Sayuri, a irmã Sakamaki

'Prólogo'

Sayuri P.O.V

Limousine

Quinta-Feira, 1:27 p.m.

Olhei ao meu lado e comecei a observar a paisagem, mas as malditas gotas de chuvas começaram a impossibilitar minha visão. Estava dando o meu máximo para não pensar neles, mas era impossível. Estava dando o meu máximo para não ficar ansiosa, para não ficar preocupada com eles, mas eu fui fraca, fiquei pensando sobre isso todos esses anos fora. Naquela época não tinha ideia de quanto tempo iria ficar fora, pensava que iria acabar morrendo e, nunca mais voltando. E realmente, parecia que nunca iria voltar, até me surpreendi com aquele homem me mandar de volta para a mansão, aposto que deveria ter se cansado de mim. De qualquer forma, não posso negar que uma parte de mim está ansiosa para revê-los.

Flashback on

7 anos (humanos) atrás

Mansão Sakamaki - Salão Principal

Segunda-feira, 4:01 p.m.

- Sayuri, venha aqui.- Ordenou Beatrix. Ela me olhava séria, o que será que eu fiz dessa vez?- Eu sei que a morte de Christa abalou a todos, principalmente você, querida. Por isso, KarlHeinz tomou a decisão de te afastar, para que você não passe por algo parecido novamente e, talvez consiga viver uma vida normal. Tamb- A interrompo.

- QUÊ?! Como assim, eu nunca mais vou vir aqui?- Eu não acredito. Não podem fazer isso comigo, papai não faria uma coisa assim..

- SAYURI, NÃO ME INTERROMPA. E não grite, fazendo favor.- Beatrix fala, me fazendo estremecer.

- Não... eu quero ver eles de novo... não pode fazer isso comigo..- Começo a chorar. Ele não pode fazer isso comigo, me privar de ver meus próprios irmãos.

- Sayuri, pare com tanto escândalo, uma moça não deveria se comportar desse jeito.- Disse Beatrix, ríspida. Ela apenas me fita, com um olhar de desprezo. Sei que não sou a preferida dela, mas podia ser mais compreensiva, né?

- Quando vou poder ver eles?- Digo ainda chorando, tentando conter as lágrimas, depois do sermão que Beatrix acabou de me passar. Eu realmente estou tentando parar de chorar, já que isso a irritaria, mas eu realmente não consigo. E provavelmente não vou parar tão cedo.

- Em breve... apenas vá com o seu pai, ele que decidirá isso. E pare de me dar dor de cabeça.- Disse, logo saindo do cômodo que estávamos.

Flashback Off

Inconscientemente, olho para o teto da limousine em que estava, tentando parar de pensar em tantas coisas naquele momento. Mesmo fazendo um bom esforço, infelizmente não consigo parar todos esses pensamentos. Como eles estão? Eles sentem minha falta? Eles sabem que eu estou voltando? Eles sequer lembram de mim?

Dou um longo suspiro e volto com minha atenção às gotas de chuva que escorriam pelo outro lado do vidro ao meu lado, que ficou embaçado. Nessa altura, algumas lágrimas já escapavam de meus olhos por conta própria, não conseguia controlar. Merda, por que sou tão sensível? Por que me importo tanto?