Shawnbrina- Learning to love

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"We are all bad
In someone's
       Story"

-late night tales|Niyaz Ahemad

"Meu nome é Sabrina AnnLynn Carpenter, eu tenho 16 anos"-fiz uma breve pausa para organizar meus pensamentos-"e é isso"- respondi hesitante. Toda aquela situação me incomodava, pessoa demais, palavras demais, tristeza demais. Já era difícil lidar com os meus próprios problemas, agora além de lidar com os meus terei que escutar e fingir que me interesso pelos dos outros.

"Acho que você consegue falar um pouco mais que isso, não acha Sabrina?"- um cara barbudo, branco como a neve usando um chapéu engraçado me perguntou- "fale um pouco mais, sei que consegue"-ele tinha razão, eu conseguia, mas muitas coisas dentro de mim me mandavam calar a boca e negar seu pedido. Ned, o cara de chapéu engraçado, me olhou com ternura, como se isso fosse me ajudar a falar.

"O que quer que eu fale?"- perguntei baixo, para que apenas ele pudesse ouvir

"Quem é você Sabrina?"- aquelas palavras saíram como um tiro, e com certeza Ned percebeu-"fale para o grupo o que você gosta, o que não gosta, o que te atormenta, o que te faz sentir livre, fale um pouco de todas as coisas que a tornam você, até as mais peculiares"

Respirei fundo e comecei a minha fala-"eu gosto de escrever"

" isso é legal!"-Ned encorajou-"escreve sobre o que?"

"Eu escrevo as emoções, como minha mente compreende sentir cada uma delas"- essa foi provavelmente a coisa mais profunda que já dividi com o grupo em 2 meses estando aqui.

"escreve mais sobre qual emoção?"

"Tristeza"- acho que Ned já esperava por essa resposta-"meu coração sente ela o tempo todo,então eu escrevo sobre ela, mais de uma vez ao dia, e pra mim a tristeza sempre parece diferente toda fez que a sinto"- meus olhos estavam marejados, mas não me permitiria chorar.

"Bom o nosso horário acabou"- falou Ned parecendo legitimamente triste- " fico feliz que algumas pessoas tenham conseguido se abrir hoje, foi muito importante"- ele disse olhando para mim-"podem ir"

Recolhi minha mochila que estava no chão e sai apressada da grande sala que eu estava a segundos atrás. Eu vou para esse grupo de apoio todas as terças e quintas, minha mãe diz que pode me ajudar, eu não boto muita fé, mas eu faria qualquer coisa por ela.

Cheguei no refeitório, peguei uma maçã e me dirigi para o lugar onde eu sempre almoço, o telhado. Eu gosto de lá porque ninguém sabe da existência desse local, e se alguém sabe ninguém liga, então posso ficar sozinha e escrever.

"Você me disse que sempre estaria aqui por mim, mas você não está, você nunca esteve e isso está me matando..."

"Profundo"- uma voz soou no meu ouvido, me fazendo dar um gritinho patético que me arrependi de dar na hora-" desculpe te assustei?" A coisa que sussurrou no me ouvindo encostou a mão no meu ombro

"Não, eu to legal"- disse pegando as minhas coisas e me levantando

"Você vai embora só por que eu estou aqui?"- a pessoa segurou a minha mão me impedindo de descer a escada íngrime que leva para o corredor da igreja

"Na verdade sim"- respondi fria sem ainda olhar o rosto do ser a minha frente

"Não precisa fugir de mim eu não mordo"- ele disse soltando minha mão, me fazendo virar para ele-"só achei que precisava de companhia"- ele disse sorrindo, seu sorriso quase me fez sorrir também

"Estou bem sozinha"-respondi sentando de volta no chão, o garoto de pele alva e cabelos negros sentou ao meu lado.

"Talvez a gente possa ficar sozinho junto"- ele sorriu novamente