Prólogo.

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2 de março de 2009


Querido diário, meu peito dói. Não tanto quanto cair de bicicleta, mas com certeza me faz chorar mais que nessa situação.

Acontece que hoje o Kook foi embora, e eu não pude impedi-lo. Meus sentimentos não puderam impedi-lo. Foi como se para ele não importasse que eu sofresse.

Eu disse baixinho "Kookie, eu te amo", e ele disse de volta! Eu fiquei tão feliz, meu amigo, mas quando fui beijá-lo, ele deu um passo para trás e me olhou com medo. Por que...?

Pensei que fosse porque os pais dele estivessem perto da gente, colocando as malas no carro, então peguei na mão dele e tentei puxá-lo para dentro de casa. Ele puxou o braço, disse que não queria mais falar comigo, e correu para dentro do carro.

Não consigo mais escrever aqui, me desculpe. A cada palavra escrita, eu volto uma página e vejo que esse diário não é de Park Jimin, e sim do dono dele, Jeon Jungkook. É como uma biografia sobre ele, e como ele se foi, não posso mais relatar nada.

Acho que preferia ter decido numa bicicleta sem freio do quintal da senhora Heung e caído de cara no chão do que sentir essa agonia no coração, hehe.

Mamãe está me chamando para jantar, então é melhor eu lavar o rosto antes que ela perceba minha cara de choro.

Me desculpe, diário, você foi meu melhor amigo nesses anos, aparentemente. Mas não posso mais te ver. E não se preocupe, você vai ser bem guardado.

Último relato: não quis te contar antes porque estava com vergonha, mas, como é nossa última vez, lá vai...

Eu sou gay.

Adeus.


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