Capítulo 21 - Férias no Canadá!

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Pela milésima vez, escrevi meu nome inteiro na janela do ônibus.

Chovia lá fora, o que significava que todas as janelas do veículo estavam fechadas. Consequentemente, as janelas ficavam embaçadas por dentro, portanto dava para rabiscá-las com o dedo indicador.

- Você está mesmo ansioso – brincou a minha mãe, ao meu lado.

Assenti com a cabeça.

Era sábado, e rumávamos em direção ao Aeroporto de Honorário, que situava-se no centro da cidade, não muito longe do Coração Honorário – um dos monumentos históricos da cidade. Isso porque vou passar duas semanas de férias no Canadá com os meus amigos e amigos do meu pai. Pouca coisa dava para ser vista do lado de fora. A chuva não estava forte, no entanto caía gostas suficientes para tampar qualquer visão naquele horário. Olhei no meu relógio, inquieto, e marcavam três horas da madrugada. Pois é, três horas. Não me pergunte por que tão cedo, foram ordens do pai do Natsuno. Eu definitivamente estava morrendo de sono.

- Por que você não vai com a gente, mãe? – perguntei à dona Sarah. Já não bastava o meu tio, Zoe também avisara que não poderia ir, porque visitaria alguns parentes com a mãe.

Minha mãe sorriu, como sempre fazia, e respondeu:

- Eu não gosto muito de lugares frios, Dio. Prefiro ficar por aqui mesmo. Vou passar uns dias com o Michael e a Karen. E o Billy – ela lembrou.

Tá aí uma coisa que minha mãe e eu temos em comum: não gostamos do frio. Eu tenho a minha desculpa, pois faço parte do Clã do Fogo. Ela eu já não sei. Talvez porque viveu sua vida inteira no Pará, um Estado um tanto quente.

O ônibus continuou pelas principais avenidas da cidade – que tinham trânsito, apesar do horário, talvez por conta da férias, fazendo com que os habitantes aproveitassem para descerem à praia – e finalmente o aeroporto pôde ser visto, suas luzes destacando-se perante à escuridão da madrugada.

Minha mãe e eu nos sentamos num dos bancos do saguão de espera, esperando pelos meus amigos. Ao nosso lado, a minha mochila estava entupida de roupas e utensílios básicos. Apesar de muito cedo, o lugar estava cheio, onde pessoas passavam de um lado para o outro numa movimentação sem fim, uns embarcando e outros desembarcando.

Natsuno, Joe e Jake chegaram.

- O Riku não vem? - perguntei, assim que estávamos reunidos.

- Ele disse que não perde tempo com besteiras - respondeu Natsuno, em tom de ironia, bocejando ao mesmo tempo; sua cara de sono era engraçada.

- Esse Riku nunca muda - Joe, o grandalhão, gargalhou. Então percebi a mochila gigantesca em suas costas. Até a minha mãe ficou surpresa.

- Bom, meninos, o voo sai daqui a alguns minutos - disse ela. – Tomem cuidado, viu?

- Tá bom - nós respondemos, juntos.

Dei-lhe um beijo e partimos.

O avião era extremamente confortável, onde fomos superbem recebidos pelas comissárias de bordo. Tinha como destino Vancouver, no Canadá, onde meu pai alugou uma pousada para passarmos as férias.

Sentei-me perto da janela e olhei para a terra. A paisagem era incrivelmente linda lá embaixo, onde as casas e prédios pareciam formigas brilhantes numa imensidão escura. Mas aos poucos o avião foi subindo e as nuvens foram tampando minha visão.

Caçador Herdeiro (2) - Trevas Silenciosas | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora