Único; o sentimento certo.

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Com gentileza, deslizou o dedo pela coluna vertebral, e acariciou a pele delicada como seda, ouvindo um murmúrio dos lábios do adormecido. Sorriu sozinho, sentia-se um bobo em relação ao homem que estava adormecido ali, esparramado e confortável sobre o colchão macio da sua cama. O fino tecido da coberta estava cobrindo apenas uma parte das costas nuas, a tez pálida brilhava sob a luz que infiltrava as cortinas de linho. Tão delicado quanto um anjo.

Ele gostava de admirar aquelas costas, já havia perdido as contas de quantas vezes já as observou. Mas, aquilo não era a melhor parte do que compartilhavam, era só uma das suas partes favoritas.

Curvou-se e depositou um selar singelo sobre a pele febril.

— Você é dramático.

Riu anasalado sobre a pele, e levantou os olhos para fitar o rosto que olhava em sua direção. Os olhinhos apertados em sono, as bochechas amassadas por causa das almofadas que estava deitado, os fios castanhos avermelhados deslizando desgrenhados por sua testa e os lábios finos com um bico bobo.

— Bom dia, bela adormecida.

Ele arqueou a sobrancelha.

— Bom dia sua bunda — semicerrou o olhar para responder. Sempre tão mal humorado de manhã, já estava acostumado.

— A minha bunda? Tem certeza? — olhou para a parte coberta dele, que estava próxima de si, ouviu um bufo.

— Não fique olhando, seu depravado — rolou os olhos, empurrando-o de si. — Além de depravado é um pervertido.

— Com certeza foi esse depravado pervertido que lhe fizera estar tão cansado assim. A fadiga lhe incomoda?

— Eu queria que você fosse se arrumar para ir dar a sua aula — resmungou mal humorado.

— Por que ver-me arrumando para ir dar aula?

Ele deu de ombros.

— Isso definitivamente não importa — pontuou, se apoiou nos cotovelos. — Me dê um beijo de bom dia.

— Como se merecesse? — perguntou, retórico.

— Eu mereço — respondeu, confiante, sentando-se sobre o colchão e puxando o rosto moldado entre as mãos. Selando os lábios carnudos contra os finos, cobrindo-se e misturando o calor com certa urgência.

Oh, ele sabia que merecia muito mais.

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A época de inverno, estava bem próximo das aulas entrarem em um recesso. A faculdade estava preparada em dar entrada aos seus alunos para as férias e dali conseguirem fazer o planejamento para o próximo semestre. E sinceramente, para Seokjin, ele estava mais ansioso para as suas férias que o planejamento de semestre.

O frio se infiltrava por suas roupas, sua pele se arrepiava pelo contato. Não havia vestido o seu melhor casaco de frio, mas sentia-se tranquilo porque a faculdade era um lugar fechado, o calor era algo que não faltaria para lhe aquecer.

Apertou os dedos na alça da maleta e adentrou a sala dos professores, onde encontrou seus colegas de trabalho, dos quais pareciam concentrados em arrumar o material para a aula. Também o fez, pegou seu material para a aula de hoje, sendo-se que a semana seria conclusiva, era a semana pré provas. Ele tinha que ser objetivo e mais duro com seus alunos.

— Ah, Seokjin! — foi chamado por um dos professores que notara a sua presença na sala. — Eu preciso daquele material para amanhã, tem como me passar hoje logo depois que as aulas acabarem?

Sentimentos confusos › ksj + mygOnde histórias criam vida. Descubra agora