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AGRADECIMENTOS
Várias pessoas merecem um agradecimento do tamanho de um bonde.
Agradeço aos meus editores Kate Cruise 0'Brien e Louise Moore pelo entusiasmo, o apoio, a visão, a paciência, a amizade e a confiança que depositaram em mim enquanto eu escrevia o livro. Obrigada ao pessoal da Poolbeg, Michael Joseph e Penguin pelo trabalho e as altas doses de entusiasmo.
Agradeço a Jenny Roland, Rita Anne-Keyes e Louise Voss, que iam lendo o livro à medida que era escrito, me aconselhavam e - o que é muito mais importante - elogiavam. Seu processo de confecção foi muito doloroso e, sempre que eu sucumbia à autopiedade e ao desespero (mais ou menos oitenta e sete por cento do tempo), seu apoio era minha tábua da salvação.
Agradeço a Belinda Flaherty, que, pelo terceiro ano consecutivo, deixou-se persuadir a servir de cobaia e leu o produto final. Obrigada pelos comentários e o entusiasmo.
Agradeço a todos os corajosos homens e mulheres que se ofereceram para ingerir cocaína para fins de pesquisa e me relataram suas experiências. Seu sacrifício jamais será esquecido.
Agradeço a Mags Ledwith por me permitir usar sua "Dança do Carro Roubado".
Agradeço a Siobhán Crummey por me permitir usar sua história "Cantando na Cozinha Reformada".
Agradeço a Jonathan Lloyd e Eileen Prendergast por todo o trabalho no sentido de organizar meus contratos etc. Fico-lhes muito agradecida, porque não sou exatamente uma fera em termos jurídicos. Na verdade, sou mais um gatinho recém-nascido.
Agradeço a todas as outras "Racheis" que dividiram suas histórias comigo.
Agradeço ao Dr. Geoff Hinchley pela orientação médica.
Finalmente, agradeço a Tony - meu marido, melhor amigo, caixa de ressonância, psiquiatra, dicionário e saco de pancadas. Que Deus o proteja - existe coisa pior do que ser o cônjuge de uma escritora neurótica? Eu não poderia ter escrito este livro sem ele. Ele me elogiou, consolou, orientou, bajulou - tem um talento especial para bajular -, alimentou, trouxe água, chocolate e sorvete durante todo o processo. Nos dias ruins, quase teve que me dar banho e vestir.
Este livro é para ele.
Ê claro que, no rol das contas, ele pode não querê-lo depois de tudo por que foi obrigado a passar, mas vai ganhá-lo, mesmo assim.
CAPÍTULO 1
Diziam que eu era toxicômana. Eu achava essa idéia difícil de aceitar - afinal, era uma mulher de classe média, educada em colégio de freiras, que usava drogas para fins estritamente recreativos. De mais a mais, os toxicômanos eram mais magros do que eu, é ou não é? Era verdade que eu usava drogas, mas o que ninguém parecia compreender era que minhas drogas não eram muito diferentes dos drinques que eles tomavam sexta-feira à noite depois do trabalho. Podiam beber uma ou duas vodcas com tônica e se descontrair um pouco; eu cheirava duas carreiras de cocaína e obtinha o mesmo efeito. Como disse para meu pai, minha irmã, meu cunhado e, mais tarde, os terapeutas do Claustro: "Se a cocaína fosse vendida líquida, numa garrafa, vocês se queixariam por eu usá-la? E aí, se queixariam? Não, aposto que não!"
Fiquei ofendida por me acusarem de toxicômana porque não me parecia em nada com essas pessoas. Além das fieiras de marcas nos braços, tinham o cabelo sujo, pareciam estar sempre com frio, viviam sacudindo os ombros, usavam tênis de plástico, faziam ponto na calçada diante dos edifícios e eram, conforme já mencionei, magras.
Eu não era magra.
Mas não por falta de esforço. Passava um tempão fazendo step na academia. No entanto, não importa quantos andares hipotéticos subisse, a genética sempre ficava com a última palavra. Se meu pai tivesse se casado com uma mulher mignon, de compleição delicada, eu poderia ter tido uma vida muito diferente. Coxas muito diferentes, com certeza.