O conto

64 10 4
                                    

Este conto se passa em um vilarejo próximo às montanhas, no reino de Halfwood, na província de Aedel, em uma pequena vila isolada de nome Meevi no fim de uma enorme planície que se estende depois de uma longa floresta, onde pastam muitos animais selvagens e criaturas dos mais diversos tipos, seu tempo está entre a terceira e a quarta guerra órkica, em meados dos anos 4100 após a contaminação das Trevas, e embora não apresente grande impacto para o desenrolar desses grandes conflitos de imediato, viria a mudar o destino de uma cidade inteira, e daquele que um dia seria chamada como "O Rei dos Dragões", isso graças a um pequeno e esperto hobbit de nome Thomas Gundil, ou como era chamado entre os da sua raça, "o hobbit de meias".
A história começa nesse mesmo vilarejo de nome Farmvaley, onde a maioria dos cidadãos são simples fazendeiros e o resto sobrevive com negócios próprios como tavernas, ferrarias e diversas lojas, como em qualquer outra cidade, mas numa quantidade muito inferior, e dessa forma o povo da cidade vivia de forma pacata e pacífica, sem se envolver em nenhum conflito. No entanto, Farmvaley passava por um problema, o povo da cidade era mensalmente atormentado por um dragão que vivia no topo da montanha, seu nome era Astaratrion e ele exigia do povo uma oferenda de 30 de suas ovelhas e 7 bois saudáveis para que pudesse se alimentar, caso não tivessem a quantidade de animais exigida pelo monstro, deveriam sacrificar uma jovem virgem entre 20 e 25 anos, se não, a consequência seria toda a colheita incendiada e todos os animais mortos, o que faria o povo gradativamente morrer de fome e destruiria toda a sua vida, e assim o povoado viveu durante longos 20 anos sobre a sombra da montanha, sem poder sair e sendo escravos da fome do poderoso dragão.
Um dia porém, numa tarde como qualquer outra, chegou ao povoado um viajante baixinho em uma pequena carruagem puxada por um burrico, com um semblante de alegria e um cachimbo com forte cheiro de tabaco em sua boca, pela sua altura e seus enormes pés cobertos por uma meia de pano, não havia dúvida, o povo rapidamente assimilou que era um hobbit. Ao chegar na cidade, assoviando e cantarolando, ele se pôs a falar com um dos fazendeiros:
– Bom dia jovem fazendo, Thomas Gundil é o meu nome, poderia me informar aonde eu posso parar de descansar? – o fazendeiro o olha cansado, pois estava arando sua plantação, e após tomar fôlego responde:
– Claro viajante, ao centro da cidade, há uma taverna em que pode se hospedar, siga a estrada de terra e logo vai chegar – o hobbit Thomas Gundil então agradece a informação mas antes que partisse o fazendeiro chama sua atenção – hey pequeno hobbit, deveria retornar, a cidade não é segura
– O que há de tão ruim num povoado tão belo jovem trabalhador? – pergunta Thomas curioso, mas ainda com um largo sorriso no rosto
– Há um dragão no topo da montanha, ele nos atormenta e nos força a alimenta-lo com nossos animais ou nossas jovens, aconselho que volte antes que ele note sua presença – Gundil dá um largo sorriso seguido de uma curta risada e retruca:
– Agradeço pelo aviso, tomarei cuidado, mas não ficarei por muito tempo, de qualquer maneira, preciso me apressar – o hobbit se despede então do fazendeiro e vai em direção a cidade, com seus assovios bem ensaios e alegres, e em poucas horas chega ao seu destino, e se depara com um povo assustado e com expressões de medo e pavor, olhando para cima, era fácil ver o mais alto pico da montanha, onde aves sobrevoavam, como se protegessem a morada do dragão, mas Thomas, de forma inesperada, não se intimida, e ainda sorrindo, vai até a taverna do Olho Furado, no centro, e após uma conversa com o barman, aluga um quarto por uma noite, mas ainda estava cedo, e ele tinha outros planos.
