Fuga da realidade

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Há dias que o hanyou havia desaparecido e reaparecido com a miko do futuro fraca e debilitada em seus braços. Desde então ela permanecia desacordada, Kaede temia que o pior viria a acontecer com a jovem sacerdotisa, a velha senhora poderia manter a vida da pequena porem se ela não reagisse de nada adiantaria seus esforços e isso a frustrava, afinal queria poder ajudar a menina que tanto lembrava de sua irmã mais velha, salva-la seria como salvar sua própria irmã.
Shippou demonstrava uma preocupação constante onde já nem as gêmeas conseguiam distrai-lo. InuYasha estava sempre a interrogar a velha sacerdotisa sobre a situação da jovem e saindo frustrado por estar sempre recebendo as mesmas respostas. Miroku e Sango passam a todo instante para ver como ia a amiga, mas não ficavam muito por causa de seus filhos, afinal tinham de cuidar de três crianças, quatro se a Sango não contasse o próprio marido.
Kaede estava em sua cabana, velando o sono da jovem do futuro, enquanto preparava mais uma sopa de ervas medicinais para fazer com que a jovem tomasse, enquanto que lá fora o tempo virava, o sol se escondera em meio as nuvens negras de chuva e logo a água caia, fazendo com que os moradores procurassem suas casas e se abrigassem da chuva. Shippou que brincava com as gêmeas ficara na casa de Sango. InuYasha que estava a fazer a vigia da vila se abrigara em uma cabana abandonada qualquer, estava mentalmente e fisicamente exausto.
O cheiro de ervas e especiarias chegara as narinas da miko desacordada e lentamente ela abrira os olhos, para ver uma panela fumegante em cima de uma fogueira aconchegante e em frente a ela uma velha senhora a mexer. As lagrimas chegaram aos seus olhos e escorreram por seu rosto, enquanto que soluços chegavam a seus lábios e o som destes chegaram aos ouvidos da velha sacerdotisa a surpreendendo.
- Finalmente você acordou, minha querida.
O alivio era claro nos olhos castanhos da mais velha e nos azuis da jovem, porem a mais velha franzira o cenho ao ver que as lagrimas não cessavam e nem os soluços.
- O que houve querida?
- Kaede-obaa-chan....
A jovem se jogara em cima da mais velha e a abraçou como a um naufrago se agarra a sua bóia e caíra em um choro profundo e doloroso, quando finalmente se acalmara fora porque novamente dormira, caíra em sono profundo. Kaede a acomodou novamente no futon e suspirou exausta.
E fora assim nos primeiros três dias desde que a jovem despertara, quando acordada não parava de chorar, só reprimia o choro quando caia no sono, porém ainda assim muitas vezes acordara a todos com seus gritos de terror. A velha sacerdotisa já não sabia mais o que fazer. Naquela manhã Kagome acordou silenciosa, seus olhos estavam opacos, porém secos, não havia sinal de que voltaria a cair no choro, o que surpreendeu Kaede.
- Kagome.... Você consegue comer sozinha?
Kagome olhou para o prato que a velha lhe estendia e o aceitou com um aceno de cabeça, pôs-se a comer em silêncio, sem soltar uma única palavra.
Aos poucos a jovem recuperava sua força, porem ela não dizia nada, não respondia a perguntas, não respondia ao estimulo de seus amigos, ela estava ali ao mesmo tempo em que não estava. Seus olhos outrora cheios de vida estavam apagados, sem vida, seus lábios já não sorriam e de sua boca sua voz já não saia.
Naquele dia ela estava do lado de fora da cabana olhando as crianças brincando junto de Kirara, enquanto seus amigos estavam reunidos dentro da cabana da Kaede.
Sango, Miroku, InuYahsa e Kaede estavam reunidos envolta do fogo que aquecia uma chaleira.
- Kaede, o que aconteceu com a nossa amiga?
- Keh, isso mesmo Kaede-baba, o que aconteceu com a Kagome?
Kaede serviu a todos um copo de chá e passou a encarar o seu próprio, vendo as ervas flutuarem no liquido enquanto sua mente voava pelo problema da menina Kagome para pôr fim desabafar.
- Ela está presa dentro de si mesma.
Miroku abraçou sua esposa e encarou a velha dona da cabana.
- Presa dentro de si mesma?
- Sim, Miroku, o que quer que tenha acontecido a Kagome, fora grave ao ponto de ela não querer lembrar ou sentir isso, prendendo a si mesma dentro de um casulo. Agora só podemos esperar que ela melhore para poder nos contar a que mal ela fora exposta no tempo em que esteve desaparecida.
O silencio preencheu o lugar por alguns segundos, até o albino presente no ambiente se pronunciar mais uma vez.
- E essa barreira que ela mantém ao seu redor, não consigo sentir seu cheiro ou sua presença.
Kaede suspirou e encarou os olhos ambares do hanyou.
- Ela está se protegendo e provavelmente nos protegendo de quem quer que a tenha sequestrado.
- Keh, e porque ela está com a roupa do bastardo do Sesshoumaru?
- O único bastardo aqui é você, hanyou, e ela estava com a yukata deste Sesshoumaru porque estivemos no mesmo cativeiro e a miko não possuía vestimentas.

Insano PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora