Capítulo 46

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M A R I A   E L I S A 🌻

— O que você quer? Já não disse que não quero nada de você — falei vendo TH em minha frente —.

— A Ana pediu pra eu conversar com você — TH disse se aproximando — Vamo conversar então.

— Quem é Ana? Sua mulher? — perguntei me afastando e ele concordou — sinto muito se isso tudo foi em vão, mas eu não ligo pra isso tudo — falei e fiz um sinal mostrando ao redor — acho que nossas vidas tem que continuar a mesma, não tenta mostrar que se importa quando não se importa.

— Olha, numa boa, eu não quero ficar nesse teatrinho não — falou já furioso — Então por favor para de graça e colabora.

Fiquei calada e apenas concordei, por que só com o olhar fiquei com medo.

Fomos pra uma cidade vizinha, e no caminho fiquei calada.

— Não é perigoso? — perguntei olhando ao redor —.

— Não, é uma cidade abandonada — falou olhando ao redor também — e tem meus homens espalhados por todos os lugares.

Concordei com a cabeça e segui ele, paramos em uma barraquinha de lanches.

Falei meu pedido pra ele e me sentei em uma das cadeiras.

Assim que liguei meu celular vi que tinha duas ligações perdidas do meu tio, apenas ignorei e desliguei novamente o aparelho em minhas mãos.

— Lembra de mim? — Alex se perguntou sentando na cadeira a frente —.

— Como poderia esquecer? — respondi e revirei os olhos —.

— Não precisa ser ignorante não garota — o mesmo reclamou e eu só o ignorei —.

▪▪▪▪▪▪

Subi as escadas junto com ele e entramos em seu quarto.

— É aí? Onde que foi que chegou tão tarde assim? — me perguntou se jogando em sua cama —.

— Um lugar aí — falei dando os ombros sentando na cadeira do computador —.

— Você mesma me disse que tinha compromisso e não daria pra nós fazer nada — me respondeu mexendo em seu celular —.

— Pois é, mas meu compromisso já foi, e já é quase três horas da manhã — o respondi deitando ao seu lado — me desculpa por desconfiar de você? — perguntei o encarado, ambos deitados —.

— Claro Maria Elisa — disse colocando meus cabelos pra trás — além do mais, entendo seu lado, pelo fato de ser quem somos.

Apenas concordei com a cabeça e peguei meu celular, avisando meu tio que estava bem.

Vinicius ligou a tv e colocou em um canal que tava passando filme, não tava entendendo nada, só sabia sentir o cafuné que Vinicius fazia em mim, e em troca alisava seu peitoral pra cima e pra baixo, em forma de carinho.

— Seus pais estão em casa? — perguntei com quem não quer nada —.

— Meu pai esta em São Paulo pra uma reunião, foi hoje a noite, volta amanhã de tarde — falou fazendo carinho em minha bochecha — e minha mãe esta na casa de minha vó, tá ruim nesses dias — suspirou pesado —.

Fechei meus olhos e me recordei da conversa que meu pai, Alex e eu tivemos, o que eles falaram do Vinicius e eu só queria me esquecer dessa parte, afinal todos os traficantes odeia policias e vice versa, por que com eles seria diferente?

Eu não sou traficante nem policial, sou da paz.

Fico me perguntando quando vou ter uma conversa com meu pai em relação a minha vó e minha mãe, eu tenho dúvidas em relação a algumas coisas, paranóia eu posso dizer sobre elas.

— Quer comer alguma coisa? Vou pegar pra mim — ele disse e se levantou — fome da madrugada tá batendo — ele disse e sorriu, concordei logicamente —.

Ele saiu do quarto e logo em seguida seu celular começou a  tocar.

— ATENDE AÍ — gritou lá de baixo —.

Peguei seu celular e atendi o mesmo, colocando no viva voz.

IDL

M: alô?

Desconhecido: oi, pode passar pro Vinicius por favor?

M: Ele está ocupado agora, quer que eu peça pra ele retornar?

Desconhecido: pode ser, me chamo Tália, posso deixar recado?

M: não, não sou secretaria dele, mas posso avisar que você ligou, mais alguma coisa?

T: não, só isso, obrigada.

FDL

— Quem era? — Vinicius perguntou entrando no quarto com uma sacola e dois copos —.

— Tália, pediu pra você retornar — falei me esticando pra pegar a sacola —.

Fiquei me sentindo culpada por dar uma resposta tão grosseira pra ela, mais foi sem querer, estúpida seria o nome certo agora pra me dar.




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