Io - O milagre da princesa

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Haviam dedos suaves no cabelo de Chaewon. Alguns raios de sol se espreitavam pelas cortinas, indo diretamente para seu cabelo, fazendo as ondas loiras brilharem como o ouro do qual seu reino tinha tanto orgulho.

Chaewon olhava para a própria mão, abandonada e quase desaparecendo na bagunça de lençóis macios, mas ainda podia sentir os dedos em seu cabelo.

Ela virou a cabeça devagar, quase preguiçosamente, e viu a dona dos dedos entrelaçados em seu cabelo, os pequenos raios de sol passeando por sua pele, como que atraídos pela beleza surreal dela, como se ela fosse mais quente do que o próprio sol.

A Deusa sorriu, e o coração de Chaewon bateu novamente. Tudo estava bem, pois Sooyoung havia voltado.
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Chaewon ainda se lembrava da primeira vez.

 Fora do castelo novamente, fugia de todas as jóias, todos os vestidos, as etiquetas e formalidades, todo o luxo frio que a transformava em uma boneca e sufocava quem realmente era. Com os pés enterrados fundo na areia, mãos segurando firme no tecido fino que tanto odiava, suas lágrimas caiam no mar, misturando - se a ele, carregando sua tristeza por continentes, enquanto o vento lhe sussurrava canções ao ouvido.

Mas então, Chaewon a viu.

Era um sonho branco cheio de beleza, cabelos castanhos lhe caindo sobre os ombros com perfeição, os olhos reluzindo com uma confiança que não era natural a um ser humano, uma graciosidade tamanha, um pedaço do céu, coberto em pó de estrelas e nuvens macias.

Sooyoung era o milagre que faltava na vida de Chaewon.
                         
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Os braços de Sooyoung estavam em sua cintura, os lábios dela nos seus, seus corações batendo em sincronia. Sooyoung segurou Chaewon com uma ternura, um amor tão puro apesar da natureza pecaminosa de seu segredo e Chaewon derreteu como açúcar, os dedos de Sooyoung desciam cada vez mais e mais, e os raios com os quais a Deusa punia os infiéis de repente encontravam - se todos nas coxas de Chaewon, lançando - se pelo seu corpo, queimando - a, sufocando - a, mas era tão bom, e ela apenas queria mais, e Sooyoung dava, pois jamais negaria nada a sua princesinha.

Nas pontas dos dedos da Deusa do céu Chaewon encontrou seu paraíso, na fricção desordenada de lábios, dentes, línguas, corações partidos e almas incompletas, seu motivo para viver; a cada novo olhar, sorriso, brincadeira boba ou toque malicioso, estrelas explodiam por todo o comprimento de Chaewon. Seu ser era feito de nuvens e lábios macios e lençóis de seda e amores impossíveis. 

Porém o destino, que traça tudo com um toque de melancolia, a condenou a ter como motivo de cada suspiro e batimento cardíaco, a única coisa que jamais poderia ter, a única criatura que por natureza pertencia a todo mundo, e não pertencia a ninguém.

Muitas foram as lágrimas derramadas por causa desse amigo cruel, mas por fim, seu pobre coração incompleto entendeu que Sooyoung nunca será totalmente sua, e que toda vez que ela se vai, sabe - se lá quantas são as criaturas que são abençoadas com sua luz, e se derretem como açúcar em seus braços.

Chaewon não era a única, e Sooyoung não era sua por completo, mas, enquanto esperava que ela voltasse, enquanto lembrava das noites fervorosas passadas em meio aos lençóis, das manhãs preguiçosas que as seguiam, das guerrinhas de água na praia, dos piqueniques e das conversas a meia - noite, Chaewon sabia que apenas uma parte de Sooyoung era o suficiente, e que se a saudade apertasse e o coração doesse, haveria sempre um rastro de tempestade a seguindo para lembra - la dos toques elétricos que ninguém é capaz de imitar.
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Plot por: jenniewantsjisoo

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⏰ Última atualização: May 04, 2019 ⏰

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