Damned Souls - Chaennie.

Confused - 3

Jennie's POV

Tentei ignorar o quanto aquilo era estranho mas a garota me olhou e fez uma expressão de quem havia visto um fantasma. Seu rosto estava vermelho e molhada provavelmente por chorar e ela estava visivelmente perturbada. Senti uma coisa estranha, uma pontada no peito. Passado alguns segundos, Seungwan foi correndo em direção a aluna dizendo que a levaria a enfermaria. Por fazer parte da família que administrava a escola ela se sentia na obrigação de ser a aluna boa e exemplar, que saco. Chacoalhei minha cabeça na intenção de esquecer esse estranho acontecimento mas Lalisa obviamente não deixaria passar.

- Ok, foi só eu ou você também achou isso bizarro? Seu colar começa a piscar de um jeito doido e uma menina entra completamente fora de órbita na sala e te olha com cara de quem estava vendo a morte. Você sabe de alguma coisa a respeito jendeukie? - ela me perguntou de forma curiosa mas preocupada.

- Não tenho ideia do que foi isso.

E eu realmente não tinha. Mas talvez não tenha sido nada, as coisas só aconteceram ao mesmo tempo. Não vou ficar pilhada com isso.

A palestra havia sido um saco como todas as outras, ao fim eu e Lalisa fomos para o jardim atrás do refeitório comer morangos e fumar cigarro com sabor de menta. Sim, nada convencional. A noite estava diferente ao meu ver, era como se eu sentisse que algo estava pra acontecer.

- Acho que devemos procurar a garota.

Porra.

- Claro que não. Qual o motivo para fazermos isso? - falei rápido.

A garota sorriu como se soubesse de algo e não disse mais nada sobre. Grr, minha cabeça estava a mil.

Assim que o horário das aulas acabaram peguei minha moto e resolvi ir para casa depressa. Esse dia havia sido estranho.

Adentrei na sala de jantar e mamãe me esperava enquanto lia um livro de feitiços. Ela me olhou pálida e preocupada.

- O que aconteceu? - ela perguntou assim que me viu.

Sério ?????????????

- Do que você está falando? - me esquivei confusa.

Ela abaixou a guarda e disse que apenas tinha tido um pressentimento ruim mas que como eu estava bem ela iria deitar.

Ela estava mentindo.

Entrei dentro da banheira e fechei os olhos a fim de não pensar em mais nada. Até que eu a vi. Com um vestido longo vermelho como seus cabelos. Ela corria e gritava em uma espécie de floresta. Abri os olhos sentindo falta de ar e minha cabeça doer.

Não tinha jeito. Eu teria que ir atrás dessa garota.

Mandei mensagem para Lalisa que concordou de imediato dizendo que a muito tempo não tínhamos uma aventura como essa. Não sei se isso era realmente uma aventura, mas ela era a única em quem eu poderia confiar, sempre.

Passei a madrugada em claro pensando em como eu abordaria a tal garota sem parecer anormal e com medo do que poderia ser revelado. Eu não sentia medo, eu não era assim.

O despertador tocou e eu ainda não havia dormido, mas isso não era problema para gente como eu. O dia correu normal e assim que a noite caiu me pus a arrumar.

Vesti uma calça amarela xadres e um blusão branco seguidos por um rabo de cavalo e brincos de argola. Não passei nada de maquiagem, não tinha necessidade.

Chegando na escola encontrei minha fiel escudeira tipicamente sentada na escada fumando um cigarro. Ela me olhou empolgada e me puxou para um canto.

- Eu sei onde ela está. Chegou faz alguns minutos.

- Pelos amor dos deuses, você está perseguindo a garota?! - perguntei incrédula.

- Não seja boba!

Foi a única coisa me disse antes de apontar para a biblioteca.

Passei o roteiro na minha cabeça e entrei no local recebendo olhares como sempre. Demorei para assimilar mas vi a garota sentada em uma das mesas. Ela estava com uma blusa rosa bebê, especialmente linda.

Senti um incomodo e vi que mais uma vez meu colar piscava. Céus.

A garota se mexeu e levou a mão até o pescoço logo em seguida virando para trás confusa. Pude perceber o seu colar como o meu antes dos meus olhos encontrarem o dela.

Caminhei nervosa e me sentei na sua frente. Ela estava pálida e fiquei assustada e com medo de espanta - la.

- Oi! Você é nova né? Prazer, Jennie! - falei soando mais normal possível e ignorando os fatos estranhos.

- C-chaeyoung! - ela sacudiu a cabeça e me estendeu a mão.

Segurei sua mão e foi como se uma onda elétrica passasse por todo meu corpo e vi mais uma vez a cena da minha visão anterior.

Algo também havia acontecido com ela pois quando abri os olhos a vi correndo em direçao a porta da biblioteca.