Shield Draper

Sou a Futura Herdeira.

Lágrimas podem ser de alegria, podem ser de dor e podem ser de desespero. No caso de Shield, a única lágrima que ela derramou foi no seu aniversário de 2 anos, tão nova para entender a dor, mas velha o bastante para sofrer por ela.

Em um castelo enorme, com decorações assustadoras e feito por tijolos que pareciam ter centenas de anos, vivia uma espécie de família. Não uma família comum! Muito longe disso. A família consistia em um bruxo muito famoso, uma humana grávida, um ser feito de fumaça e um experimento sedento por humanidade.

Como dito antes, existia uma mulher grávida nesse enorme castelo, por isso ela foi mimada por todos a sua volta. Todos estavam felizes e ansiavam pela vinda da criança, a qual a mesma decidiu chamar de Shield. Bem... Infelizmente por ser um amor entre um bruxo e uma humana nem todos ficaram felizes... Ao lado desse enorme castelo existia um pequeno vilarejo com casas pequeninas, tabernas e loja de ferramentas. Ao qual o mesmo infelizmente era composto por algumas pessoas cruéis, cruéis o bastante para odiar a pobre criança que nem sequer havia nascido.

Então logo os dias foram se passando, os dias viraram meses até chegar o tempo certo para o nascimento do pequeno 'pecado', como era chamada Shield no vilarejo. O experimento, vulgo Nove, andava de um lado para o outro na pequena sala ao qual foi mandado esperar. O mesmo com nervosismo olhou para o lado, encabulado ao perceber que o seu amigo, vulgo Franck, parecia estar calmo e fumava seu charuto como se nada estivesse acontecendo.

"Isso é sério?! Como você consegue ficar calmo uma hora dessas?!" O ser o olhou, observando bem a preocupação de Nove.

Logo dando de ombros, soltando uma leve fumaça ao tirar seu charuto da boca. "Eles ficaram bem. Ela é forte, confie na força da nossa humana."

Nove o encarou, logo suspirando em derrota. "Você está certo..." O mesmo se sentou ao lado de Franck, tentando se acalmar. "Mas e se a criança não for forte o suficiente para sobreviver?"

O ser o olhou, logo sorrindo calmamente. "Então nosso mestre encontrará um jeito. Ele sempre sabe o que fazer."

Os dois sorriram ao lembrar de seu mestre, um bruxo com alta fama de malvado e assassino de inocentes, embora isso fosse só uma invenção de templários, ele era um homem alto com cabelos marrons, olhos negros como a noite que poderia refletir bondade ou sua morte, sempre usando um manto para cobrir suas vestes e esconder seu rosto caso necessário.

Logo, o próprio bruxo saiu da sala, a qual sua mulher estava, o mesmo tinha um grande sorriso no rosto. Ao ver esse sorriso os dois seres pularam ficando em pé, abrindo sorrisos semelhantes. "Nove, Franck. Apresento Shield." O mesmo brincou saindo da frente da porta, mostrando uma humana, que parecia cansada, segurando um pequeno pacote.

Nove não se conteve, logo saindo correndo até as duas com lágrimas de alegria. Franck olhou para o bruxo, o parabenizando pela filha e herdeira.

"Eu me sinto feliz..." Nove falou chorando, pegando a criança e a observando. O ser ignorou as risadas dos outros, se concentrando em fazer amizade com o ser que o encarava. "Olá... Baixinha."

A humana o olhou e riu. "Nove, os humanos quando bebês não conseguem falar."

"Ah... Uau." O mesmo falou, logo sua expressão virou curiosidade pura. "Como vamos cuidar dela se ela não fala?"

Franck se aproximou, soltando fumaça na cara de Nove. "Iremos tentar acertar. Não deve ser tão difícil cuidar de um bebezinho..."

Nove o olhou com raiva. "Mantenha sua fumaça longe, por favor." Franck deu uma leve risada.

O bruxo se aproximou, pegando o bebê de Nove e entregando para a humana com um sorriso calmo. "Preciso falar com esses dois." Os dois se entreolharam antes de serem arrastado pelo bruxo, o mesmo tinha uma face de preocupação.

Logo, o ser soltou os dois, fazendo os cair no chão na frente da porta em que estava Shield.

Nove percebeu a preocupação de seu mestre e foi até o mesmo. "O que aconteceu? Fizemos algo de errado?"

Franck se levantou, encarando o bruxo que encarava a porta do quarto. "Está preocupado com a criança?"

O bruxo os olhou, abaixando a cabeça em seguida. "Virão atrás de nós. Os templários não vão querer deixar minha herdeira viva."