A Última viga

O primeiro passo para a mudança...

Eu sempre tive 5 pilastras na minha vida, uma delas sem dúvida era a família, a outra eram os animes (animações japonesas), seguida por livros,filmes e por último os amigos.
Por toda minha vida tive dificuldades em me inturmar, eu era patética, não sabia conversar, gaguejava, mentia, muitas vezes tinha a fama de falsa, e ao meu ver o pior dos defeitos com certeza tinha nome "desastre".
Na minha mente o amor poderia quebrar qualquer barreira, assim como fez minha mãe e meu pai afastarem-se do álcool.
Minha irmã se formar em turismo com muito sacrifício e por fim meu irmão depois de 2 anos desempregado, arrumar um trabalho.
Desde pequena foi imposta a mim uma série de regras...
A primeira delas era afastar de todos que mexiam com drogas e álcool ( especificamente de álcool por causa de meu pai, e drogas pelos namorados que minha irmã arrumava ).
A segunda não se misturar com maloqueiro, presidiários, bandidos ou machistas.
A terceira, "mais difícil"... Não se entregar sem amar .
"Na cabeça de minha mãe eu era um cristal intocável, tinha que ser a garota perfeita, zero erros, e não cometer o que ela cometeu, ou seja mulher de um único homem e casar virgem".
Tirando as regras estúpidas e comportamentos exagerados, ela sempre foi uma grande mulher, a amo demais, e graças a ela estou nessa faculdade chamada "Alfa Strite".
Uma das faculdades mais populares e disputadas do país. Era o meu sonho e agora realizei.
Me tornei o orgulho da família, e para aqueles parentes que acharam impossível.. haha " engole essa".
Como diz meu irmão Adam "nada é por acaso". Tudo tem um porquê, essas precauções e preocupações bestas foram para me afasta do mundo sombrio, para que eu enxergasse as maravilhas da vida, e não vivesse só tragédia.
Fui uma das poucas da família que se deu bem, "vai ver também é por isso que existe tanta inveja por parte deles", mais deixando isso de lado... voltei para a dura e velha realidade.
Meus olhos estavam entre abertos, senti meu corpo suar e mãos quentes me tocarem no rosto, descendo devagar até meus seios, dedos delicados e quentes que me faziam gemer baixinho, logo depois essas mesmas mãos apertaram minhas coxas com força, me davam mordidas leves com os dentes chegando quase no meio da minha intimidade.
-Ahhh (eu gemia cada vez mais forte, parecia que alguém estava se divertindo com isso).
-Por..r fa-vor.. pareee ( mas o fogo ardia minha boca dizia não, mas a mente queria mais, até que senti algo molhado e quente entre minhas pernas)
.Não tinha mais o que dizer eu estava entregue, molhei a cama toda, estava sem roupa completamente nua, apertei sua cabeça para fazer mais forte, só que derrepente... um celular infernal toca.
"Ahhh que merda!" esbravejo, era só um sonho.
Logo escuto passos apressados na escada, em seguida um grito
- ACORDA KATHARINAA!!!
Era minha mãe desesperada, porque o meu celular despertou na hora errada,
"ohhhh ódio".
Minha mãe Madalena, ou melhor "Dona Lena como gosta de ser chamada", arrumou duas marmitas para eu levar, fora o banquete de café da manhã que eu tinha que ingeri. "Mais que drogaa" resmungo.
Eu desci as escadas e um buquê de flores se estende para mim..
- Surpresaaa!! ( uma voz toda empolgada ecoa pela casa).
"Aff, quero voltar para meus sonhos eróticos, melhor do que ir pra facul" .
Eu estava irritada, "quem é que gosta de levanta no grito? "
- Você tá bem ? Tá com uma cara péssima? ( Jordan diz com uma voz rouca e preocupada).
Um sorriso falso surgi em meu rosto.
-Ahh.. haha nada eu só tô anciosa, nem durmi direito.. ( digo gaguejando, mas confiante).
-Ok, nada que um beijo não resolva. ( Jordan diz com um sorriso no rosto).