Após se instalar no seu quarto, e pôr o seu burrico nos estábulos, Thomas confere seu bolso, e como esperava, encontra sua moeda que ele mesmo fabricou, feita de ouro, com as duas faces iguais, entalhado uma flor de liz, símbolo de sua terra natal, uma das vilas de hobbits que levava o mesmo nome da flor. Com isso ele desce até a taverna, e senta em uma cadeira, sorridente e observando o local, nota um homem bêbado que pela quinta vez desde que chegou havia levado um grande fora da mesma dama, vendo isso, ele vai até o homem e chama sua atenção:
– Hey, aqui em baixo, olhe para mim, vejo que está com dificuldades com a dama – o bêbado dá um grande gole em sua caneca de hydromel e quase caindo, se esforça para olhar para baixo na direção do hobbit.
– Sim, estou apaixonado, mas ela não me dá a chance de provar o meu amor, sabe como me ajudar pequeno e engraçado homem? – enquanto falava, Thomas prestava atenção em somente uma coisa: uma bolsa de moedas recheada que o bêbado carregava em sua cintura, e tendo isso em mente, considerado as roupas amassadas que o homem vestia, propõe um belo plano:
– Claro que eu tenho, olhe para essas roupas, que mulher olharia isso, todas amassadas e rasgadas, venha com o velho Thomas até um alfaiate, e lhe vamos dar uma boa embelezada – Thomas conduz o bêbado até um alfaiate que havia visto no caminho da taverna e o faz comprar um cinto de couro, e com isso pode ver que de fato as moedas eram de ouro, e de volta a porta da taverna, diz de maneira confiante ao homem bêbado – tome, coloque este cinto, me entrega o que está usando para que a mudança não seja vista, e vá até a dama, eu garanto que ela se apaixonará pela nova vestimenta – e assim ocorreu exatamente o que o hobbit achou que ocorreria, o homem ainda sobre efeito da embriaguez, tirou o cinto e entregou-o ao hobbit ainda preso a sua sacola de moedas, e entrou na taverna sem nem notar o que havia acontecido, com uma nova riqueza em mãos, Gundil se alegrava, "vai ser como tirar doce de criança", ele pensava.
E assim, por três dias, Thomas Gundil trapaceou diversas pessoas pela cidade, roubando-lhes o ouro e as moedas em momentos oportunos e com inteligentes vigarices, até que em um momento, foi parado por um guarda da cidade, que junto a uma multidão endurecida o encontrou, é, nesses três dias a fama de vigarista e trapaceiro do pequeno hobbit cresceu de forma considerável, e por isso ele foi levado a cede do centro da cidade, onde enquanto entrava, ouviu a conversa do Mestre com alguns vizires que lhe diziam algo como "restam poucos dias até a vinda de Astaratrion, e não temos os animais suficientes, se não sacrificamos uma de nossas donzelas, será o nosso fim", e por último ouviu o Mestre, "não vou sacrificar a vida de uma inocente para saciar aquele monstro", e enfim as portas se abriram e Thomas entrou no sala, ainda sorridente, mesmo algemado, e após isso o mestre pergunta ao guarda que o prendeu:
– É este o ladrão? – o guarda acena positivamente com a cabeça – Certo então, leve-o até o tribunal público, logo estarei lá – e assim foi feito, Thomas foi levado até a praça da cidade, onde já estava um palanque montado com uma multidão em volta aguardando o julgamento, e ao se aproximar, pôde ouvir gritos que diziam "ladrão", "vigarista", "espertalhão", dentre várias outras palavras de cunho ofensivo sendo proferidas em sua direção, de certo não era a primeira vez que estava em um julgamento desse tipo, pois por todo o momento, Thomas não alterou as curvas de seu largo sorriso. Passados alguns minutos, chegou o mestre para iniciar o julgamento, e após uma avalanche de acusações de roubos e trapaças, ele chegou a um veredicto – povo da cidade, como todos bem sabem prezamos pela justiça em nossa comunidade, geralmente, a punição para o roubo seria apenas o corte de sua mão direita, mas devido ao número de afetados e pessoas prejudicadas, eu sentencio o réu a forca – com isso uma enxurrada de aplausos e uma comemoração violenta se iniciou, porém, após alguns minutos, o pequeno vigarista pede a palavra, que com relutância por parte do Mestre, é concedida:
