CAPÍTULO 28-ADRENALINA PURA!

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O policial ouviu a porta do carro de Fábio batendo, enquanto enfiava uma bermuda e vestia uma camisa às pressas.

— Ô, de casa! Tem algum policial valente por aí? — gritou Fábio já subindo os degraus da varanda.

João respirou fundo e abriu a porta tentando demonstrar satisfação.

— Mas que surpresa! — estendeu a mão para apertar a mão de Fábio que o puxou para um abraço apertado.

— Finalmente, cara! Não sabe o quanto eu tenho pensado em você ultimamente! Não via a hora de te encontrar pra te agradecer novamente por ter matado aquele assassino desgraçado mandando ele direto para o inferno!

De repente, o policial negro, forte, jovem e de olhos francos, afastou-se e olhou o colega atentamente:

_ Espere aí...mas o que é isso? Quase não o reconheci! Cortou os cabelos, a barba...onde está aquela barriga toda, Maurício? Eurides me contou, mas eu não acreditei. Achei que ele estava tirando uma com a minha cara! Tu deu uma repaginada maneira no seu visu, hein?!_riu._Inspirou-se em quem? No Vin Diesel  ou no The Rock?

João forçou uma risada.

— Pois é...a aposentadoria tem me feito um bem danado, rapaz.

— Que aposentadoria, meu velho? Você ainda tem muito gás pra queimar nesta terra! A gente ainda vai mandar muito bandido filho da puta pra cadeia, anote aí! Não vai me mandar entrar?

— É claro. 

Maurício entrou seguido por Fábio.

— Espero que não tenha almoçado ainda, pois trouxe uma comida que vai te deixar de joelhos, Maurício.

João  controlou-se para não olhar para o alto da escada quando passou por ela, como se olhando pra lá pudesse visualizar a face assustada do namorado.

— Que maravilha...realmente ainda não almocei. — dirigiu-se à cozinha para pegar os pratos imaginando Daniel com fome lá em cima.

Quando voltou, Fábio já tinha aberto as sacolas e distribuía as embalagens pela mesa.

— Nem acreditei quando o Eurides me falou que você não bebe mais. É verdade?

— Pois é...o médico me proibiu de beber. Sabe como é...a idade vai chegando, a pressão vai subindo...

Fábio sentou-se já começando a relembrar histórias do pai falecido, exaltando a todo momento a coragem de Maurício em sair sozinho para perseguir o assassino e ainda dando cabo dele, ao invés de levá-lo a fim de que ele tivesse direito a um julgamento.

— Do jeito que este país é, Maurício, se você não tivesse matado ele, com certeza o miserável iria a julgamento, talvez alegasse insanidade ou qualquer merda dessas e ainda sairia livre. Isso se não arranjasse um advogado que livrasse a cara dele e deixasse o meu pai sem ser vingado._disse com ódio.

— Pois é...ele teve o que merecia.

Já se passara mais de uma hora que já haviam terminado de almoçar e João  pensou que já seria hora de anunciar que tinha que sair.

Ficou pensando se Daniel estava ouvindo tudo lá de cima, pois apesar da casa ser grande, o silêncio que a circundava favorecia a propagação do som com facilidade.

— Como dizia o meu pai, você acabou com a raça dele, Maurício! Vi a foto do peste no jornal...um lobo em pele de cordeiro, o maldito! O desgraçado fez o favor de matar pessoalmente a puta que o pariu...aliás, Eurides me falou que realmente era isso o que ela era...uma puta, uma vadia...uma piranha tão imunda que o próprio filho deu cabo dela!

VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora