Outro sonho com Danilo despertou Cris da cama, do quarto arranjado por Margot. Ela levantara parte do corpo, tentando recuperar a respiração sobressaltada. Cris tentou se lembrar qual era a exata natureza do sonho, que já mostrava ter a intenção de escapar do consciente direto dela. Ao obter sucesso, sentiu o rosto ficar quente. Eram lembranças de Júlia e Danilo se amando. Ela não lembrava detalhe por detalhe, mas as sensações na pele de Júlia, que mais parecia na sua própria, davam indícios de que ficariam marcadas a ferro e fogo no seu ser, por mais que ela relutasse em admitir. Lentamente sentiu, para seu desespero, uma distinta humidade no short do pijama que usava.
- Ai não. - sussurrou baixinho consigo mesma. - Se eu ignorar, passa, é isso! Quem ama o Danilo é a Júlia, eu sou a Cris.
Ela ficou olhando para o teto durante alguns minutos, tentando encher sua cabeça com coisas que fizessem que obtivesse o controle do seu corpo de volta. Qualquer coisa valia, tipo aquela vez em que pegou seus pais, Ana e Flávio, na cama. Traumatizante demais. Ou a dor que sentira quando quebrou o braço aos 13 anos, ao cair de bicicleta.
A atriz instintivamente levou a mão um pouco a baixo do quadril, no triângulo entre as coxas, e pressionou a parte mais avantajada. Um arfar difícil de conter saiu por entre seus lábios. E um flash de Danilo, depois de pintá-la, puxando o vestido rosa de festa, já semi aberto, dos ombros de Júlia, dos seus ombros, lhe veio a mente, sem permissão. O polegar quente do artista passando pelas suas costas nuas, um arrepio que definitivamente não vinha do frio, o friccionar involuntário (ou seria?) do seu quadril contra a região baixa de Danilo, que já dava claros sinais de rápido endurecimento.
Em algum dado segundo, Cris decidiu não resistir mais, e ir com isso até o fim, terminar de vez com essa situação que a estava fazendo perder a sanidade.
Lentamente, mas com determinação, Cris deslizou a mão por debaixo do short do pijama e da calcinha que usava. Seus pelos púbicos estavam ensopados já, devido a sua excitação.
Sua imaginação levou a melhor, e de repente Danilo se encontrava ali mesmo no seu quarto, assim como naquele dia no casarão, em que passara por um dos momentos mais surreais e também constrangedores de sua vida. Encostado na porta fechada, suas mãos nos bolsos da calça, além disso, suspensório e camisa, com os primeiros botões abertos, seduzindo-a sutilmente. Seu olhar passeava lentamente por todo o corpo de Cris. Indo da forma dos seios, cobertos pela camiseta do pijama, cujo os mamilos se encontravam tão duros, a ponto de doer, que davam pra ser facilmente vistos através do material de algodão. Cris retorceu o esquerdo experimentalmente. O olhar de Danilo, fixado no que ela acabara de fazer, demonstrava um desejo tão intenso, que parecia que ele estava realmente ali com ela. E seu olhar continuava até o pequeno trecho de pele exposta, entre sua camiseta e seu short.
Retirou as duas peças de baixo, que a estavam incomodando. Chutando-as para o pé da cama. Cris deu um suspiro de alívio ao sentir o ar fresco atingir as partes que mais imploravam por atenção, que pareciam pegar fogo. Penetrou um dedo diretamente abaixo, que entrou com facilidade. Retirou e encaixou o mesmo dedo algumas vezes, num movimente de ir e vir . Enquanto sua palma da mão esfregava seu clitóris em movimentos circulares. Sentiu seu olhar ser diretamente atraído para onde estava o Danilo da sua imaginação, curiosa pra saber qual seria a reação dele a isso. O que viu quase fez Cris atingir seu ápice ali mesmo. Era a expressão de um homem que parecia estar prestes a explodir de desejo se não a tocasse.
Momentaneamente, imaginou esse Danilo criado pelo seu subconsciente sendo capaz de fazer um pouco mais do que só observar. Danilo se aproximou lentamente da cama, e se ajoelhou, o que fez o colchão afundar ligeiramente.
"Parece tão real."- pensou Cris consigo mesma. Ele colocou as duas mãos nos dois joelhos dela e afastou-os completamente um do outro. Para sua frustração, descobriu que só ele podia tocá-la, e não o contrário.
- Vai logo. - Cris não conseguiu se conter e pediu, sua voz falhando. Danilo sorriu de canto de boca e abaixou o rosto até onde ela mais ansiava, com a rapidez de alguém faminto.
O tronco de Cris involuntariamente arqueou da cama no momento em que sentiu a língua de Danilo deslizando do seu clitóris, até quase a região do seu ânus. Nunca teve tanta certeza na vida, de que não iria durar muito.
Danilo envolveu completamente com os lábios, a sua principal terminação nervosa de prazer, chupando delicadamente, e com força ao mesmo tempo, deixando ao sua língua livre pra fazer o quisesse. Cris tampou a boca com a mão, os sons que saiam, abafados agora, parecendo quase como miados. Os movimentos de Danilo entre as pernas dela atingiam o máximo de velocidade, quando ela finalmente alcançou o que tanto procurava. Sentiu quase como se não estivesse mais ligada ao próprio corpo, onda após onda de prazer atingindo-a sem descanso. Com seu corpo alguns centímetros acima do colchão, procurou apoiar-se em um dos cotovelos, enquanto a sua mão ainda tentava abafar os sons que saiam de sua boca.
Não sabia como, mas ainda encontrou forças para olhar pra baixo. Danilo se encontrava com a cabeça pairando alguns centímetros acima da região em que a enlouquecera de prazer, os lábios dele brilhando ligeiramente, cobertos por uma característica substância, o que deixou Cris irracionalmente orgulhosa de si própria, porque sabia que aquilo vinha de dentro dela, quase como um animal marcando território.
Danilo levantou-se e se aproximou por um dos lados da cama, se abaixou e colocou a mão no pescoço de Cris, encostando os lábios nos dela, explorando lentamente e com carinho cada canto da sua boca com a própria língua. Cris conseguiu sentir o gosto de si própria na boca de Danilo, o que conseguiu deixá-la excitada mesmo depois do orgasmo que teve.
Acordou com um sobressalto, despertada pelo beijo. Num primeiro momento, não conseguiu evitar a frustração por ele não estar ali para continuarem aquilo que iniciaram. Cris esfregou as mãos no rosto, pensando que um banho seria a melhor solução. Levantou rápido, mas suas pernas a fizeram perder o equilíbrio e acabou desabando na cama novamente. Ainda estavam bambas. Olhou para elas como se a tivessem ofendido pessoalmente.
- Traidoras. - o som da voz de Cris ecoou no quarto vazio. Tentou levantar mais uma vez, dessa vez ignorando completamente o fraquejar das suas pernas. Tomou a direção da porta, rumo ao banheiro, com a intenção de jogar uma ducha bem fria no seu corpo e nos seus pensamentos.