– Povo da cidade, não pude ainda me apresentar a todos, meu nome é Thomas Gundil, da vila de Liz, e nos últimos três dias eu roubei a todos vocês e certamente lhes causei prejuízos, mas peço ao Mestre desse amável povoado que me conceda a chance de me redimir, se me soltarem, eu juro pelo Senhor, que livrarei todos vocês dos tormentos do dragão – Após isso, como de esperado, houve uma imensidão de gargalhadas, por parte do povo, dos guardas e do próprio mestre, que no fim fala ao povo:
– O que vocês acham? Ele deve ter a chance de subir a montanha e derrotar o dragão? – O povo ironicamente diz que sim, sem esperar muito de um resultado sério, e mesmo com tudo, a expressão de serenidade do hobbit se mantinha inabalável – Bem hobbit sorridente, se lhe deixarmos subir a montanha, certamente morrerá, o que nos poupará de montar os preparativos para a sua execução, por isso permitirei que suba e faça o que acha que deve fazer, você passará a noite na masmorra e partirá pela manhã – Thomas acena com a cabeça como um "sim", e é levado para uma pequena masmorra próxima a casa principal, e lá ele passa a noite, pensando no dia seguinte e se divertindo com sua moeda única até que finalmente pegou no sono
No dia seguinte, ao exato 12:00AM, todo o povo estava reunido para a partida de Thomas Gundil até a montanha, ele então foi solto e lhe foram oferecidas uma espada pequena e um escudo, os quais ele recusou, falando que já tinha tudo o que precisava. Depois disso, por cerca de uma hora ele foi levado por três guardas até os pés da montanha, e ao chegar, um deles fala ao pequeno hobbit:
– Agora é com você, não vamos lhe acompanhar na subida até a morada de Astaratrion – Gundil olha para os três homens ainda com o seu largo sorriso e retruca:
– Não se preocupem, eu mesmo já tenho tudo o que preciso, podem voltar a cidade, nos vemos em breve – os guardas dão risadinhas debochadas enquanto observam o hobbit subir a montanha com suas meias de pano, após dar uma certa altura, os três viram as costas e vão embora, mas Thomas continua a escalar a montanha e assim se mantém por um longo tempo até finalmente chegar ao pico mais alto, o de pôde ver uma caverna profundo, que mesmo assim revelava um brilho dourado do seu interior, que ajudou o pequeno a entrar, passando por vários ossos de ovelhas e vacas e chegar ao seu centro com facilidade, e no fundo, encontrou uma vista belíssima, uma montanha de ouro e jóias amontoadas, e no seu topo, estava um gigantesco dragão vermelho, que dormia com um ronco tão alto que remoia a um campo de batalha. Passados alguns momentos, Thomas estava andando em volta pelo tesouro fazendo um silêncio digno de um grande ladino, até que em dado momento, encontrou algo que poderia ajudá-lo, um enorme sino, feito de ouro maciço, e então se afastou o máximo possível ainda tendo o sino em seu campo de visão, após se afastar, com muita calma, ele pegou um enorme diamante e com toda sua força e destreza, atingiu o sino, que fez que tocasse alto o bastante para abafar o seu som, e consequentemente, acordou o dragão, que ligeiramente confuso, solta uma baforadas de chamas em direção ao sino, que o faz ficar parcialmente derretido. O dragão, após recobrar os sentidos, passa a procurar pelos cantos de seu covil, até que numa hora fala num tom de voz assustadoramente grave e imponente:
– Diga-me agora, quem está aí? Revele-se de uma vez e saia daí – a cada passo e cada palavra do dragão, Thomas tentava tirar o máximo de informação – eu sei que está em algum lugar, e seja onde for, irei te encontrar, de certo deve ser um feiticeiro pois não posso sentir o seu cheiro – foi aí que Thomas, remoendo a um livro sobre dragões que leu, que certa vez roubou de um mago, pensou por uns instantes e saiu de trás da pilastra a qual se escondia:
– Acalma-te grande dragão, que aqui estou pois és pra mim uma grande inspiração – a enorme fera se vira bruscamente para a direção do hobbit
– Enfim na minha frente eu te vejo, diga-me pequeno, a morte é o teu desejo?
