Cronos e encontro

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"Ladybug estava assustada. Ou melhor, estava em pânico, corria pelos telhados fugindo de Cronos. Já estava machucada, seu corpo completamente dolorido, tinha certeza que um enorme corte corria por suas costas, podia sentir o sangue fluindo. Cronos estava se aproximando, quase a pegando, quando ela tentou uma manobra extremamente perigosa entre um telhado e outro. Caindo durante a queda, Ladybug já não conseguia mais respirar, com certeza tinha quebrado uma costela. Podia sentir o mundo rodando e tudo mais leve. Por quê estava correndo mesmo? Já não se lembrava, e agora não parecia mais importante também.


- Ora, ora, ora. Parece que eu enfim consegui capturar a joaninha, certo? - Ouviu uma voz grave, maléfica, assustadora. Mas estava tão longe, já não poderia fazer mal algum a ela. - Acho que a pequena heroína da cidade foi deixada de lado, sim? Cadê seu parceiro? Te trocou pela abelhinha, querida Mari?

Parceiro? Oh, sim. Ela tinha um parceiro. Embora não se lembrasse dos detalhes dele, conseguia lembrar agora da sensação de proteção que sentia ao olhar nos olhos dele. Havia mesmo a abandonado? Por quê? Não importava mais, estava morrendo, disso tinha certeza.

- Não consegue falar nada, Mari? - A voz disse, novamente. - No fim, estou decepcionada. Esperava mais de você.

Mari? Era a segunda vez que ela falava esse nome. Mari seria ela? Se fosse, como ela poderia saber? De novo, não fazia mais diferença. Já não conseguia enxergar mais nada. Respirar doía cada vez mais.

Ia morrer, tinha certeza absoluta. Se não pelos machucados, pela espada que ela apontava pro seu coração. Por um momento, sentiu saudades de olhos verdes como a grama, gentis e amorosos. O sentimento passou ao sentir a espada afundar em seu peito."

Marinette acordou assustada, estava completamente suada. Tinha sonhado? Oh, claro que tinha. Estava na sala de aula agora. Mas... por quê estava sozinha?

Olhou em seu celular e viu que era a hora do intervalo, resolveu não sair dali queria pensar sobre o sonho que teve.

O sonho foi tão real, tão assustador. Poderia sentir o medo e a dor, céus seu corpo inteiro doía. E seu peito parecia que tinha sido mesmo perfurado por uma espada, até respirar lhe causava dor. O que isso significava? Nunca tinha tido um sonho tão realista assim. Uma visão do futuro, talvez? Tikki tinha falado sobre novos poderes uns meses atrás. Mas... isso quer dizer que eu vou morrer? De um modo tão doloroso e cruel assim? E por quê Chat noir a havia abandonado?

Ao ouvir o som que indicava o final do intervalo, Marinette pulou assustada. Droga, tinha que parar de pensar no sonho, afinal era só um sonho, não era? Claro que era, não tinha porque ficar em pânico com isso. Ao olhar para frente, percebeu que os alunos já estavam entrando na sala, então o viu. Adrien Agreste, amor da sua vida, entrar na sala de aula também. Assim que ele pousou os olhos nela, deu um sorriso que logo foi retribuído de forma abóbada.

Aí meu deus! Adrien! O sonho! Se o sonho não foi só um sonho eu vi minha própria morte. E isso não deve demorar a acontecer, eu não estava muito diferente de agora, talvez tenha mais um ano, talvez menos.

Não poderia morrer sem antes me declarar para ele. Ele merecia saber dos seus sentimentos, eu merecia pronunciar estes. Não quero passar o resto dos meus possíveis dias apenas como uma boa amiga.

Não, definitivamente não. Eu vou contar pra ele o que eu sinto, está decidido. Irei enfim me declarar a Adrien Agreste!

- No que você tá pensando, Mari? No seu boy magia, é? - Alya pergunta em tom de brincadeira, apesar de estar realmente curiosa. Ficou observando Marinette desde que voltou do intervalo e a amiga não costumava ser tão séria assim.

- Alya, eu me decidi. Hoje no final da aula vou chamar Adrien para sair. Eu não posso mais enrolar com isso. Não posso. - com determinação igual a de seu alterego, Marinette diz a amiga.

- O QUÊ? VOCÊ VAI MESMO? AH, AMIGA, EU SÓ ACREDITO VENDO - pela surpresa, Alya acabou gritando, chamando atenção dos amigos.

- Não grita, sua louca! Estou falando sério, é só esperar a aula acabar que você vai ver. - Mari sussurrou enquanto tampava a boca da amiga.

Apesar de não acreditar muito no que ouviu, Alya concordou e ficou quieta. Queria ver a amiga cumprir a palavra e estaria pronta para salva-la caso a mesma começasse a falar coisas sem sentido.

Conforme o tempo passava, mais nervosa Marinette ficava. "Seria realmente uma boa ideia me declarar? E se ele disser que não? Ele gostava da Kagami uns meses atrás, posso não fazer o tipo dele." Enquanto pensava em todas as opções do fora que tomaria, Mari percebeu que já estavam no final da última aula. "Aí, Marinette, não pense negativo. Se ele falar que não, pelo menos você tentou e não vai passar o resto dos seus dias com esse sentimento no peito. Está decidido, eu vou me declarar."

Assim que a professora encerrou a aula, Marinette pode sentir o olhar de Alya nela. Com uma coragem que Marinette não soube dizer de onde veio, ela se levantou e foi rapidamente para a mesa de Adrien.

- Eu gostaria de falar com você, Adrien. - apesar de sentir que estava muito vermelha e com o coração acelerado, não tinha gaguejando ainda, o que deveria contar para alguma coisa. Ignorando os olhares dos amigos sobre eles, ela continuou. - Já tem algum tempo que eu quero te pedir isso. - fez uma pausa e respirou fundo, olhava diretamente nos olhos do Agreste mais novo, e podia ver a confusão e curiosidade presentes nele. - Adrien, você quer sair comigo? Tipo, em um encontro.

Achou que seria melhor especificar suas intenções, para que o amado não confundisse com uma saída entre amigos.

A sala fez silêncio, ninguém parecia nem respirar. Alya estava em choque, Chloe estava vermelha de raiva e Lila com um sorriso arrogante no rosto, certa de que Adrien daria um fora na filha de padeiros.

A sala inteira estava encarando eles, e Mari pode perceber que Adrien estava corando.

Ele olhava atentamente para Marinette, extremamente corado e surpreso. Sabia que tinha os olhos arregalados.

"É isso, eu pedi e não tem mais volta." Pensou Mari, enquanto encarava os olhos verdes ainda surpresos e colados ao seus.

Recuperado da surpresa, Adrien lhe deu um sorriso extremamente doce e gentil.

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