Capítulo 4

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Meu coração está batendo tão forte que acho que vai saltar do meu peito a qualquer momento. Quando estou prestes a achar que é meu fim, o estranho fala "O que você está fazendo aqui ruivinha? ", na mesma hora reconheço a voz dou uma cotovelada nele o que faz ele me soltar e recuar para trás com a mão na barriga, "Você está maluco Ítalo? Quer me matar com esse susto? ", ele ainda está sentindo dor pela cara que me olha, bem feito, ainda peguei leve com ele, ninguém mandou fazer com que eu quase tenha um infarto, "Você que pirou de vez, não precisava dessa cotovelada Ayla, fiquei preocupado contigo e resolvi vir atrás, ai não me contive, tive que fazer uma brincadeira com você, ruivinha doida" , ele fala como se não tivesse feito nada demais, e que história é essa de ruivinha, ele tá maluco por acaso, por um tempo já estava esquecendo o quanto irritante que ele é, mas agora voltou como um raio, "Olha só para de me chamar de ruivinha, para você é só Ayla, entendeu? E porque só agora esse apelido hein, porque não me chama assim na frente da sua digníssima noiva? ", ele me olha com uma cara que não tinha visto ainda, mas com um sorriso que ao mesmo momento é de tirar o fôlego é irônico também e diz " Ah ruivinha, que isso, não precisa dessa raiva toda, aliás se fica linda brava, o contraste das suas bochechas com seus cabelos cor de fogo é incrível, e não chamei você assim na frente dela, porque é um segredo nosso", e pisca para mim, ele ficou doido é, quando estou prestes a bater nele de novo eu escuto um choro.

Nesse momento eu lembro o que eu vi na janela daquele container, me viro rápido e olho de novo, lá dentro eu vejo três crianças, presas em uma cela, com apenas colchões espalhados pelo chão, ao reparar bem nas crianças vejo que uma delas é um bebê, e as outras duas devem ter seus 12 ou 13 anos, quando nossos olhos se cruzam vejo medo em seus rostos e Ítalo que até então tinha esquecido , está parado ao meu lado tão chocado como eu vendo as crianças presas em um espaço tão pequeno e nessas condições precárias, "Hey, não precisa ficar com medo, vamos ajudar a tirar vocês daí", digo , percebo que elas estão desconfiadas mas são espertas e sabem que não tem outra opção a não ser confiar, " Por favor, nos tirem daqui logo, os guardas vão voltar daqui a pouco", a menina com uma voz meiga e fraca me diz, depois disso eu me viro para ver com Ítalo uma forma de nós soltarmos elas, mas ele já está na porta tentando abrir, "Está com cadeado, no carro tenho chaves de boca que com um jeitinho consigo abrir", ele me diz, "Ok, vai rápido então, antes que eles voltem", Ítalo balança a cabeça afirmativamente e sai correndo para a direção do carro.

Volto para a janela e observo as crianças, percebo que são uma menina e um menino e a bebê parece uma menina também, os dois mais velhos tem uma semelhança que são praticamente cópias, a diferença é o sexo deles, os dois são loiros com olhos castanhos claros e estão bem magros, o que dá para perceber que não estão se alimentando direito. Não consigo acreditar como que uma pessoa pode prender crianças num container no meio do nada e ainda não alimentar elas direito, é muita crueldade, mas porque disto? Porque essas crianças estão aqui? São muitas as perguntas que passam pela minha cabeça.