– Não grande dragão, aqui venho por você, esta é a razão – os enormes e profundos olhos de Astaratrion se mantinham firmes na direção de Thomas, que a cada respiração da fera sentia o seu bafo de enxofre e o ar ao seu redor soprar
– Veio procurar por mim? Certamente está em busca do seu fim, pois olhando, seu gosto não deve ser tão ruim – O dragão estava agora com seus dentes a mostra a pouco mais de um palmo de distância do hobbit
– Devore-me se quiser, tens esse poder, mas antes permita-me lhe bendizer, pois de muito longe vim para te presenciar, soube que tem muito poder, e vim aqui vê-lo provar
– Não devo prova alguma para ti, irei mata-lo pois a paciência eu perdi – Astaratrion abre sua enorme boca acima de Thomas, que vê seu peito emitir uma luz vermelha por entre as escamas e faíscas acenderem no fundo da garganta da fera, com isso ele rapidamente pensou em um plano, e se ajoelhou berrando numa falsa tristeza para o dragão:
– Você não é poderoso como nas lendas, como pude achar que tamanho esplendor, seria mais que meras histórias? – As luzes incandescentes do dragão se apagam e ele fecha sua mandíbula com força, e furioso, crava seus olhos no hobbit
– Não sou poderoso? Para um hobbit, és muito corajoso, como ousa insinuar que eu, Astaratrion, o Grande, não seja grandioso? – Thomas se levanta a ajeita suas roupas, e fala num tom mais calmo
– Está se negando a me mostrar o seu poder, logo, creio que não o possui, e assim sua lenda diminui
– Que audácia, nunca ouvi tamanha falácia
– Se é mentira, mostre o que pode fazer, e assim terei noção do seu poder. Lhe direi 5 peovas, e se as cumprir, verei que honra tuas asas – Astaratrion olha para os lados, pensando um pouco, e por fim, responde a Thomas:
– Pois bem pequeno, cumprirei o que pede, mas no final, morrerá em meu terreno
– Perfeito, vamos com isso, veremos se merece sei respeito – Thais vira-se de costas com uma mão nas costas e a outra apoiada em seu queixo, e após alguns segundos, vira-se para Astaratrion – Soube que dragões voam muito alto, mostre-me dragão, até onde vai o teu salto – Astaratrion, sem nenhuma palavra, vira-se em direção a saída de sua caverna e vai rapidamente para fora, dificultando a Thomas que o siga, com suas pernas pequenas, mas consegue acompanha-lo, e ao chegarem na beirada da montanha, o dragão se joga para frente abrindo suas asas levanta seu corpo, planando com os ventos, movendo-se como se fosse tão leve quanto uma pena e rápido como uma flecha, alcançando enormes alturas a ponto de apenas restar sua minúscula silhueta que Thomas com dificuldade conseguia enxergar, e em poucos minutos, o dragão retornou e entrou de volta em sua caverna, seguido por Thomas, e ao chegar diz:
– Consegue ver? Nenhum dragão voa tão alto quanto eu, se algum poderá, ainda não nasceu – Thomas dá aplausos para Astaratrion
– Incrível grande e poderoso dragão, passou da primeira provação – ele volta a pôr a mão no queixo e pensar por alguns segundos, e então lhe vem a mente – Dragões tem fama de possuírem grande tesouro, então mostre-me dragão, onde está todo o seu ouro? – Astaratrion levanta vôo em sua caverna e com suas garras traseiras levanta Thomas e o põe em um local onde ele possui total visão da caverna e todo o incrível tesouro que nela está, o dragão então vai voando e aterrissa num estrondo jogando moedas para todas as direções, e olha novamente para o hobbit
– Consegue ver? Sou o mais rico de todos os dragões, contemple meu tesouro em suas proporções – Novamente o som das palmas solitárias de Thomas ecoam pela caverna dourada de Astaratrion
– Bravo, bravo, és mesmo muito rico dragão, como os outros jamais serão – Thomas agora se senta na beirada de onde estava, balançando suas pernas com os braços cruzados enquanto pensava, e então finalmente fala – Mostre-me dragão, o quão alto pode rugir, de modo que faria o inimigo fugir – Astaratrion respira fundo, e em poucos segundos solta um rugido tão poderoso que ecoa e faz toda a caverna tremer, e Thomas se vê na necessidade de cobrir os ouvidos para não ensurdecer
– Consegue ver? Tenho o rugido mais alto que qualquer dragão, o que leva meus inimigos a confusão – Thomas, estava um pouco tonto devido a altura, mas logo que recobra os sentidos, continua o jogo
