Untitled Part 1

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Prólogo

Celina Viana vivia na cidade de Rio de Contas, no interior do Estado da Bahia.

Levi, seu pai, era um homem do campo muito trabalhador. O Sr. Levi se esforçava muito para manter o bem-estar da sua família. A mulher já havia ido jovem, vítima de uma doença desconhecida, quando as meninas ainda eram pequenas.

O avô de Celina era descendente de um laço íntimo entre o renomado padre Teixeira com a sua bela criada proveniente da colônia de São Tomé e Príncipe. O seu pai não falava muito do avô, que havia muito partido para Salvador tempos atrás. As meninas também não tocavam muito no assunto, era algo que o Sr. Levi não gostava de lembrar. A avó era dona Vera, uma artesã muito habilidosa e simpática que era lembrada com carinho pelos amigos e vizinhos.

Celina era obstinada, então com os seus 18 anos, com longos cabelos negros que permaneciam a maior parte do tempo presos em um rabo de cavalo, possuía altura mediana que contrastava com o seu espírito indolente.

Celina desejava muito trabalhar para ajudar o seu pai com as despesas da casa, porém esse não via com bons olhos a intenção da filha. A vida na pequena cidade do sertão baiano não era nada simples e Celina sabia que encontrar uma ocupação sem o apoio da sua família seria surpreendentemente difícil. O seu pai tinha três filhas e se preocupava muito em encontrar-lhes um bom marido, pois este estava doente e não tinha certeza se conseguiria manter as três por muito tempo com o seu trabalho no campo.

Educada na doutrina cristã, Celina se dirigia a igreja Matriz do Santíssimo Sacramento todas as tardes, para pedir que os espíritos guiassem o seu caminho.

A Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento havia sido construída no final do século XVIII, estilo rustico que possuí paredes trabalhadas com alvenaria de pedra e fachada que é composta por uma porta central de cantaria, ladeada por duas portas menores e janelas no nível superior, todas com cercadura em pedra e vergas em arcos. O interior da construção apresenta forro em abóboda de madeira com pintura e os altares laterais são trabalhados em talha dourada.

Celina levou uma oferenda a nossa senhora Nossa Senhora Imaculada da Conceição, que deixou aos pés do altar para abençoar o seu caminho. Estava sonhando em viajar com Francisco para Salvador.

Salvador, por ser a capital do Estado, seria o destino ideal para se libertar e começara vida ao lado do seu amado, que era o filho do Sr. Zaqueu comerciante de temperos. Francisco era um jovem de 19 anos, muito focado no aprendizado, visto que considerava que o saber lhe fazia sobressair sobre os demais. Ele tinha o pensamento de aprender qualquer coisa que podia ser útil para um ofício.

Celina possuía um sentimento muito forte por Francisco, que a imbuia de um desejo incontrolável de realizar atos de fazer corar as mais salientes do bairro em que vivia. Sempre que seu pai lhe pedia para passar no mercado, ela dobrava a esquina sempre na esperança de ver o seu bem desejado, e sempre que os seus olhares se cruzavam fazia sentir borboletas no estomago.

A cidade em que viviam, anteriormente muito prospera e movimentada pela exploração do ouro, com o esgotamento de suas jazidas, ficou relegada aos pequenos agricultores de café, algodão e cana-de-açúcar, que, assim como seu pai, passavam por momentos difíceis por causa da seca.

Francisco desejava expandir o comércio do seu pai e para isso necessitava ir a Salvador, queria que ele e Celina juntos pudessem tocar o negócio, sabia que a inteligência da amada seria fundamental para o sucesso do empreendimento.

O pai de Celina, ao tomar conhecimento de tal plano adolescente, por meio da sua irmã mais velha, não aprovou, acreditava que Celina merecia um melhor partido, para que não passasse necessidades no futuro. Decidiu que deveriam seguir para São Paulo, para viver com o irmão, tio de Celina, cidade que à época prosperava com a chegada de imigrantes atraídos pelas potencialidades da chamada terra roxa, que na verdade é um tipo de solo avermelhado muito fértil, mas com a influência dos novos conterrâneos de língua espanhola foi considerada roxa (roja).

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⏰ Last updated: Apr 24, 2019 ⏰

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Amor SertanejoWhere stories live. Discover now