CAPÍTULO 17-DANIEL COLOCA OS ÓCULOS

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Maurício acordou e viu que já passava das três da tarde e as sombras já se aproximavam da janela do quarto.

O bem- estar que sentia não se comparava a nada que ele já tivesse sentido na vida!

Sentiu o peso de Daniel que ressonava apoiado em seu peito, também totalmente realizado. 

Ele era tão parecido com Lúcia e, ao mesmo tempo, tão diferente, analisou o policial!

Olhou para Daniel até que, depois de alguns minutos, ele também acordou e levantou a cabeça lentamente para admirar o rosto de seu parceiro. Espreguiçou com um gemido satisfeito. João riu e beijou a cabeça de Daniel com carinho.

— O que te fez mudar de ideia? Até ontem tão esquivo, me recusando e agora... — disse Daniel afagando o peito nu de João.

— É muito excitante, confesso, atrair o sexo oposto...porém, atrair uma pessoa do mesmo sexo é muito mais estimulante, Daniel! — confessou.

Daniel virou-se e mordiscou o queixo de João suspirando.

— Não sabia que você era tão esfomeado, querido. —brincou João._Quase acabou comigo!

— Somente quando o banquete é atraente, lindo, eu me esbaldo, pode ir se acostumando!_riu travesso.

O policial levantou o lençol e olhou para o próprio membro fingindo-se de  preocupado:

— Talvez eu tenha perdido uma parte dele, porque eu confesso...nossa! Você é muito guloso, lourinho!

Daniel enfiou a mão debaixo do edredom e pegou o membro com firmeza, fazendo com que João levasse um susto.

— Não...fique tranquilo...está tudo aqui... — riu Daniel se virando de barriga para baixo e balançando as nádegas provocante. — E aí? Acho que você já está pronto para continuarmos, João.

João tocou as nádegas de Daniel e as acariciou lentamente. 

Na cabeça do policial, a acusação de Marta retumbava e ele sabia que ela  estava certa: ele era  um monstro, um monstro! Como fora capaz de machucar Daniel  daquele jeito, de atacá-lo feito um louco, um animal? Se não tivesse enchido a cara e desmaiado de bêbado, provavelmente teria ele mesmo, sem o parceiro Eurídes,  voltado ao barracão e matado o pobre coitado!

O policial duvidava se teria um castigo pior do que a própria consciência!

— Eu estou com tanto medo de machucar você, Daniel...tenho medo de não me controlar e aí...você é tão frágil, tão delicado e eu sou este bruto...

— Você, bruto? Não você, João...não você...não tenho nenhum receio, acredite...tem sido tão bom pra mim...tão cuidadoso, tão correto desde o início...ah, João, tenho certeza de que você nunca me machucaria, você não, João... 

Daniel afagou o rosto de João com carinho.

O policial  fechou os olhos com força. Imaginou o que ele faria se soubesse que estava ali com o monstro que o atacara de forma tão brutal há tão pouco tempo. Será que ele sairia correndo...ou se jogaria em fúria e ódio sobre o policial?

Daniel estranhou aquelas rugas de preocupação na testa do parceiro.

— O que há, João? Não sou feito de louça e estou apaixonado por você, cheio de tesão só em pensar em ter você dentro de mim, meu amigo...meu salvador... 

João manteve-se em silêncio...será que era hora de confessar tudo pra Daniel?

— João, por favor, sabe que eu não posso visualizar com clareza o seu rosto, por isso vai ter que me dizer em que está pensando que não vem logo...se arrependeu? — estava aflito e  inseguro._Acha que devemos esperar mais um pouco, é isso? Ainda está em dúvida? Ou não gostou? Pode falar, João...eu vou entender...juro!

VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora