Tentei me fixar aos seus olhos, mas falhei no primeiro instante em que ouvi o som da porta abrir logo atrás de mim. Virei-me para ver quem poderia ser, e me dei conta de que Sirius havia descoberto como abrir a porta da garagem de forma mágica.
-Mas que droga! - Falei, voltando meus olhos a Jimin, que agora direcionava seus risos para mim.
-Parece que eu sou melhor do que você nesse jogo de encarar. - Dizia ele, se esnobando com a sua suposta vitória.
-Não é justo! Eu não ri, e além disso, eu me distraí por causa do Sirius. - Protestei em minha defesa.
-Sem choro, eu ganhei 3 vezes, e você perdeu as 3 vezes - falou e assim encostou a ponta de seu dedo indicador em meu nariz e recuando logo em seguida -, agora você terá que lidar com a sua penalidade.
-Tá bom... - Eu saberia que, de uma maneira ou de outra, eu teria que arrumar todo o laboratório de experimentos no final do dia. Eu odeio ter que arrumar toda a bagunça de lá, pois Jimin, Amanda e Samuel parecem animais quando trabalham lá... Como eu odeio adultos infantis, esses são piores do que os próprios jovens, mas eu ainda amo eles, de certa forma, fazem parte da minha família.
Ana Júlia e Taehyung é quem fazem grande parte do trabalho quando se trata do laboratório de pesquisas, mas o que acontece lá dentro nas horas de trabalho é tão sigiloso a ponto de só eles saberem o que acontece, isso a não ser que eles queiram divulgar uma notícia realmente relevante, mas fora disso, é quase que um segredo de estado.
Olhando para Sirius, que agora roçava suas costas em meus tornozelos enquanto ronronava, o segurei manhoso em meus braços e o carreguei comigo. Me retirando da garagem, olhei para os meus pés e acabei me vendo pisotear o gramado que apareceu de forma automática. Como um flash, eu não estava mais na garagem, e Sirius não estava mais em meus braços. A grama era alta, porém trazia uma boa sensação para a minha pele, como se a forma que me tocavam fosse algo mágico. Lúcida, porém perdida, eu mantive meu caminho a frente e procurei saber onde eu estava. Olhei para o céu, que estava perfeitamente nublado do jeito que mais gostava de ver. Respirava úmido, e uma certa atmosfera invadiu todo o meu corpo de maneira violenta, me fazendo viajar em uma série de pensamentos positivos e sensações agradáveis no meu coração. Eu estava calma como nunca, e logo a poucos metros de distância eu via uma placa:
"Seja bem-vindo ao Paraíso"
Diziam as letras grandes estampadas naquela chapa de madeira. Retornei a olhar o céu acima de mim, porém as nuvens haviam partido, e o Sol veio com todo o seu brilho para os meus olhos. De forma ardente, me ceguei a ponto de apenas enxengar o branco.
-Ela parece estar bem, foi apenas uma queda de pressão. - Escutei a voz de Ana Júlia um pouco distante de mim, e então a luz desaparece e o semblante dela é revelado para mim. Ela estava logo ao meu lado.
-Mas Luiza não tem quedas de pressão, sabe? Ela é a Luiza. - Escutei a voz de Amanda vir logo ao meu ouvido direito.
Percebendo a situação, notei que estava dentro do laboratório de pesquisas em repouso sobre uma mesa de ferro com uma pequena almofada apoiando minha cabeça. -Bem... Mas é o que mais vem acontecendo com ela. Eu sei que é estranho mas o que podemos fazer? Não é mesmo, Tae? - Disse Ana, procurando a aprovação de Taehyung. Ele assentiu e dirigiu seu braço até mim.
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Paraíso
Science FictionUma pequena família composta entre irmãos e amigos vivem juntos na mesma casa. Pertencentes ao século XXI, acidentalmente após uma devastação global, foram enviados ao século XXXI. A forma e a real causa de como foram avançar ao tempo é desconhecida...