ღ꧁ღ╭⊱ꕥ Cheguei à redação cedo, entrei em meu cubículo rezando para não encontrar Ricardo. Não sabia que desculpa lhe daria hoje. Fiquei encarando a tela do computador por alguns minutos, tentando formular uma frase curta para a revista, mas sem sucesso.
Sem perceber, meus pensamentos mudaram para Rodrigo. Sacudi a cabeça, afastando meus devaneios, e voltei aos artigos.
Às 9h00, marchei um pouco frustrada para a reunião de pauta. A coluna sobre o desaparecimento de crianças tinha sido bem aceita, como mostrava a enxurrada de e-mails em minha caixa de entrada, a maioria de mães expressando a importância da abordagem na mídia. Fiquei emocionada e feliz com o resultado. Mas tudo mudou quando Débora informou, junto ao Diretor-executivo de finanças, que a matéria não estava sendo lucrativa e, por isso, queriam retirá-la da pauta.
― O que você não entende, Liana, é que uma revista não se trata de caridade; precisamos de publicidade. Nossos parceiros comerciais não veem com bons olhos matérias tristes. Isso não vende! Você é muito ingênua para entender isso. ― Débora informou cinicamente, sorrindo para o Diretor.
― Apesar da minha ingenuidade, Débora, sei muito bem o que vende e o que não vende. Porém, o mundo não é tão mercenário como você imagina. ― Sorri ao continuar. ― Aqui está o relatório de empresas parceiras que irão nos apoiar independentemente do lucro. ― Entreguei a lista de nomes para ambos. ― Essas empresas acreditam que a causa é muito mais importante do que o dinheiro.
― Mas... ― Ela me olhou irritada, sem acreditar. Ela pensou mesmo que eu não estaria preparada? ― Mas, nesta lista não estão todos! E os que não concordaram? O que vai acontecer com eles? ― Questionou entre dentes.
― Você fala como se o grupo Renascer só tivesse a Cena Contemporânea! ― Pontuei. ― Existem outras revistas com outros temas, como você mesma disse, muito mais felizes, que eles podem divulgar seus produtos. ― Informei debochada.
― Mas...
― Sinceramente, não estou entendendo o espanto de vocês. ― Interrompi a tentativa de Débora de falar. ― A Cena Contemporânea sempre foi uma revista sobre a realidade, sobre notícias e fatos! ― Olhei para ambos. ― Me desculpem decepcioná-los, Débora, mas a vida nem sempre é justa ou feliz. Basta você ler alguns desses depoimentos. Mães que perderam seus filhos e vivem em um desespero constante por alguma notícia. ― Respirei fundo.
O Diretor me olhou com pesar nos olhos.
Continuei. ― Quero que se lembrem de que estamos prestando um serviço muito importante à sociedade. Sendo assim, independentemente do lucro da matéria, ela fica! ― Disse firme. ― Há algo que queira acrescentar, Débora?
― Não! Parece que você já tomou sua decisão, Liana. ― Respondeu com raiva.
― Ótimo! ― Respondi sorrindo. ― Sim, já tomei! Próximo assunto, Cida, sobre a capa de fevereiro? Alguma novidade?
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𝙰𝙺𝙰𝙸 𝙸𝚃𝙾 - 𝙵𝚒𝚘 𝚟𝚎𝚛𝚖𝚎𝚕𝚑𝚘 𝚍𝚘 𝚍𝚎𝚜𝚝𝚒𝚗𝚘
RomancePor que Liana teme entregar seu coração? Por que Vera teve seu filho retirado de seus braços ainda recém-nascido? Será que sonhos têm a ver com vidas passadas? A existência de almas gêmeas é real? Akai Ito - Fio vermelho do destino descreve a busca...