bitches broken hearts.

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A chuva caía rapidamente sobre meu fino rosto. Meu cabelo, cujo possuía uma tonificação azulada, pela tintura escura escolhida por mim, já se encontrava encharcado. Sentia minhas ligeiras lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas, se misturando com a água da tempestade. O que passava pela minha cabeça, era somente a minha necessidade de ir ao pequeno apartamento que pertencia a mim e minha mãe, não demoraria muito até lá.

Percebia-se que a velocidade de meu correr era facilmente distinguida de uma forma acelerada. A mochila preta que estava em minhas costas, pulava no mesmo ritmo que os meus pés, ao tocarem o chão. Enquanto corria, tentava enxugar minhas lágrimas com as costas de minha mão direita, enquanto a mão esquerda se encontrava ocupada, segurando meu aparelho eletrônico, o qual era meu celular.

Não queria acreditar... não podia... não pode ser...

O motivo de meu desespero, era pensar na possibilidade que tudo que minha mãe me contara, fosse verdade... meu padrasto... ele fora uma pessoa tão boa para minha mãe... ele não pode ter sumido assim... Por que ele deixaria minha mãe? Assim do nada? Ela estava tão feliz com ele, deixar à ela uma carta, contendo apenas um "adeus, espero que seja feliz sem mim", é cruel. Não consigo acreditar...

Corria o mais rápido possível. Precisava ajudar minha mãe. Ela precisava de mim. Chego até o edifício que continha o apartamento número '89', cujo era o meu e de minha mãe. Aplico os dígitos de meus dedos sobre a minha identificação de moradora, e a exibo para o porteiro do prédio. O porteiro, ao ver-me com aquele estado, se assusta, sua expressão facial, que antes era uma expressão que demonstrava uma calmaria, se desfigura para um sentimento de preocupação. Olho para ele e digo para o mesmo que estava resfriada. Mentir naquele momento era a melhor opção.

Ele permitiu minha passagem pela porta que dava início a um cômodo que enclausurava a entrada do elevador que levava aos apartamentos do prédio. Entro no elevador que já se encontrava aberto, e distribuo meus dedos sobre o pequeno botão que indicava o andar de meu apartamento. Aperto o botão que indicava o número '9' com precisão e desespero. As portas do elevador se fecharam rapidamente, e espero o mesmo levar-me até o nono andar.

Chegando ao nono andar, começo a correr em direção ao aposento pertencente a mim e à minha mãe. Pego ligeiramente as chaves que me dão permissão de abrir a porta do cômodo, e abro a porta com um notável desespero. E lá estava ela. Sentada no chão, encostando as costas na parede maciça, chorando silenciosamente. Jogo minha mochila no chão, e vou direto ao encontro dela.

Abraço-a firmemente. Choramos juntas, silenciosamente, por um momento, até que eu digo à ela, o que estava sentindo.

— Mãe... ele não te merecia. Certamente, ele soube disso, e foi embora... é a única explicação.

— Helóïse, não tente consolar-me... eu o amava tanto... parecia-me tão real. Parece que... eu me enganei novamente.

— Não... por favor, não pense desse jeito mãe...

— É a verdade. — Olhava-a com uma expressão triste... ela não merecia estar passando por isso.

Enxugo as lágrimas dela com meus dedos, e logo depois olho para ela com um olhar de consolo. Minha mãe já passara por muita coisa. Já tentara suicídio algumas vezes... eu sempre a consolei, sempre a ajudei. Pago á ela um terapeuta, faço questão dela ir todos os encontros marcados que ela tem com ele. Com ela. Linda, era o nome da terapeuta de minha mãe... a mesma era uma boa pessoa. Fazia questão de ajudar minha mãe. Ligava para ela constantemente, perguntando se minha mãe já tomara os remédios... no caso, os antidepressivos passados para ela.

the truth untold. ;; kthOnde histórias criam vida. Descubra agora