Capítulo um

33 0 0
                                    

- Anna! Se você não levantar dessa cama irá atrasar meu amor.

Acordo num sobre salto, com os gritos de minha mãe, mas uma vez estou atrasada, se continuar assim o mais provável é que serei expulsa do colégio, justo no último semestre do meu último ano, não sei o que acontece comigo, durmo como uma pedra e tenho sonhos estranhos com frequência, sonhos que mais pareciam lembranças, mas que ao acordar parecem borrões em minha mente. No fundo sentia que precisava lembrar, como se minha vida dependesse dessa lembrança.

Vou ao banheiro ainda sonolenta e atordoada pelos sonhos que me atormentam, fiz a limpeza oral e tomei um banho gelado, para ver se acordo totalmente. Visto o uniforme do colégio me dirigindo a cozinha para tomar o café da manhã, encontro todos sentados na mesa já terminando o café e comprimento-os com um "bom dia", me juntando a eles.

Recebo os sorrisos de resposta de meus pais e a indiferença de minha irmã, pelo menos não me lançou seu olhar mortal, não sei o que lhe fiz, pois desde que me conheço como gente ela me odeia, nunca se esforçou para demonstrar o contrário. Ela tem vinte anos e está no penúltimo ano da faculdade de engenharia alimentar, por isso sua alimentação é bem regrada, ela e magra sem exagerar é claro, morena, com os cabelos bem cumprido que até dá inveja, olhos castanhos e corpo bem definido, resumindo é linda por fora e podre por dentro, seu nome é Amber Cooper.

Ela puxou os traços dos nossos pais, diferente de mim, Jake e Luna Cooper, porém a maldade não sei de quem herdou, pois meus pais são as melhores pessoas que conheço, transbordam simpatia por onde andam, não se importando em demostrar a todo momento o quanto se amam.

- Vamos Anna, te deixo no colégio, senão irá se atrasar ainda mais, Amber você vem conosco? - meu pai se pronuncia me trazendo de volta a realidade.

- Claro pai - disse simplesmente, revirando os olhos.

Despedimo-nos da mamãe, e demos partida, olho as horas notando que estou a 10 minutos atrasada e provavelmente serão mais 10 tendo em conta a distância até meu colégio de carro, as ruas da Califórnia estavam calmas, a manhã fora abençoanda por um temperatura amena.

Chego e me despeço de todos, dando um beijo em meu pai lhe desejando um óptimo dia. Corro apressada para aula após implorar para que o porteiro permitisse minha entrada, estava tão nervosa e preocupada por não saber se o professor irá permitir minha entrada que nem enxergava direito por onde andava até esbarrar em alguém, que nem me dei o trabalho de ver quem era, murmurando um "descupa" e seguindo meu caminho.

Por sorte chego a minha aula, me deparando com uma surpresa pois o professor estava atrasado e isso não era normal vindo do professor de matemática, pois ele não atrasa e muito menos tolera atrasos.

Sentei no mesmo lugar de sempre, recebendo os típicos olhares de pena que venho aguentando por toda minha vida, por algum motivo nunca consegui me enquadrar em uma escola, meu aproveitamento era péssimo e nunca fazia amigos, mudava constantemente de escola e a situação era sempre a mesma, nesta altura do campeonato já devia estar acostumada, mas não, isso ainda me incomodava.

Os murmúrios dos estudantes estão cada vez mais intensos, e isso estava me deixando inquieta, principalmente pelo facto de que agora eram todos direcionados a mim, a estranha que não tem amigos.

Passaram dos murmúrios para algo mais bruto, me deixando mais inquieta se eles não pararem não sei como irei aguentar isso.

- Chega! - o professor gritou ao entrar e se deparar com todos os alunos em minha volta me xingando e rindo da minha desgraça, o que me deixou um pouco aliviada.

Todos foram aos seus devidos lugares me deixando de lado, prestando atenção a repreensão do professor e nos dois novos alunos que nos encaravam com curiosidade, como se pudessem ler o que cada um de nós estava pensando, eles me deixavam mais desconfortável do que a brutalidade de meus colegas.

- Bem, esses são Dorian e Darla Crowerford, novos integrantes da turma, espero que sejam simpáticos com eles e que os ajudem a se enquadrar - pronunciou calmamente, tentando mascarar a ira que sentia pela nossa falta de respeito por desrespeitar sua aula com o barulho, provavelmente ele teria problemas com a diretoria por conta disso - podem ocupar os locais vagos, e sejam bem vindos a Victorian College - falou gentil, mostrando os acentos vagos.

Os novatos eram estranhos a menina era muito sorridente, tinha cabelos loiros, estatura baixa, pele branca, olhos azuis, lábios rosados e um estilo muito paty, aparentemente ela era muito doce diferente do garoto que era alto e bem forte, igualmente loiro, pele branca e olhos azuis como os da irmã, diferente dela com cara de poucos amigos, era óbvio que eram irmãos, tinham os meus traços, enquanto a irmã exalava doçura ele brutalidade. Apesar das diferenças ambos são donos de uma beleza invejável.

Tinha algo anormal na forma como seus olhas foram direccionados a mim, o que aumentou meu desconforto, não era um olhar comum era pior que o de repugnância que meus colegas me lançavam.

Puro desprezo. Ódio talvez, mas porquê?

Não aguentei continuar naquele compartimento, onde por sinal, todos não me suportam, saí correndo como uma louca da sala procurando um banheiro mais próximo para expelir tudo que estava me matando.

Entrei e comecei a vomitar, todo meu café da manhã tinha indo por água abaixo não restava mais nada em meu estômago, porém algo ainda me incomodava, meu coração.

A dor era extrema que me levou a me contorcer e gritar de dor no chão, as lágrimas me acompanharam sem demora sendo completadas pelos soluços, era demais para uma só pessoa aguentar. Não consigo entender o que há de errado comigo.

Porquê todo mundo, com exceção de meus pais, me odeia?

Que mal lhes fiz?

***
Passado algum tempo, consegui me recompor e levantei me sentindo melhor. Lavei o rosto e tentei arrumar meu uniforme, não estava bem, mas por dentro me sentia melhor.

Saí com a esperança de que ao menos as coisas poderiam estar melhores, mas não, muito pelo contrário, me deparo com os novos alunos me encarando com um olhar mortal, que me instigava a fugir para bem longe deles.

Bem, isso não me surpreende, meu nome é Anna Cooper, tenho quase 17 anos, cabelos castanhos a altura dos ombros, pele morena e olhos cor de mel. E, isso é o que posso dizer,o normal da minha vida.

Notas da autora: Olá queridos leitores, espero que estejam gostando, essa é minha mais nova obra. Espero que se apaixonem pelos personagens, e mergulhem comigo no mundo da nossa protagonista.

Votem e comentem bastante, vossa opinião é muito importante para mim.

Bjs, amo vocês.

Evelyn-A princesa perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora