Segundos? Minutos? Pareciam dias, eu estava tropeçando cegamente pela escuridão caótica, barulho ensurdecedor, e a maré de gente me empurrando três passos para trás para cada um que dava.
— Luna! — Eu gritei, sabendo que era inútil contra o barulho. — Lu-! — O ar, com espessura de massa de bolo, ficou preso em meus pulmões. Uma série de ataques de tosses secas atingiram o meu peito e meu corpo todo tremia. Eu dobrei.
Os corpos da multidão louca me bateram em todos os lugares, me jogando para os lados e depois para baixo.
— Não! — Eu gritei. Pés pisaram o meu corpo, me forçando a voltar para o chão frio de novo. Eu cobri meu rosto e dei alguns chutes, finalmente me colocando de joelhos o suficiente para rastejar até uma parede. Em meus pés, eu usei a parede para me apoiar e tentar me levantar, mas a multidão batendo como uma maré era implacável, vencendo todos os esforços para me ter totalmente na vertical.
No meu torpor, a voz que eu imaginava ser Luna estava chamando. Gritando meu nome. Uma e outra vez. Meu estômago se apertou. Eu respirei drasticamente algumas vezes e me perguntava sem parar, se eu matei minha irmã e todos os outros, porque eu tinha voado a porcaria de um prédio!
Eu solucei. Mais como berrei. Eu não conseguia nem chorar corretamente. Eu não pude salvar a minha irmã. Não pude - Um braço passou pela minha cintura e me capturou. O corpo ligado a esse braço me salvou da multidão, mas estava me arrastando para a saída – longe de Luna – então eu forcei para me soltar.
— Deixe-me ir!
— Só desta vez, cale a boca e faça o que eu digo — Austrália rosnou. —Vamos.
— Não! Eu tenho que -
— Rory!
— Luna? — Eu enxuguei os olhos e me concentrei.
Minha irmã estava pendurada nos ombros de Matthias, Danica apertada em um abraço mortal no outro. Ambas estavam manchadas com fuligem, despenteadas, mas vivas e... sorrindo?
***
A porta lateral bateu no prédio quando Matthias chutou aberta novamente e nos passou por ela. Fumaça ondulou por ela. Tropeçamos em uma parada, tossindo e tentando recuperar o fôlego. Figuras sombrias correram em direção a nós e surgiram através dos vapores fantasmagóricos.
— Porque todos estão salvando a garota, menos eu? — Blake rosnou, a camisa manchada e esfarrapada, seus cachos agrupados em suor, com o rosto manchado com sujeira e outras coisas desmoronando. Meus braços estavam ao redor dele. Ele me apertou de volta. — Veja, eu sabia que você ia acabar caindo.
Eu olhei para seu rosto sorridente. — Você está bem?
Ele deu de ombros. — Claro. E para constar, eu posso segurar um prédio inteiro e depositá-lo novamente. Ayden por outro lado-
— Como se eu quisesse queimar os seus sapatos. — Ayden apareceu esmagando alguns buracos em chamas na jaqueta.
— Ele avisou para você não se mover — Jayden disse, franzindo a testa para os sapatos carbonizados Blake.
Eu abracei Ayden e Jayden também.
Eles estavam encharcados e esfarrapados, pareciam como se tivessem rolados no lixo, cheiravam a fuligem e um canteiro de obras, mas não pior do que vestiam.
Abracei as meninas incessantemente. Chequei os danos físicos. Eu não encontrei nenhum. Elas estavam mais animadas do que traumatizadas por ter tomado o conselho dos caras – o qual eu não sabia nada - de se esconderem sob seus assentos e esperar por ajuda se algo horrível acontecesse.
Matthias as encontrou enroladas, mas ilesas, cercadas por um perímetro de cinco metros de defesa, fornecida pela proteção que os meninos tinham dado. Os demônios não poderiam penetrar, nem detritos, debandada ou fumaça – uma zona de proteção.
— E por alguma razão — Luna disse — A canção estúpida dos anos oitenta, Gloria - você sabe, aquela da coleção da mamãe e do papai - não parava de tocar na minha cabeça, me tirando da loucura e me fazendo sentir melhor. Estranho, eu sei.
Então, minha anja da guarda louca não estava faltando em ação depois de tudo.
— Então — Danica continuou — Luna começou a cantar em voz alta e eu estava tipo qual é essa música patética? Então ela me ensinou porque era melhor do que ouvir as pessoas gritando e ficou lá cantando a plenos pulmões. Foi uma loucura!
Luna pegou a mão de Matthias. — E, em seguida, Matthias apareceu.
Quando Austrália se afastou, Luna circulou sua cintura. Danica também. Ele levantou os braços brevemente, em seguida, deixou-os cair em torno das meninas com um olhar irritado da derrota. Eu coloquei uma mão na boca para cobrir o sorriso.
— Nosso heroico menino maldito salvou o dia — Luna disse efusivamente.
Danica aconchegou-se mais. — Definitivamente vamos mudar a sua reputação quando voltarmos. Você é como um astro de ação!
Matthias finalmente as afastou quando Tristan e Logan apareceram. Tristan convenceu um bombeiro levar as meninas imediatamente para a emergência mais próxima.
Depois delas saírem, Blake disse — Vamos falar sobre baby brilhando e explodindo o prédio?
Todos os olhos se voltaram para mim. Sem pressão.
— Acho que sabemos por que todo mundo quer você — Matthias disse. — Como você fez isso?
Eu balancei minha cabeça. — Eu não sei. Eu não consigo controlar. Isso-
— É quando ela se sente ameaçada. — Logan deu de ombros. — Foi o que aconteceu com o Kalifera. Eu acho. Ele não explodiu, mas pode ter brilhado e depois o derrubado. Hey — ele disse para os olhares incrédulos dos meninos — Aconteceu muito rapidamente. Eu não tinha certeza.
Jayden bateu, animado como uma criança na manhã de Natal. — É por isso que você achou prudente trazê-la para a luta. Excelente. Um mecanismo de defesa. Seu corpo dá proteção quando está perigo.
— Proteção? — Matthias disse — ela voou um edifício e mandou um demônio de volta para o inferno. — Todos deram a ele olhares surpresos — Vocês não podiam ver no escuro. Quando ela... atacou, bateu em Fiskick. Ele se enrolou em névoa escura e foi para o submundo
Eu lembrei do Kalifera fazer a mesma coisa depois que Logan atirou nele.
— Isso aconteceu antes? — Ayden disse.
— Não demônios para o inferno, mas... — eu expliquei sobre as outras ocasiões. — Desculpe. Eu nunca pensei que eu pudesse fazer esse tipo de dano. Machucar pessoas. Matar eles?
— Não, você fez — Tristan disse. — Ninguém morreu e os danos são menores.
— Mas eu sou perigosa. — Meu estômago retorceu. — Vocês deveriam... vocês deveriam me render. Dizer ao Mandatum -
Jayden colocou a mão sobre a minha boca. — Não é uma boa ideia.
Matthias ergueu as mãos. — Absolutamente não! Se o Mandatum vier para você, eles vão ver o que podemos fazer e vamos ser recrutados para o Sicarius em um sangrento batimento cardíaco!
Houve uma longa pausa, em seguida, todos os rapazes cruzaram os braços e olharam para ele de forma significativa.
— E — Ayden disse — Alguém disse que a sociedade está tentando matá-la.
— Isso também — concordou Matthias.
Uma presença familiar e indesejável tomou conta de mim. O meu olhar saltou para as meninas. Elas reclamavam da emergência verificar seus sinais vitais. Olhei para a multidão e parei, minha garganta se fechando quando o rosto de um jovem bombeiro escorregou, revelando...
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#1 - Demons At Deadnight (Divinicus Nex Chronicles)
ParanormalDurante dezessete anos para Aurora Lahey a sobrevivência tem sido um estilo de vida. DESTINO DEMONÍACO Aurora tem o superpoder mais inútil do planeta, e isso só liberou um esquadrão do inferno. Os demônios estão à caça, sobrevivendo apenas para cort...