Silêncio que se lê

Nosso fim não acabou

Eu sei que parece que faltou um final, eu sei que a gente sentiu falta de um desfecho. Mas é só isso amor, é sempre assim, não falta nada, simplesmente acabou. Não é ser fria, meu amor, você sabe que eu nunca quis assim, eu estava decidida que era você e que seria você até o fim. Mas naquele dia, meu amor, você deixou bem claro que não íamos mais ser um par, um casal que sequer chegou a concretizar já não era mais nada. Você dividiu em dois o que construímos, ficou parte pra você e parte pra mim, varias e inúteis partes ao meio daquilo que tínhamos construído. Eu não queria que fosse assim meu amor, você sabe, eu sempre quis voltar atrás e continuar o que não era pra ter fim. Mas desde o momento que você disse que era o fim eu o engoli, apesar de todo o choro eu deixei que fosse assim. Eu te disse meu amor, que não aguentava mais ser seu talvez, um talvez é sempre pior que um não. Eu decidi meu amor, não fazer mais parte da sua indecisão e decidi por você, não seríamos mais nada, nem agora nem depois, te pedi pra não pensar em mim como nada. Foi difícil amor, eu quis voltar atrás todos os dias, mas não posso, não dá mais pra permanecer no vazio da tua indecisão, o abandono dói meu amor, ainda mais se for de quem a gente tinha tanta certeza que era pra ser. Eu ainda te chamo de meu amor porque minha fala não se acostumou, meu corpo não aceita outro abraço, minha mente não te deixa ir. No fundo, meu amor, você ainda está aqui, e nós ainda estamos juntos, de uma forma bem triste e melancólica nós ainda nos encontramos sempre, ainda nos vemos e conversamos nos nossos pensamentos, nas nossas lembranças. E aqui estou eu, de novo, escrevendo palavras que você nunca vai ler, coisas que jamais vou dizer, mas que de tanto engoli-las preciso vomitar. Pensando que por alguma força cósmica talvez você esteja escutando tudo isso.