Eurides destrancou a porta de seu apartamento e entrou, virando-se depois para trancá-la novamente.
Levou um susto ao dar de cara com o antigo parceiro o esperando em pé de braços cruzados no meio da sala.
— Puta que pariu! Quer me matar, cara? Maurício, o que está fazendo aqui? Aliás...como entrou?_perguntou tentando recuperar-se do susto.
Maurício ergueu a chave que segurava.
— Esqueceu que me contou onde guarda sua chave reserva?
— Chave reserva para emergências, não pra você me matar do coração. — desabafou Eurides esvaziando os bolsos e jogando a arma que pegara num ato reflexo sobre um móvel.
Maurício esperou ele entrar no quarto para empurrar a arma para trás do sofá, a fim de escondê-la de Eurides.
Depois de tantos anos trabalhando juntos, já conhecia a rotina do parceiro de chegar e já ir se desmontando para ficar só de calção e sem camisa dentro de casa.
— E aí? Teve uma recaída e já colocou umas geladinhas na geladeira, velho? Porque aquela postura de bom moço pra impressionar a ex-esposa não engana nem uma mosca. — riu voltando só de calção e se soltando no sofá, já pegando um cigarro que estava num maço na mesa de centro e acendendo.
Ofereceu para Maurício, que recusou.
— Também quer me convencer de que está tentando parar de fumar? Dá pra parar de fingir, colega? Foi você quem me levou para o mau caminho do tabaco e do álcool e agora vem sair fora? Não prometemos que morreríamos de câncer juntos, cara?_riu alto.
Maurício o olhou friamente e decidiu não adiar mais.
Só agora que estava frente a frente com Eurides sabendo de tudo o que ele aprontara com Daniel foi que percebeu que seria capaz de matá-lo ali mesmo!
— Por que você matou a Lúcia?_falou sem rodeios.
Eurides olhou Maurício enquanto tragava o cigarro com força.
Deveria mentir? Deveria inventar uma desculpa? Deveria jurar inocência até a morte? O policial assassino avaliou as suas opções.
O assassino relembrou do dia do assassinato, tentando descobrir onde errara e deixara pistas, pois certamente Maurício não faria uma acusação daquelas se não tivesse provas.
— Não me lembro de ter câmeras naquele palacete. —ironizou.
— Não deveria ter se distraído com a arma do crime, parceiro. Está ficando negligente...é a idade?_tentou parecer normal.
— Ah...a arma do crime...acho que estou perdendo a prática, meu velho. Vacilo ter deixado a arma enfiada naquela vadia.
Tragou novamente, antes de voltar a falar, olhando Maurício profundamente:
— Deveria me agradecer, porque, pelo que vi, você já se ajeitou com a Marta, depois que eu te livrei daquela puta.
Maurício sentiu o sangue ferver. Sabia que tudo seria gravado, mas não se importou de todos saberem que ele tinha um caso com a mãe do suposto assassino.
— Não me respondeu. Por que matou a Lúcia?_repetiu tentando controlar a voz para não assustar sua presa.
Eurídes ficou irritado com a insistência e decidiu confessar logo, confiando que ali, diante dele, apesar de tão mudado na aparência, estava o seu velho parceiro mau caráter.
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VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES DE 21 ANOS! Maurício não podia acreditar no que ouviu: alguém matara Lúcia, a mulher da sua vida, de maneira covarde! Maurício não podia acreditar no que viu: Daniel, o filho de Lúcia, o principal suspeito do assassinato da p...