Férias de Verão - Parte 2

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- Você é bom nisso. - Falei enquanto via Pedro descendo uma pequena montanha de neve.

- Anos de prática, vai por mim.

- Agora é minha vez?

- Tem certeza? Sabe que você pode cair e sei lá, quebrar algo.

- É apenas neve. E qual a graça de voltar para a Califórnia sem ao menos ter tentado esquiar?

- Está certo. - Ele fala se posicionando ao meu lado. - Primeiro você vai colocar essas pranchas no pé.

- Isso chama prancha mesmo?

- Não sei. Mas é longo e parece uma.

Calço as enormes ''pranchas'' definidas por Pedro. Creio que ele apenas está me poupando de uma aula sobre as principais ferramentas que se usa para esquiar.

- E agora?

- Vou te ensinar o básico, ainda não pode descer montanhas grandes. Os seus joelhos ficam levemente flexionados, o nome desses objetos que você está se apoiando, são chamados de bastões. Eles são úteis quando você quiser frear ou ganhar impulsos. Eles nunca tocam o chão quando estiver descendo. Entendido?

- Claro.

- Ótimo. Agora eu quero que você os crave na neve, e os empurre para ir para frente.

Era mais difícil do que imaginei. A pequena montanha que o Pedro achou que iria facilitar o meu aprendizado não era alta, creio que não possuía nem cinco metros direito. Apertei os bastões no chão, e tentei dar um impulso para a frente. Nada. Tentei de novo.

- Você tem que colocar um pouco de força.

- Te legal.

Mais força. E senti que as pranchas aos meus pés estava querendo avançar. Então coloquei mais forças e de repente, fui para frente. Estava esquiando. Tá legal, era uma altura pequena, mas mesmo assim. Os esqui me levaram a descer a pequena montanha,  o vento atingiu meu rosto, e eu apenas queria gritar. Ainda bem que não tinha árvores por perto, se não estaria batendo em todas. Entretanto, não vi quando uma pedra no meio do meu pequeno trajeto, o esqui tropeçou na pedra me levando a cair no chão.

- MELINDA

- Eu tô bem - grito de volta e tento me levantar, mas essas prachas não colaboram, então a tiro e vejo Pedro correndo em minha direção.

- Você está bem? - Ele fala me abraçando.

- Pedro, foi só uma pedra.

- Você poderia ter batido em uma árvore ou coisa pior.

- É só neve.

- Eu sei. Mas também sei que muitos já morreram só de tropeçar em algo nessas montanhas.

- Não acha que está exagerando?

- Não. Vamos para casa.

- Mas eu não aprendi a esquiar.

- Nem vai. Poderia ter sido pior.

- Lógico que vou. Vem, vamos voltar lá apra cima.

- Melinda, tu me deixa louco.

- Pois se controle, não quero que seja internado por loucura.

- Engraçadinha.

A descida não durou menos de 10 segundos. Foi legal. Dessa vez, fiz tudo o que ele falou e evitei ao máximo nao bater nas árvores. A sensação de liberdade era gratificante.

- - Viu? Dessa vez deu certo. Quero ir de novo.

- Dessa vez você me deixaria acompanhar? - Pedro fala enquanto subo novamente para o ponto de partida.

Voltei mais gostosa do que nuncaOnde histórias criam vida. Descubra agora