O ano é 1412, um casal de nômades, exaustos de suas viagens, decidem que era hora de se fixarem em um lugar. Elizabeth, possuía um dom único com marcenaria, o qual era raro e ela só ensinou, a sua vida inteira, a Emmanuel, o que se pode dizer como seu marido. Contudo, antes de se fixarem, discutem sobre as propriedades do local o qual deveriam ficar. Sem muita dificuldade chegam à um consenso de que deveria ser próximo de um rio, o qual seria utilizado para pegarem água e pescarem. Dessa forma, depois de muito andarem, encontram um rio, que Emmanuel logo o batiza de Rio da Esperança, devido à esperança que ele os causava pois a partir dele que teriam definitivamente um lugar fixo para morar. Após horas tangenciando o rio, chegam à um local que os agrada e se sentem bem. O lugar era muito verde, com algumas pedras espalhadas, ao fundo possuía uma montanha soberana, com infinitas fileiras de árvores compondo o muro natural da moradia dos nômades, era o fim do nomadismo. Imediatamente, Elizabeth e Emmanuel começaram a trabalhar para construir o que seria a primeira moradia dos dois e ali começaram uma nova vida. Logo então, Elizabeth engravidou e os dois começaram a fazer conjunturas da futura vida que ali teriam. Após 7 meses, Elizabeth surpreende Emmanuel e diz que vai nascer. Rapidamente, Emmanuel a leva para a beira do Rio da Esperança a fim de fazer o parto. Foram 18 horas de muita dor e sofrimento, Elizabeth chorava e gritava. Emmanuel aflito tentava de tudo mas ao mesmo tempo não fazia nada. Eis quando nasceu a criança, uma menina linda de olhos amarelos e cabelos negros, como era a noite à qual ela chegava, e que apesar de prematura nascia saudável e esbelta. A partir dali, com o nascimento da menina, duas coisas surgiam e uma acabava. Uma das coisas foi a vida da então nomeada Lorwen. Porém, com o ganho de uma nova vida, outra se perdeu. Elizabeth não suportou às complicações do parto e faleceu com a filha em seus braços cobertos de sangue, naquela noite negra e vazia. Emmanuel, completamente desolado, nem reagia ao choro de sua filha. Apenas olhava fixamente para o interminável céu e se perguntava o que havia feito para merecer tal acontecimento. Depois de um tempo chorando e refletindo, pegou Lorwen dos braços frios de Elizabeth e disse em voz alta :
- "Aqui, nessa noite, rebatizo o Rio da Esperança para Rio da Lamentação em homenagem à Elizabeth. Além de fundar, a sociedade Dankar em homenagem à essa noite escura onde também faleceu em uma parecida meu avô Frederich Dankar em 1381". A partir desse dia, Emmanuel e Lorwen viveram isolados e eles não trocavam uma palavra se quer com o passar dos anos. A primeira frase dita por Lorwen aconteceu 7 anos depois daquela noite e ela questionou Emmanuel :
- " Onde está minha mãe ? ". Emmanuel respondeu com o silêncio e dessa mesma forma eles permaneceram. Com o passar do tempo, novos nômades chegaram à Dankar e, impressionados pelo casebre construído no meio da paisagem de um verde sem fim, decidiam interrogar Emmanuel sobre tal contrução e se ofereciam a servir com fidelidade à ele em troca de os ensinarem a fazer algo igual. E dessa forma a sociedade de Dankar foi sendo construída, na base de interesse e inveja pelos conhecimentos de Emmanuel, que por sua vez fazia questão de construir todos os casebres durante as noites em que ninguém o via fazer a fim de não aprenderem e permanecerem subordinados à ele. E Lorwen, sempre muito quieta e observadora, prestava atenção em tudo e arquitetava coisas que ninguém ali poderia compreender. Sempre respondendo sim ou não apenas com o balançar de sua cabeça, sem dizer uma palavra sequer a ninguém. Sempre questionavam Emmanuel sobre ela, se era surda, se era doente, Emmanuel sempre respondia:
- "Ela carrega muita dor e saudade de algo que nunca conheceu". E aquilo logo impactava às pessoas que não ousavam voltar a perguntar sobre e sempre se mantinham longe de Lorwen. Até que um dia do ano de 1430, muito ensolarado porém de uma forma que o sol recaía sobre a cabeça como um manto refrescante, chegou à Dankar um rapaz cansado, dizendo, justamente à Lorwen :
- " Eu venho caminhando por esse mundo a minha vida inteira, estou cansado e preciso parar. Você poderia me ajudar moça ? " Lorwen surpreendentemente respondeu ele:
- "Se você trouxer minha mãe até mim, eu lhe ajudo". O rapaz então, que se chamava Oremir, respondeu então assustado e balbuciante :
- "Eu posso tentar... Posso sim e você me ajuda ?". Lorwen, agora de forma não surpreendente, virou as costas e caminhou para sua casa lentamente. E ele sem entender tal reação foi atrás dela a fim de tirar suas dúvidas sobre seu pedido.
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A sociedade oculta de Dankar
Historical FictionNa década de 1430, uma sociedade distante de tudo se consolidava através de lamúrias e interesses. Essa história busca trazer vocês, leitores, para imergir nos acontecimentos da sociedade de Dankar, localizada nos confins do mundo. Cultura, relacion...