CHAPTER TEN: OPEN GRAVE

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SEIS MESES ANTES

JONAS

— Você viu o Davi por aí?

Perguntei impaciente a Andreza, que estava bebendo alguma coisa e rindo de alguma piada contada por Julia.

Estávamos na festa de formatura de um de nossos amigos de Letras. O salão estava lotado de gente. A música eletrônica ao fundo deixava o ambiente ainda mais divertido. Pessoas dançavam, enquanto outras permaneciam sentadas às mesas, comendo e bebendo.

Andreza fez que não com a cabeça, mas eu notei que ela mal prestou atenção em mim.

Davi havia saído da mesa há muitos minutos, dizendo que estava indo ao banheiro. Fui até lá e não o encontrei. E não o encontrava em canto nenhum da festa. Estava começando a ficar preocupado.

— Que cara é essa, amigo? — ela me perguntou, chegando ofegante depois de dançar algum tempo na pista.

— Você viu o Davi, Carrie? Ele saiu e não voltou até agora. Estou preocupado.

— Você já mandou mensagem? Ou ligou?

— Mandei um SMS. Estou sem internet. E não posso ligar. Tô sem crédito pra ligação.

— Toma aqui — Carrie me entregou o celular dela. — Liga do meu.

Liguei para Davi algumas vezes, mas as chamadas continuavam caindo na Caixa Postal.

— O que é que tá rolando? — perguntou Andreza, chegando de braços dados com Julia.

— Você ainda não o encontrou? — perguntou Julia.

— Alguém se perdeu? — perguntou Andreza, tentando entender a situação. — Quem vai me contar o que está acontecendo?

— Davi sumiu — respondi, revirando os olhos para ela. Andreza realmente não havia prestado atenção em mim antes. — Te perguntei minutos atrás e você disse que não tinha o visto.

— Ai, desculpa, Jonas — ela pareceu arrependida. — Eu estava distraída.

— Tenho certeza de que ele está bem — disse Julia. — Por que você não vai pra casa e espera ele lá?

— Ela tem razão — concordou Carrie. — É melhor do que ficar aqui nesta bagunça — ela olhou em volta. — Você vai se sentir mais calmo em casa. Quer que eu te acompanhe?

— Não precisa. Obrigado, meninas.

Me despedi das amigas e chamei um Uber para casa. Dentro do carro, o motorista ligou o rádio. Estava tocando Listen to Your Heart, da dupla sueca Roxette.

— Eu adoro essa música — disse, começando a cantar junto para espantar os pensamentos ruins.

O motorista cantarolou junto comigo e nós começamos a conversar sobre música. Falei o quanto desejava fazer parte de uma banda e como gostaria que a Universidade tivesse um coral ou alguma coisa parecida para que nos reuníssemos para cantar de vez em quando.

Depois de alguns poucos minutos, cheguei em casa. Entrei, tirei os sapatos e os joguei de lado. Andei pela sala até o quarto, me despindo do macacão rosa que estava vestido. Embora tenha sido uma festa de formatura, eu não estava muito formal. Ninguém estava.

Ao entrar no quarto, ouvi o som do chuveiro aberto. Arregalei os olhos e me movimentei com cuidado. Por alguns instantes, me senti em uma cena de filme de terror, quando o mocinho percebe uma presença estranha dentro de casa e se prepara para atacar, sempre com aquele suspense típico.

— Quem está aí? — perguntei.

Logo percebi que eu estava repetindo as ações de alguém que morre em um desses filmes. Como você sabe que há um estranho em sua casa e sai gritando se tem alguém ali, quando o assassino não vai se dar o trabalho de responder?

Disguised HeartsOnde histórias criam vida. Descubra agora