Quando já estou ficando apreensiva com a demora de Ítalo ele aparece com as chaves de boca, "Ítalo que demora foi essa? ", corro na direção dele que já está na porta tentando abrir os cadeados, " As malas me atrapalharam um pouco para achar as chaves e Cinthia ficou fazendo um monte de perguntas", normal né, aquela mulher quer saber tudo que Ítalo faz, se ele soltar um peido é bem capaz que ela queira saber o porquê dele soltar, eu nem sei com ela não seguiu ele ainda até aqui, mas ainda bem que não veio do jeito que ela é, ia mas atrapalhar do que ajudar, ouço o barulho do cadeado se abrir e Ítalo logo tirar o cadeado e abrir a porta, entramos juntos no container e vamos logo para a porta da cela das crianças, Ítalo já vai direto abrir o cadeado dessa porta enquanto eu falo com as crianças, "Vai ficar tudo bem, vamos tirar vocês daí", a menina balança a cabeça e é nessa hora que reparo na bebê, tão pequena, loira igual aos irmãos mas a diferença é que ela tem olhos azuis que no momento estão avermelhados de tanto chorar, vendo está cena meu coração se parte em mil pedaços, sempre gostei de crianças, nunca cuidei de uma e nem sei como se faz isso, mas fico triste quando esses pequenos são maltratados e quando vejo essa bebê fico mais desesperada para tirar eles logo dali e protegê-los.

Ítalo consegue abrir os cadeados e assim que abre a porta diz "Vamos crianças, vamos logo sair daqui', a menina com a irmã no colo ainda está desconfiada, percebo pela hesitação de sair, mas ela sabe que o melhor a se fazer é ir conosco, então é isso que faz sai e seu irmão vem atrás. Ao saímos do container vamos na direção do carro, "Por aqui" Ítalo guia as crianças e eu vou logo atrás, pego meu casaco e vamos correndo para o carro. Quando chegamos a megera da Cinthia olha para nós e depois para as crianças, ela lança um olhar de desprezo para as pobres crianças que me dá vontade de arrancar os cabelos loiros dela, "O que são essas coisas? ", ela diz, carambolas que mulher mais insuportável, "Elas não são coisas Cinthia, são crianças, indefesas, que estavam presas que precisam da nossa ajuda, então mais consideração, ok!", ela me olha com aquela cara de sonsa e diz " E daí, o problema é delas, nós temos que sair logo daqui para ir para nossa lua de mel Ítalo, não dá para levar essas crianças atrás da gente!", Ayla respira, respira mulher antes de fazer alguma merda, "Ítalo não podemos deixar as crianças aqui, temos que ajudar, cuidar delas, não sabemos o que pode acontecer com elas se continuarem lá", olho para ele com o maior olhar de suplica que posso transmitir, ele não é capaz de fazer o que a noiva está pedindo, bom eu espero que não, "Vamos levar elas sim e vamos entrar logo antes que apareçam os guardas", ele diz, um alívio percorre pelo o meu corpo e já direciono as crianças a entrar no carro ignorando o olhar de raiva da loira, "Você só pode estar brincando comigo, não pode levar essas coisas conosco, você não sabe quem está atrás delas, está colocando nossas vidas em perigo Ítalo!", a serpente diz, juro que a cada segundo consigo mais e mais ofensas para chamar essa mulher, "Cinthia essa crianças precisam de ajuda, não posso e não vou deixar elas aqui, escuta entra no carro e depois a gente discute isso", ela olha para ele furiosa contudo entra no carro, mas antes de fechar a porta diz: "Depois não diga que não te avisei que isso era uma ideia estúpida" e com isso ela bate à porta com força.

Entro no carro e espero Ítalo entrar, olho para as crianças e vejo que estão assustadas não as culpo, a megera da Cinthia falando aquelas porcarias ficaria da mesma maneira, ainda depois de tudo que sabe se lá o que essas crianças passaram. Pego a mão do menino que está do meu lado e mexo os lábios falando que vai ficar tudo bem e percebo que a menina estava me observando também, os dois balançam a cabeça afirmativamente.Quando Ítalo entra no carro e estar prestes a sair, vejo os matos se mexerem atrás de nós, quando vejo três homens de preto estão saindo de lá e quando eles observam que as crianças estão dentro do carro começam a correr na nossa direção e um deles pega a arma e atira na direção do carro. 


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Boa noite !!

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Beijos irmas Loen

Minhas quatro jóiasOnde histórias criam vida. Descubra agora