O policial ouviu a porta do carro de Fábio batendo, enquanto enfiava uma bermuda e vestia uma camisa às pressas.
— Ô, de casa! Tem algum policial valente por aí? — gritou Fábio já subindo os degraus da varanda.
João respirou fundo e abriu a porta tentando demonstrar satisfação.
— Mas que surpresa! — estendeu a mão para apertar a mão de Fábio que o puxou para um abraço apertado.
— Finalmente, cara! Não sabe o quanto eu tenho pensado em você ultimamente! Não via a hora de te encontrar pra te agradecer novamente por ter matado aquele assassino desgraçado mandando ele direto para o inferno!
De repente, o policial negro, forte, jovem e de olhos francos, afastou-se e olhou o colega atentamente:
_ Espere aí...mas o que é isso? Quase não o reconheci! Cortou os cabelos, a barba...onde está aquela barriga toda, Maurício? Eurides me contou, mas eu não acreditei. Achei que ele estava tirando uma com a minha cara! Tu deu uma repaginada maneira no seu visu, hein?!_riu._Inspirou-se em quem? No Vin Diesel ou no The Rock?
João forçou uma risada.
— Pois é...a aposentadoria tem me feito um bem danado, rapaz.
— Que aposentadoria, meu velho? Você ainda tem muito gás pra queimar nesta terra! A gente ainda vai mandar muito bandido filho da puta pra cadeia, anote aí! Não vai me mandar entrar?
— É claro.
Maurício entrou seguido por Fábio.
— Espero que não tenha almoçado ainda, pois trouxe uma comida que vai te deixar de joelhos, Maurício.
João controlou-se para não olhar para o alto da escada quando passou por ela, como se olhando pra lá pudesse visualizar a face assustada do namorado.
— Que maravilha...realmente ainda não almocei. — dirigiu-se à cozinha para pegar os pratos imaginando Daniel com fome lá em cima.
Quando voltou, Fábio já tinha aberto as sacolas e distribuía as embalagens pela mesa.
— Nem acreditei quando o Eurides me falou que você não bebe mais. É verdade?
— Pois é...o médico me proibiu de beber. Sabe como é...a idade vai chegando, a pressão vai subindo...
Fábio sentou-se já começando a relembrar histórias do pai falecido, exaltando a todo momento a coragem de Maurício em sair sozinho para perseguir o assassino e ainda dando cabo dele, ao invés de levá-lo a fim de que ele tivesse direito a um julgamento.
— Do jeito que este país é, Maurício, se você não tivesse matado ele, com certeza o miserável iria a julgamento, talvez alegasse insanidade ou qualquer merda dessas e ainda sairia livre. Isso se não arranjasse um advogado que livrasse a cara dele e deixasse o meu pai sem ser vingado._disse com ódio.
— Pois é...ele teve o que merecia.
Já se passara mais de uma hora que já haviam terminado de almoçar e João pensou que já seria hora de anunciar que tinha que sair.
Ficou pensando se Daniel estava ouvindo tudo lá de cima, pois apesar da casa ser grande, o silêncio que a circundava favorecia a propagação do som com facilidade.
— Como dizia o meu pai, você acabou com a raça dele, Maurício! Vi a foto do peste no jornal...um lobo em pele de cordeiro, o maldito! O desgraçado fez o favor de matar pessoalmente a puta que o pariu...aliás, Eurides me falou que realmente era isso o que ela era...uma puta, uma vadia...uma piranha tão imunda que o próprio filho deu cabo dela!
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VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES DE 21 ANOS! Maurício não podia acreditar no que ouviu: alguém matara Lúcia, a mulher da sua vida, de maneira covarde! Maurício não podia acreditar no que viu: Daniel, o filho de Lúcia, o principal suspeito do assassinato da p...