O Despertar do Pavão

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Ele corre como uma corça fugindo de uma matilha de lobos. Quando ele entra em um beco deserto aproveito e o imobilizo.

-Paralisia dos descrentes.- Estendendo a mão.

Ele simplesmente cai no chão, seu choro e irritante, seu apelo pela vida e inútil e me esgota a paciência.

-Por favor não me mate!- Implorando.- Eu tenho mulher e uma filha.- Afirmava.

-Sim eu sei da sua mulher, e também sei da sua filha.- Montrando uma foto que estava no meu bolso.- Também da sua amante de dezesseis anos. Você não tem vergonha? Uma família tão linda e você procurando prazer em outro lugar.

-Então você vai deixar minha filha sem um pai!- Me interrompendo.

-Não, claro que não. Sua mulher iria te pedir o divórcio hoje. Ela conseguiu alguém que a ama de verdade. Já você meu sujo pedófilo irá morrer.- Falo com a minha calma de sempre.

-Me deixe ir embora! Posso te pagar um bom dinheiro. Todos temos um preço, então qual é o seu?

Nesse momento meu sangue ferve. Odiava que me colocava como um corruptos sem orgulho nem vontade.

-Como se atreve!- Chutando ele para a parede.- Não me vendo por dinheiro! Não irei te matar por causa de um homem ou mulher, você morrerá por que a minha senhora deseja.- Explico.- Sua morte seria rápida e indolor, mas agora será lenta e dolorosa.

Me afasto e pego minhas adagas, com um golpe rápido corto a garganta dele, não o matou de uma vez. Mas iria causar uma tremenda dor antes disso acontecer. Quando ele finalmente morre realizo o ritual de sempre. Coloco uma pluma de pavão no seu corpo e falo.

-Que receba o castigo de Hera, que ele seja lento e doloroso.

Fazendo isso saio daquele local imundo. Mal me viro quando eu sinto uma presença familiar.

-Austim, saia das sombras.

Falando isso o mesmo sai do lado mais escuro do beco. Seu cabelo liso e escuro contrastava bem com seus olhos castanhos.

-Olá velho amigo.- Me abraçando.

Retribuo seu gesto e pergunto.

-O que você veio fazer aqui?

-Além de limpar sua bagunça. Vim te trazer uma mensagem, mas vamos conversar em particular.

Quando ele fala isso estala os dedos, e o corpo e engolido pelas sombras.

-Um novo truque?- Pergunto enquanto saímos do beco.

-Anos de treinamento renderam alguma coisa, mas voltando a você, ainda continua orgulhoso como sempre?

-O corpo evolui, mas a essência e a mesma.- Respondo com um sorriso.

-Seu apartamento e muito longe?- Pergunta Austim entre um bocejo.

-Uns três quilômetros de caminhada.

-Eu não vou andar isso tudo.- Fala revoltado.- Veu da sobras.

Quando ele fala isso começamos a ser cercados pela escuridão, sinto o meu corpo formigar, e antes que eu perceba estamos no meu apartamento. Surpreso falo.

-Você não para de me surpreender, o Hades está te treinando bem?

-Como você descobriu que eu estou a serviços de Hades!- Pergunta se sentando no meu sofá.

-Nada me escapa, e além disso sinto o cheiro do tártaro saindo das suas roupas.

-Lá se foi meu segredo, mas não foi pra discutir divindades que eu vim.- Tirando do bolso um pequeno medalhão.- A rainha do Olimpo me pediu pra te entregar isso.- Me dando o medalhão.

-Hades sabe que você está fazendo serviços para os outros deuses?- Analisando o medalhão.

-Não, é eu não deveria ter contato com nenhum outro deus, mas quando a rainha do Olimpo pede você apenas obedece. Mas agora me de licença por que Persofone iria me dar cobertura, mas faz tempo que eu sai e se Hades descobre...

-Tá Austim vai logo.- Interrompendo ele.

-Nossa, quanta ostilidade.- Sendo engolido pelas sombras.- Até logo.- Desaparecendo.

Olha a medalha e vejo uma palavra em grego que dizia. Ore. Estranhado começo a fazer a oração de Hera. Quando a termino o medalhas brilha intensamente, minha visão se perde por um tempo, quando a luz cessa vejo na minha frente uma mulher vestida de togas gregas ricamente adornada com fios de ouro, seu cabelo era escuro como a noite e seus olhos claros como a lua. No topo de sua cabeça uma coroa semelhante a um pavão roubava a cena.

-Se ajoelhe perante Hera a suprema rainha do céu, senhora do Olimpo, portadora do.....- Fala outra mulher que a acompanhava.

-Já chega Liope.- Interrompe.- Hector, você sabe quem eu sou?- Pergunta sem notar que sua serva tinha acabado de a apresentar.

-Não me atrevo a mencionar seu glorioso nome. O suprema soberana.- Me curvando, e com os olhos no chão.

-Se levante Hector, pois hoje é um dia de alegria!- Me levantando e me olhando nos olhos.- Você Hector, você será meu novo paladino sagrado.

Não acreditava no que eu estava ouvindo. Isso seria uma piada do Austim? Não ele não era burro o bastante para brincar comigo.

-Isso é sério?- Pergunto sentando no sofá.

-Sim, e serio, infelizmente muitos dos meus servos e paladinos foram mortos, tento investigar, mas minhas obrigações não me permitem o fazer. Mas voltando ao nosso assunto principal.- Se sentando na poltrona a minha frente.- O certo seria você escolher outros quatro de meus adoradores, mas não quero te colocar em perigo, então sua primeira missão é ir até Paris, Afrodite está lá, vá até ela é peça uma de suas servas, por mais que eu odei admitir ela tem bons guerreiros.- Para me dando brecha para responder.

-Sim, e claro, posso pedir pra ela liberar a Rose, mas é os outros três?- Pergunto.

-Bem isso fica a seu critério, mas tem alguma coisa que eu possa fazer pra te ajudar?- Pergunta com ternura.

-Sim, Austim um servo de Hades. E um velho amigo meu, eu gostaria que a senhora falasse com seu irmão para que ele permita que Austim saia do tártaro...

-Não se preocupe eu falarei com Austim, mas agora pegue isso. Leia quando precisar mandar uma mensagem.- Me interrompendo e me entrega um pergaminho.- Adeus meu pequeno, sua próxima pista está em Paris.- Desaparecendo em meio a luz. O pequeno medalhão desaparece com elas. Ainda sentado tento me recuperar do êxtase que me consumia. Momentos depois já mais calmo começo a arrumar as malas, afinal tinha que ir pra Paris.

O Servo de Hera e a Ânfora Oculta Onde histórias criam vida. Descubra agora