escondendo nas laterais das ruas.
A calçada estava vazia quando a visão me atingiu. Minha mente foi em um túnel e teceu em um borrão para um local deserto no lago, observando o Kalifera correr lentamente para fora da névoa, rastejar sobre a superfície da água, e espreitar para a praia, sacudindo a água em uma imagem tão viva. Eu vacilei com a água que ele sacudiu. Ele apalpou o chão e levantou seu grande e gotejante focinho. Todos os quatro olhos amarelos travados em mim.
Ele me viu. Eu senti isso. Estava conectado com o meu cérebro, minha psique, ou o que seja. Eu senti a sua presença entrar em mim e deslizar como veneno infectando todas as fendas do meu ser. Nenhum dos demônios em minhas visões tinham me visto ou se conectado de alguma forma.
Em pânico, eu me forcei para longe e corri de volta para o meu corpo. Eu caí contra o edifício mais próximo e bati no peito para reiniciar a respiração. Um grito de triunfo ecoou na distância e me senti com um certo terror de que o Kalifera sabia onde eu estava.
E agora, ele estava me seguindo.
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#1 - Demons At Deadnight (Divinicus Nex Chronicles)
ParanormalDurante dezessete anos para Aurora Lahey a sobrevivência tem sido um estilo de vida. DESTINO DEMONÍACO Aurora tem o superpoder mais inútil do planeta, e isso só liberou um esquadrão do inferno. Os demônios estão à caça, sobrevivendo apenas para cort...