Se aproxima de mim, me entrega as flores e se curva para me dar um beijo.
"Afinal ele é alto e eu sou baixinha".
Eu desvio, e ele acaba beijando-me no rosto, sem graça,
recua e diz..
-Quem sabe na próxima? ( Jordan abre um sorriso amarelo).
Ele me respeita demais, é o meu namorado, estou a seis meses com ele, nunca fizemos nada a não ser ir a parques, cinemas, teatro, zoológico, festas de família e até na igreja eu vou com ele. Mas parece que não sinto nada por ele, antes eu ficava empolgada, agora não passa de um amigo.
Sentamos e comemos de tudo um pouco, ele me passa as torradas e eu passo o suco de acerola, meu favorito.
Minha mãe queima uma vela a nossa senhora e começa a rezar perto da janela onde se encontra a imagem.
Eu simplesmente faço um minuto de silêncio e a observo, depois Subo para meu quarto arrumo minha mochila, e Jordan faz questão de leva-la.
Minha casa fica a cinco minutos da rodoviária e então vamos a pé.
Chegando lá minha mãe me da um tapa no ombro, me arrocha em seus braços com um perfume chamado "Lua" que amo... Mas não chora .
" Na verdade eu nunca vi ela chora, nem parece que ela tem coração". Já Jordan...
-Ei, vou morrer de saudade, eu te amo demais nega. (Diz ele com uma carinha de dó).
-Onnn, não fica assim, vai ficar tudo bem, vou te ligar todos os dias até você sentir vontade de quebrar o celular. ( digo entre risos e ele retribui).
-Doida, não esquece de ler os livros que te indiquei, e vê se escuta um pouco mais de músicas entre rock e pop do que "abertura de animes." ( Diz ele me provocando).
-Vou escutar o que eu quiser, Tá ! Seu chatãooo..( mostro a língua e viro as costas).
Minha mãe com os braços cruzados me analisa dos pés a cabeça, vê as roupas que uso, no caso um vestido de preto de bolinhas brancas, uma jaqueta jeans por cima, e tênis branco com o símbolo dourado da Nike.
Ela se aproxima de mim e fala num tom autoritário.
- Você não vai Maloqueira desse jeito! (Lá vem a dona Lena me infernizar).
-Mãeeee, paraa! Eu não sou criança. QUE SACOO!! (  não tinha paciêncial agora, estourei).
-Escuta aqui GAROTA, eu sou sua mãe, responsável por você, enquanto morar debaixo do meu teto, EU dou as ordens, entendeu? ( ela me fuzila com o olhar).
Ela ainda acrescenta..
- Você vai voltar pra casa AGOOORA, e vai vestir roupa de gente, ouviu? Até parece que mora na favela, onde já se viu?
Mesmo que você se atrase, ou chegue MEIA NOITE, vai estar bem vestida.( Ela continua a me olhar com ódio e impondo o que devo fazer).
Jordan me pega pela mão, olha pra mim, abre um sorriso forçado como quem diz "obedece sua mãe".
Eu já com a lágrima nos olhos pela vergonha que minha mãe fez no meio da rua, pego minha mochila vou tirando o necessário, e arremeço diante de seus pés, a bolsa e acrescento..
-Apartir de hoje sou uma mulher, não uma menina aprisionada na torre, não vivo em contos de fada, quero minha liberdade. E sabe porque sonhei tanto com essa faculdade, para me livrar dessa prisão que você chama de "família". ( entre soluços concluo )..
- Se a senhora não aceitar como sou, paciência, vai perder uma filha.
E corro para o ônibus que só me esperava pra sair, Jordan puxa meu braço mais eu o tiro, ele começa a gritar.
-Não faz nenhuma besteira por favor, ela só quer o seu bemmm.. ( ele diz com um olhar de súplica).
Eu dou um sorriso sarcástico e digo
-Relaxa, não vou usar drogas e nem me prostituir, vou só estuda, arrumar um emprego nem que seja de faxina.. Pagar minhas contas, e viver minha vida, sem precisar de pressão 24 horas da minha mãe.
(Ele muda a cor e fica sem palavras, minha mãe bate o pé e segue me olhando ao subir as escadas).
O pessoal do ônibus estava curioso para ver o fim do espetáculo.
-Ingrata, é isso que você é, não sabe valorizar o que tem, depois não vem chora no meu colo quando tudo der errado (Ela ameaça).
Pois é " Ela reza pra da tudo certo e ela mesmo joga praga, é ruim hein".
Sigo em frente, coloco meu fone e dou as costas para não escutar mais besteiras. Ela tem mania de joga na cara o que faz " grrr que raiva". Enquanto isso escuto " light me up"... música linda, som para meus ouvidos, me acalma, "Ahhh é uma delícia".
Quando o ônibus segue viagem eles ficam cada vez mais distantes e eu vou a caminho da cidade.
Observo as paisagens pensando positivo, respiro fundo para me acalmar, sorrio para o bebê ao lado, e percebo que minha liberdade está próxima. Essa briga com Minha mãe vai me ajudar a amadurecer, e vai me fazer mudar também, já o Jordan.... kkkk "Ahh essa é outra história" .