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Não sei exatamente o que me fazia amar tanto Harry. O sorriso, os olhos, o jeito ou a forma como ele pressionava o lábio inferior para mordiscar. Era tudo isso junto e mais um pouco.
Era a forma que ele falava sorrindo quando tava sem graça. E como arrumava o cabelo toda hora. E o sorriso lindo de olhos quase fechados dele. O jeito que ele tem de ensinar as pessoas a amar a todos. Tudo isso junto àquela áurea iluminada.
Passei os dedos por seu rosto e seu cabelo, o observando dormir enquanto sentia toda a minha rotina programada escapando por entre meus dedos. Seus lábios me sorriam em apreciação ao carinho, ou podia estar sonhando. Preferia acreditar que era um sorriso em apreciação ao carinho que recebia.
Senti seus braços puxarem minha cintura para mais perto de si e soltei um riso baixo, que o fez esconder o rosto no meu pescoço. Me sentia tão feliz que não conseguia explicar direito. Era só ele.
— Amor?
— Hm? - Murmurou, dando beijinhos no meu pescoço, eu já estava amolecida. Não conseguia mais pronunciar nem o meu próprio nome, quanto mais uma frase completa.
Suspirei sentindo seus beijos subirem pelo meu pescoço, maxilar, queixo e então se aproximaram da minha boca. Não sabia quando havia fechado os olhos, mas eles estavam. Só os abri pela demora dele em me beijar. Encontrei seus olhos nos meus e seu rosto todo sorrindo. Dentre os sorrisos que ele me entregava aquele era o meu favorito, o sorriso que tomava o rosto inteiro. Começava nos lábios, curvava as bochechas, formava as covinhas e chegava até os olhos. Verdes, estreitos, felizes. Lindos.
— O que foi? - Sussurrei. Não sei como sequer tinha pensado na possibilidade de beijar sem escovar os dentes. Ele me mantinha presa e nem era pelos braços que me rodeavam a cintura, sim pelos olhos.
— Você tá muito fofinha com o olhinho pequeno de sono, sabia? — Ri porque sabia que ele só queria mesmo me conquistar pra fazer o que ele quisesse. Bobo, mal sabia que não precisava dizer coisas bonitas pra isso. Já me tinha calado. Me tinha de qualquer jeito.
— Você é muito. — Ele franziu as sobrancelhas. O sorriso ainda no rosto todo.
— Muito o que? — Agora ria da minha falta de jeito.
— Muito. Muito muito. Sei lá o que muito. Só sei que é muito. — O amava mas ainda tinha vergonha de dizer coisas bonitinhas pra ele. Só pensava, sorria, tocava. Amava Harry com as mãos, ainda não sabia o fazer com palavras.
— Você é engraçadinha, amor. — Amor. Ele falou. Amor. Acho que sorri de rosto todo também, porque foi aí que Harry me beijou com os olhos brilhantes e sem chance de eu fugir de beijar o Harry. Mesmo tendo acabado de acordar.
Olha o que eu me tornei.
Ri de mim mesma e ele deixou de beijar minha boca pra me olhar sem entender, aproveitei e fui para o banheiro. Sorrindo feito boba de lembrar de ontem, de hoje. Parecia até sonho ser feliz assim. Um dia já foi, mas hoje é real e a felicidade é maior que já pude imaginar.