– De fato estrondoso é o seu rugido, certamente assusta qualquer indivíduo
– Agora faltavam apenas dois desafios para Astaratrion, e Thomas torcia para que seu plano desse certo – A maior marca de todo dragão vermelho é o seu fogo, então mostre-me sua baforada, para terminarmos o jogo – Novamente as luzes incandescentes no peito de Astaratrion se acendem, ele abre sua boca e o fogo draconico já pode ser visto no fundo de sua garganta, e Astaratrion enfim solta uma rajada de fogo que corre poderosa até fora da caverna, percorrendo no mínimo 20 metros de extensão, infectando o ambiente com um nocivo cheiro de enxofre mais intenso do que antes
– Consegue ver? O meu fogo é o mais poderoso e intenso de todos os dragões, sou realmente uma fera digna de canções – Astaratrion agora fixa os olhos em Thomas e fala pela última vez – Agora hobbit, é o seu último teste, depois, queimará com o meu fogo celeste – Thomas dá um grande sorriso para Astaratrion, e pondo-se novamente em pé, grita alto para que o dragão o entendesse direito
– Ora dragão, mostrou mesmo ser um grande, pode ser sim uma fera grande e bela, mas ainda há o que se ver, por isso, torne-se uma estrela – Astaratrion se enclina para trás, e após poucos segundos, a luz incandescente de seu peito passa a brilhar mais forte do que antes, a ponto de faíscas saírem por entre as suas escamas, e aos poucos, essa luz se propaga para todo o seu corpo, soltando cada vez mais faíscas que deixam queimaduras em várias moedas e artefatos de ouro, e com um último bafo de enxofre no seu próprio corpo, Astaratrion torna-se uma gigantesca fera flamejante, tão brilhante quanto uma estrela, e assim, olhando para Thomas, diz:
– Consegue ver? Sou tão brilhante quanto a maior estrela, tenho poder para queimar a maior cidadela – Thomas, olhando com um sorriso para o dragão, diz em tom de ironia:
– Agora apague o fogo, seu tolo – Cego pelo orgulho e por ser um dragão jovem, Astaratrion esqueceu-se que dragões não são resistentes a fogo em todo o seu interior, de forma que se não controlarem seu bafo incandescente, podem vir a se queimarem de dentro para fora, e foi o que aconteceu, aos poucos, Astaratrion foi notando dificuldade para respirar, de forma que sempre que abria sua boca, soltava rajadas de fogo para todos os lados sem controle, desesperado, ele levanta vôo para fora da caverna, e é seguido por Thomas, que vê a gigantesca fera voando desgovernada pelos céus, e em poucos minutos, em meios a chamas e cinzas, suas escamas passam a se soltar uma a uma de seu corpo, e agora sem sua proteção, e coberto de chamas, Astaratrion cai em meio ao empenho campo aberto, por sorte, sem pôr a floresta em risco, Astaratrion, aquele que era destinado a ser o Rei dos Dragões na era pré apocalíptica, teve seu destino interrompido pela menor e mais frágil das criaturas, pois pela sua arrogância e orgulho, tornou-se vulnerável a inteligência e astúcia do pequeno.
Enfim, o dragão que atormentava aquela pobre vila estava morto, e Thomas voltou para reinvindicar sua liberdade, ele foi recebido com festa e agradecimentos pelo povo da vila, e logo após isso, juntou seus pertences e foi embora da vila de Meevi, sem mais palavras. Com o dragão morto, o povo de Meevi foi até a sua antiga caverna, e lá, se impressionaram com a gigantesca riqueza que a fera protegia, uma riqueza não extensa que poderia comprar até 3 reinos inteiros, e com esse ouro, o povo da cidade evoluiu, expandiu seu território, fortaleceu sua estrutura, sua guarda, além de multiplicar as suas produções agrícolas e de pecuária, construíram, escolas e quartéis, além de monumentos e casas de pedra para seus moradores, com o tempo, Meevi passou de uma humilde e amedrontada vila que poucos conheciam, para uma das cidades mais ricas de toda Gaea, fazendo negócios até mesmo com a grande Capital de Dragonar e com os Lordes mais ricos e poderosos de Lortrion, e tiveram seu nome conhecido em todos os cantos do planeta, até mesmo enviando auxílio para as tropas de Dragonar e dos demais reinos da guerra contra Morghul, tudo isso, graças a um pequeno e trapaceiro hobbit.

🎉 Você terminou a leitura de O Conto de Thomas Gundil e Astaratrion 🎉
O Conto de Thomas Gundil e Astaratrion Onde histórias criam vida. Descubra agora