Marta precisava desabafar com alguém e contou para a colega de trabalho, Tamires, que descobrira que Maurício gostava de homens.
O comentário da outra a deixou chocada.
_Parece que o vírus da veadagem está causando uma epidemia, minha filha._a ginecologista loura, 40 anos, desabafou._Agradeça por ele ser o que come um rabo e não o que dá o rabo, querida, porque o meu, deu até pra vestir as minhas calcinhas, acredita?
_Afrânio veste suas calcinhas?_assustou-se._ E aí? Pôs ele pra correr?
_E perder o pai dos meus filhos? Nem morta, Marta! Ele é um pai maravilhoso e as crianças adoram o namorado do papai. Aliás, é ele quem toma conta das crianças agora._a médica fez um muxoxo e revirou os olhos conformado e a deixou ainda boquiaberta.
Marta olhou o telefone celular chamando novamente. Era a quarta vez só naquele dia.
Eurides dera para ficar ligando pra ela pra descobrir onde estava Maurício e ela sempre dizia que ele lhe pedira pra não contar a ninguém, que ele queria ficar sozinho.
Ele ainda não se recuperara da morte de Lúcia, ela inventava ao telefone para despistar. Porém, como ela tivesse terminado as consultas daquela manhã, resolveu atender o telefone finalmente e tentar ganhar mais tempo para João e Daniel.
— Está me evitando, mulher? Estou te ligando há um tempão e você me ignorando...— começou Eurides.
— Sou uma médica ocupada, Eurides. — tentou controlar a irritação.
— Sei que aquele bêbado cabeludo te pediu pra não me contar onde ele está, porque vai ficar chorando um ano pela morte daquela putinha._riu com deboche._ Porém, sei que você ainda não engoliu essa do Maurício ter te traído com a Lúcia. Vai ficar agora dando cobertura pra ele ficar chorando a defunta, é?!
— Eurides, eu não tenho mais nada a ver com o Maurício e não vou ficar me intrometendo nos negócios dele. Por que não liga pra ele e pergunta? Vocês dois não são amigos de gandaia?
— Já liguei, Marta! Mas parece que ele jogou o celular fora, porque não me retorna as ligações e nem as minhas mensagens. Esperar uma, duas semanas eu até entendo, mas depois de um mês estou com saudades daquele barrigudo! — riu Eurides.
— Pois se ele não te contou é porque quer mesmo ficar sozinho. Olha, se ele ligar pra mim, prometo falar que você mandou dar o recado, está bem? Aí ele entra em contato com você, ok?! — disse Marta tentando encerrar o assunto. — Preciso desligar.
— Não, espere! Só me confirme uma coisa e eu prometo te deixar em paz. Sabe se ele ainda tem aquela casa de campo?
Marta ficou em alerta e se traiu ao levar algum tempo para responder com a voz insegura:
— Não...ele a vendeu...é, ele vendeu em fevereiro...quer dizer, acho que foi em dezembro mesmo...
— Ah, mulher...você não sabe mentir e deu a maior bandeira agora. Sou um policial, Marta, e sei quando alguém está mentindo, pode apostar. Estou de folga mesmo e vou dar um pulo lá pra gente encher a cara um pouco. Levo o seu abraço. Tchau. — despediu-se Eurides desligando.
— Não! Espere! — Marta ainda gritou. — Droga!
Marta ligou para Maurício. O telefone chamou até cair várias vezes.
— Atende, Maurício! Atende!
Marta tentou mais algumas vezes, mas ele não atendeu.
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VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES DE 21 ANOS! Maurício não podia acreditar no que ouviu: alguém matara Lúcia, a mulher da sua vida, de maneira covarde! Maurício não podia acreditar no que viu: Daniel, o filho de Lúcia, o principal suspeito do assassinato da p...